Muito além das supostas antiprovas que os ditos cientistas elencam para desmoralizar e destruir a mais estranha relíquia cristã, enxergar o pano que cobriu Jesus desde antes da criação do mundo e como o próprio Deus o teria pensado, é a chave secreta para vislumbrar um mistério muito maior.
A idéia geral, espalhada, sobretudo, pelo Protestantismo, é a de que se o único critério para a salvação das almas é aquele indicado pela fé exclusiva na pessoa de Jesus Cristo (incluindo vida, obra, morte e Ressurreição do Senhor), e tendo esta fé que ser assim como “um salto no escuro” – pois a fé é o firme fundamento das coisas invisíveis –, qualquer relíquia ou prova real da passagem de Cristo pela Terra será sempre recebida com desconfiança ou desdém, sobretudo se evocar e valorizar a Igreja Católica, única igreja cristã a valorizar as relíquias como obras de Deus.
Inobstante e com efeito, qualquer protestante sabe que um dia, na vida física de Jesus entre nós, houve pelo menos uma ocasião onde o próprio Cristo parece ter contrariado esta regra, e ao contrariá-la, deixou na Terra uma prova real de sua passagem (ou antes uma prova real de que a regra não necessariamente será aplicada), e fez isso pelo menos em relação a algumas “privilegiadas” pessoas, para quem o drama de “crer no escuro” aparentemente não foi ‘exigido’ por Deus!
Refiro-me aos episódios da História bíblica onde pessoas absolutamente céticas e até ateístas, que mereceriam de Jesus todo desprezo por não confiarem um milímetro sequer no poder e no amor de Deus, receberam uma ajuda extra ou extraordinária em sua inexistente ou pífia fé, ajuda esta aparentemente fora do padrão ou até injusta, já que milhões de outros céticos não tiveram esta “sorte” e até morreram no escuro de seu coração empedernido.
Exemplos desta verdade podem ser trazidos ao lembrarmo-nos de personagens como Moisés (para quem até os mares se abriram!); Gideão, para quem a chuva molhou só um lado do lenço e nada mais; as irmãs de Lázaro, que viram com seus próprios olhos uma “antecipação” da Ressurreição; e o “melhor” de todos, que teve a prova mais direta e concreta possível do próprio corpo sólido do Nazareno, o ceticíssimo Tomé, a quem o Senhor permitiu não apenas ver mas colocar seu dedo dentro do buraco das feridas, confirmando na cara que aquEle “fantasma” era de fato o seu Senhor e Deus!
Eis aí a bofetada: são provas cabais de que a oferta de evidências físicas não foi de todo excluída dos planos de Deus, e que nosso Senhor pode muito bem nos presentear com a Glória de uma prova concreta, e então basta sair procurando na História Oficial e descobrir mistérios desvendados com um sinal que sem seu desvendamento jamais ajudaria a fé! Logo, a pergunta decisiva que resta ao final é: “quando, como, onde e até que ponto Deus expôs uma prova concreta de sua Pessoa, desde a última vez que fez isso para acudir o cético Tomé?”… A resposta mais rápida que me chega é esta que passarei a descrever agora.
Vamos supor (ou usar nossa imaginação como fazia CS Lewis) que Deus-pai, muito antes da criação da Terra, tenha vislumbrado a situação atual do Homem e também a tremenda dificuldade que o Homem teria na convivência com a Natureza (tornada entrópica a partir da Queda), na qual prevalecesse inexoravelmente uma tal de “Lei de Murphy” que se voltasse sempre contra o Homem, esbofeteando-o e malogrando todos os seus planos, ao ponto de exigir dele cada vez mais trabalho, cansaço e até a substituição de irmãos por máquinas, máquinas cada vez mais autônomas e mesmo assim sujeitas a defeitos catastróficos.
Ora, um coração movido a misericórdia e uma vontade louca de salvar o maior número possível de “rebeldes renitentes”, fatalmente levariam Deus ao seguinte raciocínio, ao menos uma vez na História da Criação (uma vez para Deus pode significar SEMPRE): “Estou vendo que o mundo inteiro jaz no maligno, e que toda a Natureza conspira contra o Homem que eu amo, e que se Ele jamais contar com minha ajuda, certamente ninguém se salvará. E pior, há algumas almas humanas que são, por sua própria natureza corrompida, completamente incapazes de crença, e assim a fé não será capaz de adubar e resgatar aquele tipo de coração, no qual muitas vezes se encontram pessoas maravilhosas, cujo caráter caridoso lhe faz merecer uma atenção especial. Neste caso, e tão somente neste, ouso trabalhar em oposição à lei da fé, que exige adesão cega, e sou capaz de permitir, no meio das circunstâncias da vida dessas almas, um pequeno gotejar de sinais concretos, por cuja atenção terá certeza absoluta de que Eu existo e estou por trás daquilo que cintila e arrepia misteriosamente!”… – Assim teria pensado Deus, se temos permissão para ousar fazer uma espécie de empatia com o Criador.
