Impossível haver boa política sem o Cristianismo

A falta de valores morais em todos os quadrantes do planeta explica porque nada dá certo nos planos governamentais de todos os países, até que Jesus volte.

Cidadania com Jesus-2Recentemente assistimos o excelente programa “RODA VIVA” com Hélio Bicudo e Janaína Paschoal (veja que show de assertividade NESTE link) e a síntese final de tudo o que argumentaram os dois convidados do programa é “que a falta de valores morais é o grande inimigo do progresso humano, em todos os quadrantes do planeta”. Ali não se apontou as Direitas ou as Esquerdas como falhas ou como responsáveis pelos desmandos dos maus governos, e sim que a falta de valores morais em todas as áreas constitui o estopim e o corolário de todas as tragédias humanas que transparecem na corrupção generalizada de nossos dias.

Esta Escola já havia escrito por diversas vezes acerca da importância vital de um amplo e profundo regramento moral para a evolução da Humanidade e até para a salvação das almas, pois até mesmo o Deus de amor só oferece o seu perdão para quem perdoar o seu próximo, e isso é regra básica da Moralidade Universal, ou da Lei da Natureza Humana de que falava CS Lewis (e é o que diz o centro da oração do PAI NOSSO, que o próprio Jesus nos ensinou!).

William Lane CraigO filósofo cristão William Lane Craig (foto ao lado) explicou isso muito bem em seu extraordinário artigo intitulado “O Argumento da Lei Moral” (veja AQUI), e assim a “Lei do Certo e do Errado” é condição sine qua non para tudo, até para provar a existência de Deus, pois sem uma precisa noção de Certo X Errado, não há qualquer sentido em se supor que “ALGUÉM” tenha criado o universo e muito menos a consciência humana.

Com efeito, há algo acontecendo precisamente agora, na pós-modernidade, que espanta pelo “ineditismo” e assusta pela força avassaladora com que se impõe ao mundo todo, a saber, a ausência total de regramento moral, como se toda a tradição que nos informa sobre direitos e deveres, sobre agir bem e agir mal, sobre bondade e maldade, não passasse de mera convenção cultural e particular, própria de cada país, povo e região. Em razão disso, não é exagero e muito menos incorreção dizer que o único e último baluarte de reserva moral do mundo é o Cristianismo, e se ele porventura for desprezado ou sepultado, nada mais haverá que impeça o planeta inteiro de cair no abismo da imoralidade, onde regra alguma terá mais valor e onde imperará o “salve-se quem puder!”…

Bicudo, Reale e JanaínaLogo, com isto em mente, agora podemos ver a “exatidão perfeita” (com perdão do pleonasmo) da palavra de Hélio Bicudo, Miguel Reale e Janaína Paschoal (Janaína é poesia pura! Veja AQUI), quando, interpelados sobre se estariam advogando em defesa das Direitas em face da corrupção das Esquerdas, responderam que nem uma coisa nem outra, mas sim a necessidade de se reintroduzir a Ética e os valores morais no mundo, sem o que nenhum governo estará livre de terminar na mesma latrina onde o PT caiu, por culpa do total desprezo da Moralidade defendida pelo Cristianismo (o Canal Ca3 preparou um vídeo sobre este assunto – assista AQUI).

Aqui chegamos ao nosso título/argumento: é impossível haver qualquer boa política ou política de vergonha sem o Cristianismo, pois só ele garante a seriedade e severidade da Lei Moral, único instrumento salvador da pátria e de toda a Terra. Só ele diz que um deus (O Criador do Universo, Deus com Letra maiúscula) irá pedir conta de quem não obedecer à Moral cristã, aquela que ensina o caminho do bem iluminando o caminho do mal. Só ele é capaz de substituir QUALQUER OUTRA autoridade com vantagens, pois só ele aproxima o Criador de suas criaturas e as faz respeitarem-no e obedecê-LO. Logo, se o Comunismo, o Socialismo ou o Lulopetismo são ateus, então não aprovam o Cristianismo nem o Cristianismo os aprova! Eis porque detestam a Moral e agem como se ela não existisse, metendo a mão na coisa pública e roubando a nação.

Homem isolado pelo pecadoPorquanto ao Homem sozinho, após milênios de atuação sob efeito da Queda original, não é mais possível fazer QUALQUER COISA (João 15,5) para consertar-se e, pelo contrário, não quer consertar-se porque passou a gozar com a desobediência e a pseudo liberdade de uma vida supostamente independente de Deus. Isto explica direitinho todo o quadro atual encontrado no mundo, e em especial no Terceiro Mundo, lá onde reinam republiquetas pró-comunismo.

Finalmente, a nossa esperança, ainda que moribunda com a realidade dos últimos anos, fica um pouco acesa ao assistir gente como Hélio Bicudo e Janaína Paschoal a destilarem suas convicções de que a falta de valores morais é o grande abismo em que caiu a Humanidade, e de que a reintrodução da Moralidade é a única forma de resgatar o ser humano do inferno em que se meteu (uma vez que todos os valores éticos foram extintos ou desintegrados com a escalada do materialismo e do hedonismo no mundo, do que se aproveitam todos os corruptos para iludir o povo e continuar suas vidas de impunidade, vivendo “acima da lei”). O único caminho então parece ser pedir a Deus que intervenha neste mundo em defesa da minoria, ou seja, daqueles poucos que estão vendo o quadro atual a desmoronar como livros ao fogo, e sem ter poder político algum para fazer justiça.

