De onde vêm os nossos maus políticos?

Uma perguntinha tão simples e aparentemente tão tola continua a esconder, na surdez voluntária de nosso povo, toda a “contabilidade de cobrança” da Justiça divina em relação à nossa consciência, já quase inteiramente danificada pelo pecado.

Um tal de Leandro Karnal, um comunista do tipo “melancia” que faz o programa “Careca de Saber”, grita aos quatro ventos que “uma sociedade corrupta não pode produzir políticos honestos”. E não é que ele, neste particular, está certíssimo! Certíssimo e biblicamente combinado, com toda a lógica da coerência bíblica a seu favor. Não é de espantar a nenhum cristão lewisiano, sem dúvida. Afinal, o próprio Deus disse que se os cristãos se calassem, “até as pedras clamariam”: Karnal aqui não foi nada mais do que uma pedra!… (Ou uma mera e milagrosa coincidência imerecida por sua índole socialista a serviço do Comunismo histórico).

É sobre este assunto que trataremos aqui. Porém, contudo e com efeito, além de nossa base teológica sob orientação de CS Lewis, um artigo muito mais profundo de Luiz Carlos Lisboa servirá como nossa grande inspiração, e aqui o reproduziremos na íntegra. Vejamos.

A violência nos outros*

A ideia de que a cidade grande modifica o homem, para pior, é uma  das crenças modernas mais difundidas. As grandes concentrações urbanas tornam mais evidente o que sempre existiu nele, nascido no egocentrismo comum e conservado na ignorância da própria realidade. O realismo interpessoal mais estreito e frequente produz no habitante dos centros populosos uma concentração de experiências que torna agudos os problemas individuais. Aquilo que num meio mais rarefeito seria dissolvido, ali reforça suas características e agrava seus males. O homem é colocado com dramática insistência diante do espelho das ações alheias, onde vê a todo instante sua própria ação, e suas contradições. O aumento da tensão decorre dessa efervescência em espaço limitado, com o individual e o coletivo influenciando-se reciprocamente, e elevando a temperatura até o espasmo da violência. Culpar o grande aglomerado é tão frívolo quanto responsabilizar a febre pela enfermidade.

A inflamação, a fome, as desigualdades sociais interferem muito na vida de uma coletividade, mas influem pouco na eclosão de um surto de violência, ou no crescimento aparentemente repentino da criminalidade. A menos que a explicação seja usada como denúncia de efeito político, não há por que dar ênfase a esses fatores na busca de entendimento para a questão. Nem sempre, onde os desequilíbrios sociais são mais evidentes, a violência é maior. Melhor será examinar outros aspectos, embora reconhecendo que aquela concepção tosca satisfaz perfeitamente os que querem qualquer explicação e que por natureza são menos exigentes. O problema da violência não pode ser compreendido à luz das grandes crises, através do noticiário policial, do ângulo das estatísticas, ou qualquer coisa no gênero. Não é a grande violência que interessa mas a pequenina, disfarçada no dia-a-dia, na ação e no pensamento do homem que se considera pacífico. Talvez aí esteja tudo o que precisamos saber sobre a brutalidade que ganha as páginas dos jornais e pinta um quadro terrível das grandes cidades.

       Os assaltos planejados, os sequestros bem premeditados, a liquidação de criminosos por bandos particulares, são culminâncias. O que precisa ser conhecido, sem desculpas ou atenuantes, é o resto do iceberg, mal dissimulado no cotidiano do homem comum, no motorista que dirige a caminho do emprego, no funcionário que atende por trás de um balcão, no cidadão anônimo que defende a pena de morte numa entrevista apressada de rua, na mulher que arrasta o filho pequeno numa calçada cheia de gente. Esse conhecimento não pode ser começado de fora para dentro. É preciso iniciar na raiz, na câmara escura que está escondida de todas as aparências do mundo. Cada homem terá de começar a descobrir a sua violência, a única que está ao alcance. A tendência para observar os problemas “fora de nós” é quase irresistível, e a razão disso é bem óbvia: estamos absorvidos, nada temos a fazer, nosso estimado ego está a salvo.

No caso da responsabilidade pela violência crescente nas grandes cidades, é flagrante a infantilidade dos que teimam em ver a solução dependendo “dos outros”, de uma revolução, da reforma urbana, da conversão a uma nova corrente, etc. como as crianças às vezes fazem, pomos a culpa em alguma coisa alheia a nós. O adequado seria deixar de lado a ideia de culpa, antes de mais nada, depois descobrir em que medida estamos também envolvidos nisso que censuramos e de que modo somos o que queremos rejeitar. Isso não é nada filosófico, metafísico ou místico, é um fato simples que pode ser verificado. Nossas preocupações com a sociedade não chegam a ser sinceras e não há nada a fazer exceto constatar como nos enganamos com tudo isso, todo o tempo. O envolvimento de cada homem no processo cultural da violência varia de acordo com sua submissão às pressões da moda, aos valores vigentes. O regime político, a organização econômica têm pouca importância no caso. Sob qualquer sistema, somos mais ou menos envolvidos, conforme nossa capacidade de ver, ouvir, entender.

       A violência escondida no homem comum – às vezes naquele que se considera um pacifista – é bem mais reveladora do processo geral da violência do que qualquer outra coisa. A descoberta das nossas limitações nos outros é especialmente desagradável mas, por outro lado, é aliviadora. A revelação incômoda de que, afinal, somos como todo mundo, e temos em nós o vilão e o herói, é comumente superficial. De fato, só é desconfortável porque passa muito por cima os fatos. Se penetrasse um pouco mais em sua crosta, faria uma constatação pura e simples, sem qualquer conotação pessoal ou impressão subjetiva. Vemos claramente a violência, desde que não seja em nós. Se desconfiamos que está em nós, culpamos logo a sociedade, o sistema, a cidade grande, as provações que sofremos. Depois, temos olhos somente para os grandes eventos, para os acontecimentos maiores – a culminância de um processo que começou pequenino e vive em nós residualmente.

