Certo dia, sem pestanejar, Jesus disse que “nada ficará encoberto que não seja revelado”. Todavia estamos no tempo dos falsos profetas, onde nenhuma notícia merece crédito. Então, como crer numa revelação verdadeira?
Foi um registro efetuado por São Mateus, que o relatou no capítulo 10 (versos 26 e 27) de seu Evangelho, com seus paralelos nos demais evangelhos, sobretudo nos sinóticos. O registro traz a palavra do próprio Cristo, garantindo a nós que “nada ficará encoberto” ou que “tudo será revelado”: tememos que isto seja uma declaração que vai de encontro aos alertas – também de Cristo – que nos pedem para não crer em “falsos profetas”, que apareceriam em profusão nos últimos dias (Mt 24,4-5 e 11). Pois bem. Este artigo irá se ater ao registro de Mateus 10 e não terá qualquer constrangimento de assumir que, assim como espalhar a boataria mentirosa é obra típica do inimigo, crer sem ver é ordenança típica de Jesus (João 20,27-29) e um dos artifícios mais importantes na construção da fé pessoal que deve nutrir e nortear todas as relações entre crentes.
Além do mais, há uma raiz de maldade na descrença entre crentes que é um prato cheio para satanás se aproveitar e desintegrar toda a segurança dos testemunhos individuais, prejudicando a infra-estrutura psicossocial das igrejas e pondo a perder todo o ingente esforço divino para unir os irmãos-na-fé no ideal da confiança mútua. Sem a crença de uns para com os outros, cria-se o pseudo-cristianismo onde ninguém confia em ninguém, e com isso toda a caridade se esvai como água por entre os dedos, descendo para o esgoto do ceticismo e do imobilismo.
É uma questão muito séria. O amor é o termômetro das relações entre cristãos, e sem ele não há sociedade cristã. Se um crente não confiar noutro crente, eles jamais formarão uma igreja, e derrubarão o verso onde Jesus ensina que a igreja está “onde houver dois ou três reunidos em meu nome”. Se nós crentes julgamos a fé às vezes até mais importante do que o amor (um absurdo, mas acontece!), então nós deveríamos saber que o amor só subsiste por meio da fé, que equivale à confiança necessária para a plena fruição do nobre sentimento. Se para amarmos a Deus, diz-se que é preciso crer nele (confiar de olhos fechados), o mesmo deve valer para as relações interpessoais entre crentes, e João sentiu isso com tanta força que chamou de mentiroso o cristão que diz amar a Deus e odiar sem irmão. Ou seja: não existe amor a Deus sem confiar nele, assim como não existe amor ao próximo sem confiança no próximo. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo equivale a dizer que a mesma fé que você tem em Deus e em si mesmo, é para estar operante nas suas relações com o próximo, sobretudo se ele for um irmão-na-fé (Gl 6,10).
Todavia há trechos nas Escrituras onde a confiança no próximo é posta em dúvida (Jr 17,5) e é isso que plasma o nosso debate: afinal, deve-se confiar no próximo ou não? Se o próximo não merece confiança, sobretudo nesta nossa geração perversa, como Jesus pede para “confiar” nas revelações proféticas, como Mateus 10,26 insinua?… É um dilema difícil e problemático para destrinchar, pois acarreta, por um lado, periclitar a segurança dos crentes (dentro de um mundo falso e tresloucado) ou, por outro lado, desmoralizar todo o galardão da confiança pedida pelo próprio Cristo, como bem expressou a Escritura em Hb 10,35.
É claro que alguém dirá que a confiança citada é dirigida a Deus, e não aos homens! Porém, se assim for, não seria também o amor citado em João 13,34-35 uma exortação apenas para o Ágape? Todavia, este trecho é claríssimo e se refere ao amor ao próximo! É o mesmo que se expressa ao dizer que “todas as vezes que fizerdes o bem a um destes pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40). Logo, se é Jesus quem estava DENTRO DO PRÓXIMO (“Ele está no meio de nós”) e por isso nossa caridade terá valor, então a confiança no próximo é “obrigatória”, se quisermos confiar em Deus! Lógica pura!
Aqui chegamos ao nosso argumento. Estamos numa era decisiva, onde a volta de Jesus pode estar às portas, a julgar pela velocidade e gravidade dos sinais meteorológicos e espaciais que temos recebido. As notícias estão quentes e preocupantes, e não estão chegando de poucas fontes, e na maioria das vezes nem são oriundas de crentes (“se vocês se calarem, até as pedras clamarão”), pelo contrário, algumas chegam de sites e pesquisadores céticos. Com efeito, também têm chegado contra-notícias ou contra-informações, na maioria das vezes preocupadas em desmentir as primeiras (o que é sintomático!) do que em informar corretamente nestas últimas, apagando ainda mais a luz sobre fenômenos longe do interesse das massas alienadas.
Portanto, tudo é um mistério, e ninguém parece interessado em diminuir a escuridão que reina em torno dos fatos, mormente de eventos relacionados ao clima, à Lua e ao Sol; sobretudo este, que é quem forma o instrumento precípuo de medição da temperatura profética. E pior: parece que os principais interessados em deixar o povão desinformado são justamente aqueles que deveriam servir a Deus, como as grandes organizações religiosas de um modo geral. Além da igreja, também se omitem os cientistas (talvez eles também tenham sido vítimas da sonegação de informações por parte dos “cientistas-militares”), as escolas, as faculdades, os atuais autores de livros, os próprios militares e os governos por eles influenciados. Enfim, ninguém, exceto os NERDs de óculos fundo-de-garrafa, em quem ninguém se atreve a confiar, está informando nada, e nessa onda se afoga todo mundo.
Mas, e se os NERDs tiverem razão? Se estiver havendo de fato sinais de esgotamento do sol? Ou sinais de uma “parada” na rotação da Terra? Sinais de uma anomalia na órbita lunar? Ou outra coisa grave que “a hierarquia” guarda para si? Enfim, como enfrentar tal realidade?… Se Jesus garantiu que um dia nada ficaria encoberto, se deixou claro quais seriam os sinais (sol, lua, sinais na terra e no céu) e se os dados que nos chegam são verdadeiros, então como “ficar de pé” (Lc 21,36) diante de coisas irreversíveis e inalteráveis como as profecias divinas? Não é chegada a hora de “fugirmos” para os campos e montes? (Mt 24,16-18)… Não devemos fazer como a família de Noé, que se preparou bem e pôde receber a chuva? (I Pe 3,20 e Mt 25,1-13).
Finalmente, caro leitor, a maré não está pra peixe, literalmente. E assim não podemos avançar. Nada poderemos fazer sem o esforço da busca pela verdade (Mt 7,7-8) que pode estar bem ali, acima de nossas cabeças ou ao nosso redor, gemendo como aquela que está para dar a luz. Num tempo de descrença generalizada e de homens que não merecem confiança, o máximo que podemos sugerir é uma esmerada pesquisa acerca do assunto, dentro e fora da Internet, além da manutenção do espírito de alerta que deve galvanizar o coração dos crentes, à espera de seu Senhor. Este autor crê que pode dizer que está feliz com as pesquisas, e por isso a estimula para os outros, porque qualquer um pode descobrir a verdade, segundo o versículo que acabamos de ler. Agora, se o leitor vai ficar feliz com a resposta, ou pelo menos, seguro, ah, isso eu não sei. Mas o pedido foi para que nos alegrássemos com as notícias (Lc 21,28).