 

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Deus aceitou ser provado por via indireta

A presença cada vez mais insidiosa de céticos nesta geração materialista é tão acintosa que pode até influenciar crentes ao desânimo e à desesperança, dadas as ‘evidências’ cada vez mais aparentes de que o planeta Terra está à deriva, como o livro do Gênesis nos leva a prever. Então, como Deus pôde resolver tão intrincado problema e apresentar a si próprio sem poder dar nenhuma prova concreta de si mesmo?

Arquivo-X ='The_truth_is_out_there'“Deus deixou todo o quadro da descrença hiperbolizada atrelado às deduções lógicas da mente humana, por mais rasteira e medíocre que ela fosse. E a questão óbvia se mostra muito mais evidente agora neste tempo, bastando para isso utilizar o seguinte argumento: ‘Se em qualquer situação você for visitado por alguém, ou se um sujeito qualquer se aproximar de sua casa e abrir o portão de seu jardim, qual hipótese surgirá mais clara e segura em sua mente: a de que se trata de um grande homem, um bom samaritano que veio lhe trazer uma ótima notícia; ou se tratará de um marginal perigoso, cuja intenção será roubar sua casa ou lhe matar?’… Ora, aqui está o ‘X’ da questão! Veja…

“Deus sabia de antemão que se o Homem caísse, crer na existência de Deus seria muito mais difícil do que crer na existência do diabo, pois é lógico que o mal cresceria e ficaria muito mais evidente no Planeta inteiro! Assim sendo, sabendo que sua própria pessoa ‘sumiria’ diante das evidências crescentes e cada vez mais acintosas da maldade, Deus permitiu a manifestação do cúmulo da maldade de propósito… Pois, uma vez que o ápice da maldade chegasse, a própria maldade iria apontar para a existência de uma inteligência por trás do Mal, e este fato iria obrigar os céticos a ver que existe algo além da mera matéria física. E então, chegando à conclusão de que existe algo além da matéria física, embora sendo a maldade pura, este fato em si levaria ao raciocínio de que, se existe um mal inteligente no Além, obviamente existirá um Bem inteligente no Além, e foi Ele que permitiu todo o quadro atual diante do olhar humano”.

Cerebro have four lobes“É óbvio que mesmo assim Deus ainda estaria levando desvantagem, pois o único ser benigno inteligente que este quadro ensejaria na mente medíocre da Humanidade, seria o de um deus panteísta ou dualista, ou seja, um deus do bem em pé de igualdade com o deus do mal, dada a pobreza da noção de dualidade que acorre rapidamente ao cérebro humano ou à metade desse cérebro. Assim, a Humanidade imediatamente deduziria que de fato há duas forças enormes e ‘idênticas’ no cosmos, uma boa e uma ruim, e elas estariam em guerra desde o início, cada uma crendo que é boa e que a outra é má. Portanto, o acúmulo da maldade não levaria ninguém ao Deus cristão, mas pelo menos permitiria a crença de que algo além deste mundo existe, mesmo que ele esteja aparentemente vencido pela maldade, encontrada a cada dia mais espalhafatosa neste planeta”.

“Assim, todas as almas honestas que sinceramente não conseguissem crer em nada além do que seus olhos veem, poderiam ter este último recurso de crença, a saber, observar a maquinação inteligente do Mal no mundo e deduzir, em todos os mínimos recantos e por todos os mínimos sinais visíveis, que há alguma ‘intenção secreta’ na maldade, conduzindo cada ato mau ao seu ápice (angústia, depressão, loucura dor e todos os males físicos do corpo) e produzindo sempre o pior desespero de dor e sofrimento, e ainda ficando a se nutrir das emoções negativas que tal dor provoca!. Logo, com este quadro facilmente visualizável pelas almas de mente mais medíocre, a probabilidade de que essas mesmas almas ‘captem’ alguma luz do lado oposto, o lado da bondade, torna-se possível ou fica muito mais plausível de ocorrer, mesmo num mundo inteiro de céticos e corações de pedra”.Deus se prova indiretamenteEis então a única dedução obrigatória neste ponto: que Deus foi o grande prejudicado com a Queda do Homem, pois qualquer incursão na maldade levaria o seu praticante à imediata cegueira da bondade, e assim a figura de Deus estaria definitivamente desaparecida da mente humana, a qual iria sucumbir agora no meio de uma escuridão sem fim, pois a maldade lhe retiraria toda a luz física, mental e espiritual e o praticante da maldade perderia toda a memória da existência do Bem inteligente, como se este nunca tivesse existido e nunca o tivesse criado. Logo, se não fosse pelo amor louco de Deus por nós, e se não fosse por seu extraordinário poder, capaz de imiscuir-se nas mínimas coisas e deixar sinais – ainda que minúsculos – em toda parte, o Homem jamais se recuperaria da Queda e estaria fadado ao abismo sem fim, tragado pela vontade luciferiana, sem salvação alguma.