Ainda lá longe, antes da abertura do universo onde nossa galáxia brotaria, e antes que o Espírito Santo pairasse sobre as águas dispersas no Sistema Solar, o Senhor Deus, que já tinha o plano de Cristo todo traçado e com respeito ao Livre-arbítrio geral, conseguiu antever que a entrada de Jesus na Natureza conspurcada iria ensejar uma série de efeitos por tabela, e alguns desses efeitos, inexoravelmente, iriam diminuir ou impedir a crença-confiança, e outros iriam permitir VER e SABER, e assim dispensando a fé cega.
O maior exemplo de um efeito por tabela que geraria uma fé sem prova ou com prova indireta é o testemunho histórico de todos os povos próximos de Jesus, cuja adesão às idéias dEle iriam facilitar as perguntas: “Como tanta gente da época de Jesus pôde inventar uma história dessas, onde um mero carpinteiro teria abalado tanto a ‘normalidade’ do cotidiano que levaria todas as gerações seguintes a confiar e defender que Ele de fato esteve entre nós, e plantou um Amor ao próximo muito além do que qualquer outro profeta de Deus tenha praticado?… Ou, como tal coisa poderia ter acontecido se de fato um Homem especial – ‘um deus’ – não tivesse de verdade existido e habitado ali?”…
Mas sem dúvida o maior exemplo de um efeito por tabela que geraria uma prova que dispensaria a fé seria algo do dia-a-dia de Jesus, como sua taça de vinho (chamada “Santo Graal”) ou um pedaço de ‘Madeira da Cruz’. E mesmo estes dois, estariam sujeitos à entropia e também à enrolação humana. Deus teria que inventar um “Santo Graal” cuja estrutura atômica pudesse ser submetida a minuciosos testes e fosse experimentada ao máximo de sua constituição ontológica, por meio dos aparelhos mais sofisticados da tecnologia mais avançada do homem, de uma era já quase totalmente robotizada como o Século XXI! E nós, deste Século, estamos mesmo entendendo isto?
Ora; um episódio do Evangelho de João traz uma enigmática luz para o argumento da permissão divina para uma prova concreta de sua vinda e existência. Um sinal que somente uma civilização já muito avançada tecnologicamente poderia averiguar com minudência e exatidão, partindo da ideia de colher uma prova advinda de seus mais modernos aparelhos de medição.
Imagine o leitor que a realidade tridimensional, que obrigou o “Deus-feito-Homem” submeter-se às leis frias da matéria, obrigou também aquele mesmo Deus a deixar “sem querer” (ou por via das consequências inevitáveis daquela “sub-missão”) um sinal eloqüente e misterioso de um efeito resultante de Sua “manipulação” da matéria, o qual só iria ser descoberto e testado a partir dos aparelhos mais avançados, quando a Ciência moderna fosse investigar, com todo o seu ceticismo, a “peça de laboratório” onde o efeito foi produzido.
Refiro-me ao efeito ‘involuntário’ da “reconstrução a fogo” da estrutura física do Corpo ressurreto de Jesus, cuja operação parece ter se dado como uma explosão nuclear de efeito retardado, mantendo-se sobre a pele do “novo” Jesus por algumas horas após a Ressurreição, e do qual apenas uma única alma testemunhou ao vivo, a saber, Maria Madalena, aquela que primeiro correu para abraçá-LO após a descoberta jubilosa do Milagre! Foi quando Jesus disse aquela misteriosa frase: “Não me toques agora, porque ainda não subi para junto de meu Pai!” (João 20,17). Por que ela não podia tocá-LO? Ou por que chegou tão cedo? Evidentemente Jesus sabia que o processo – virtualmente inédito até para Ele – ainda estava sendo urdido sobre sua nova pele, ou que sua mente lhe dizia ainda não estar completo, e, se alguém lhe tocasse NAQUELE EXATO INSTANTE, o processo poderia “atrair” aquele outro corpo para uma ressurreição antecipada (seria isso?); ou então sustaria ou atrasaria o processo no novo corpo do próprio Jesus (será?), e com isso ensejando estas perguntas que só Deus poderá esclarecer, quando nem CS Lewis recebeu dele a resposta para tão intrincado mistério!