A violência dos nossos pensamentos, desejos, disfarces, ambições, anseios, é da mesma essência daquela que ganha os títulos dos jornais de sensação. Os livros que lemos, a TV e o cinema com que nos divertimos, os comentários que fazemos, o futebol que nos distrai, a maneira como negociamos e o modo como nos relacionamos com os mais humildes, estão impregnados da violência que nas suas manifestações mais visíveis e concentradas nos parece tão repulsiva. Henry David Thoreau escreveu uma vez que “ver-se a si mesmo é tão difícil quanto olhar para trás sem virar a cabeça”. Talvez seja necessário apenas dar uma meia-volta completa.

A influência do Socialismo

O problema é que a chegada sorrateira do Comunismo nos 4 cantos do mundo veio manchar ou embaçar a visão clara desta realidade apontada por Karnal e Lisboa, a saber, que a malignidade dos atos humanos rebeldes contra a vontade do Criador é a grande incubadora da corrupção endêmica e sistêmica a rigor em todo o globo, e o Brasil, por ser um país “mineralmente” rico e ter um povo completamente alienado por supostas “liberdades”, constituiu-se no melhor laboratório de implantação deste tipo de mazela social e desgraça espiritual.

Com efeito, nenhuma mente sadia deverá deduzir que a corrupção é filha do Comunismo, não apenas porque a corrupção é milênios e milênios mais velha que ele, mas porque foi ela que criou o Comunismo para efeito de se perpetuar e se mesclar indelevelmente no DNA humano. Eis então que é o coração humano a grande tragédia, e o próprio Deus já nos havia alertado contra isso, naquela célebre passagem onde Jesus disse que “é do coração que procedem furtos, roubos, maus pensamentos, prostituição, etc.”, e somente uma “cirurgia espiritual” chamada ‘conversão genuína’ poderá livrar a Humanidade desta desgraça.

Ipso facto, nascidos e educados num ambiente 100% corrupto, corrupto pela própria rebeldia humana contra Deus e o hedonismo endêmico, ninguém deveria se admirar que a sociedade produzisse figuras demoníacas como um Gilmar Mendes, um Dias Toffoli e o STF brasileiro como um todo, os quais nem eleitos foram! Porque os demais demônios da nossa Política, os do Congresso e do Executivo, poderão pelo menos alegar – fraudulentamente – que estão no Poder porque o povo os colocou lá, embora saibamos que nunca os colocamos lá, e que suas eleições foram “um milagre às avessas” das urnas fraudáveis da Smartmatic!

Sim. Mas nada disso exime o povo de sua culpa imperdoável, pois sua traição a Deus veio muito antes de se refinar o Sistema para eleger aqueles que eles jamais desejariam ver eleitos! É como aquela armadilha macabra que os meninos construíram para pegar transeuntes adultos e ela mesma os engoliu quando esqueceram o lugar onde a colocaram! Isto é: aqui se deu com perfeição o dito comum na ciência da Magia: “O feitiço se voltou contra o feiticeiro”.

Por que aqui só podemos olhar para dentro?

E a realidade aqui não tem e mínima misericórdia para com os cegos voluntários, para com os presunçosos e para com todos os preguiçosos mentais. Aqui está o “point of no return”. Somos nós os nossos próprios algozes! Somos nós inimigos de nós mesmos e de Deus! É a nossa corrupção PESSOAL que elege políticos corruptos! Neste caso, se tudo está dentro de nós, então nem adianta reclamar ou discursar pedindo Intervenção Militar, pois os próprios militares também são filhos desta gente corrupta, e não nos salvarão se tiverem que renunciar às mamatas oferecidas pelo demônio, pelas mãos do Comunismo.

Neste caso, é perfeita a relação estabelecida pela reivindicação cristã da conversão das almas: porquanto assim como todos nós somos os primeiros e últimos culpados pela corrupção dentro e fora de nós, e nenhum pedido de socorro devemos fazer excluindo-nos da culpa pela tragédia, assim também a solução que devemos buscar é única e exclusiva da “cirurgia espiritual” de Cristo que deseja trocar nosso coração de pedra por um coração de carne. Por isso estão cobertos de razão os santos e os bons religiosos que dedicam suas vidas inteiras à oração e ao jejum, seja pela Pátria, pela Família Tradicional e por eles mesmos. São os carmelitas, os monges, os enclausurados da fé, e todos os que sofrem a ironia da sociedade corrupta, que alega que eles não fazem nada em prol do progresso, como se houvesse qualquer progresso em caminhar para o caos.

Nunca houve um tempo em que a vida devocional e de oração fosse tão crucial e necessária, e nunca houve um tempo em que a sociedade entendesse isso tão mal. Os servos do Senhor que são verdadeiros orantes da salvação da Terra não perdem por esperar! São eles os salvadores deste caos, e aqueles que eles salvarem nem chegarão a entender o que fizeram! Fica no ar a ordem implícita de seu Deus: “orai sem cessar, e tudo quanto pedirdes em oração eu vo-lo concederei”. Quem tem ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às igrejas, igrejas vivas em cada alma orante.

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(*) – Texto original: Luiz Carlos Lisboa

 

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