Pior: o processo começou HORAS antes! Isto é: desde que Ele voltou do Hades – veja explicação NESTE link – e reentrou na dimensão dos homens (ainda dentro do túmulo de José de Arimatéia), a reconstrução de seu Corpo – chamada Ressurreição – tivera início, talvez efervescendo como mercúrio aquecido em recipiente congelado, e estava em andamento como uma restauração de dentro pra fora em franjas encrespantes e coruscantes, até que toda a matéria – a nova matéria multidimensional – estivesse em perfeita harmonia com o clímax de reconstrução proposto por Deus-pai. Este processo efervescente, embora previsto no plano, nunca fora vivido em carne e osso, e talvez por esta razão Jesus jamais soube quanto tempo levaria aquele detalhe final do clímax, e por isso a aproximação de qualquer pessoa até à sua pele poderia introduzir um elemento imprevisto, podendo causar uma das duas derivadas aqui presumidas (“atrair” aquele outro corpo para uma ressurreição antecipada, ou até atrasar o processo de solidificação do próprio corpo glorioso de Jesus!).
E mais: o processo todo acabou gerando uma derivada – prevista ou imprevista (aposto em prevista porque garantiria o resultado aqui defendido) – transcendental e perfeita, somente comprovada séculos ou milênios depois! A saber: aquela “reconstrução efervescente do efeito radioativo”, que não permitiria a aproximação de nenhum corpo humano à pele de Jesus, também transmitiu-se à “mesa de pedra” onde o corpo morto de Jesus foi colocado (a pedra ficou manchada, mas a mancha foi esmaecida ou misturada com outras manchas ao longo dos séculos seguintes) e também transmitiu-se ao lençol de linho puríssimo que José de Arimatéia comprou para embalsamar o corpo de Jesus!
Ora. O que hoje chamamos de Santo Sudário, que a Ciência cética se viu por vias de negar em resposta ao chamado “Teste do Carbono 14”, estampa a figura de um corpo massacrado em inúmeras pancadas letais, ferimentos profundos, sangramentos por toda parte, olho esquerdo deslocado, afundamento do malar direito, cabelo ensopado em sangue, golpes dilacerantes nas costas, furo no peito direito, enfim, tudo o que a Palavra de Deus diz ou insinua ter o corpo de Jesus sofrido após o Julgamento de Pilatos e a Via Dolorosa! (Padre Abib explica tudo isso NESTE sensacional vídeo).
Mas isto tudo não constitui ainda o Milagre do Sudário propriamente dito: o que caracteriza o milagre divino previamente planejado (para dar uma prova concreta àquelas almas a quem a fé jamais chegaria por dom inato) é o fato de que a imagem ‘impressa’ no misterioso pano não chegou ao tecido por conta de nenhuma pintura externa, e sim por um tipo de emanação energética, ou como se uma implosão radioativa o tivesse ‘aquecido’ ao ponto de imprimir no linho as manchas produzidas pelo sangue que jorrou do corpo massacrado, de modo indelével ou até que chegasse aos nossos dias e a Ciência ficasse ‘confusa’ ou pasma com o mistério, sem saber dizer com segurança O QUE provocou aquilo tudo! – Lembrar que agora os sinais de radiação ionizante – ou outra – já foram detectados pelos mais modernos aparelhos de medição radioativa, a ponto de por em dúvida a exatidão do teste com o isótopo 14! (O último programa científico exibido sobre o Sudário na TV a cabo já trazia esta novidade da descoberta da radiação, o que faz calar os nossos mais renitentes ceticismos – há também outras fontes tocando no assunto, como ESTA aqui).
Enfim, voltando ao argumento da permissão de Deus para provas concretas de si mesmo a almas incrédulas por natureza, enxergamos no Santo Sudário a peça que faltava no grande quebra-cabeças da Revelação, a qual vai muito além do que desejariam os defensores da fé-cega, que levam mais em conta a beatice da fé que a misericórdia do coração de Deus, do Deus que sonda os corações e sabe, desde antes de toda a Eternidade, que algumas almas livres poderiam ser feitas de tal modo (ou prejudicadas por tal matéria) que seus corações jamais se abrissem à fé, como parece ser o caso de São Tomé e tantos céticos da Humanidade. Ora: como Deus poderia mostrar SUAS FERIDAS aos ‘Tomés’ que nascessem nos Séculos XX e XXI? Como os “Tomés-cientistas” poderiam se ajoelhar diante de Jesus e dizer “Meu Senhor e meu Deus”, a não ser quando seus aparelhinhos apontassem um Milagre verdadeiro comprovado numa impressão-em-pano do tempo do Nazareno? Eis aí a resposta: Só uma misericórdia que quer salvar a todos explica tal operação de Deus, muito muito muito além do que merecia receber a incredulidade humana!