Eis porque o livro de Hebreus sentenciou aquela severa mas indireta exortação: “Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão e desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições do Espírito Santo segundo a sua vontade” (Hb 2,2-4). Logo, deixemos aos medíocres a descrença, e nos apeguemos à glória de possuir um Deus que encheu o mundo de sinais e prodígios eloquentes de sua existência ulterior, não dando margem a dúvida alguma de que, no meio dos sinais invisíveis aos céticos, está também a sua presença avassaladora, conduzindo todos os fatos ao beneplácito de sua vontade, até que todos cheguemos à plenitude da visão beatífica, conhecendo-O pessoalmente como por Ele somos conhecidos!

 

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O caráter voluntário e controlado da misericórdia divina

Ao dizer em sua palavra “Eu tenho Misericórdia de quem eu quiser ter”, Deus se apresenta como uma mente tão consciente de seus poderes que para entendê-LO bem, nem mesmo o Amor infinito seria um critério seguro, como se poderia esperar de um semideus com um ponto-cego em seu controle mental.

Coração misericordioso de Jesus-1O apóstolo s. Paulo diz, em sua Carta aos Romanos, capítulo 9, verso 15: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão”. Todavia este mesmo trecho bem traduzido diria o seguinte: “Eu tenho misericórdia de quem eu quiser ter”. Ouvindo outra vez esta impressionante sentença, as orelhas se curvariam para dentro e quase não querem mais ouvir, pois se trata da pior, da mais violenta ou da mais “independente” declaração de Deus à Humanidade, que até hoje acreditava contar com uma misericórdia infinita e até “automática”, “tamanho era o Amor de Deus” no entendimento do Zé povão. Ledo engano. Enfim, é esta batata quente que vamos tentar descascar aqui.

O único Deus verdadeiro, na sua unidade divina em três pessoas distintas, para estar em conformidade com a mais alta teologia (a Teologia da Trindade), precisaria ter todos os atributos lógicos da onipotência e do infinito, e infelizmente e Humanidade se esquece de muitos desses atributos, como a humildade infinita e a justiça perfeita. Mas também sempre escapou, da consciência do homem natural, a questão da voluntariosidade do coração de Deus, que é inteiramente diferente do coração humano, porque controla tudo, dentro e fora de si.

Neste sentido, não há nada nele que pudesse significar algum gesto impensado ou qualquer reação impulsiva, por conta de um ato reflexo ou um repuxo de nervos. Não. Ele é todo controle e controla tudo, sendo a medida exata da perfeição organizacional, onde tudo sempre sai como planejado e organizado, exceto se Ele mesmo permitisse o contrário. Sua exatidão psicológica e sua inteligência emocional jamais permitiriam, como consequência do próprio fato de ser perfeito, que Ele cometesse algum ato “fora de sua vigilância insone”, e por isso episódios como aquele “do roupão de Jesus”, do qual Ele disse: “senti que de mim saiu poder” (Lc 8,46), jamais poderiam acontecer em qualquer mundo, a não ser que Ele próprio suspendesse a sua vigilância insone, permitindo fenômenos “meio involuntários” numa mente divina.Filho-pródigoAqui chegamos à Misericórdia voluntária. Muitos de nós sempre pensamos que Deus-pai, à moda do pai do filho pródigo, seria capaz de correr pelos campos para abraçar o filho perdido que volta imundo, independente do quão nefasto tenha sido o rapazote, e o quanto de maldade tenha praticado, mesmo que nessas maldades tivesse estuprado criancinhas. Muitos de nós chegamos a pensar que Deus “nem olharia mais o passado do cara”, e assumiria que o mancebo se arrependeu de fato e de direito, e agora já estava livre de todos os seus vícios, como pensam os protestantes quando dizem que as almas passam pelo arrependimento quando se entregam a Jesus (como se as almas tivessem que se arrepender apenas uma vez na vida e já ficassem livres de seus vícios!).

Mas Deus não vê como o homem vê! Para o Pai do Céu correr atrás de nós antes de voltarmos à casa paterna, Ele já olhou nosso coração e já verificou se aquelas lágrimas patéticas eram de fato arrependimento ou fingimento, e jamais nos abraçará sem que a resposta seja “sim-SIM não-NÃO”! (Mt 5,37)… E pior: Sua inescrutável justiça é tão intrincada que nenhum critério humano se encaixa nela, como ficou claro na parábola do administrador do campo (Mt 20,1-16: o versículo 15 traz a bofetada final). Porquanto o pai pode correr para abraçar o filho mesmo que ele não tenha se arrependido de nada; e também pode negar o abraço para aquele que não cometeu pecado algum, como parece ter sido o caso do outro filho, irmão do filho pródigo (Lc 15,29-32).

Isto posto, a declaração dada a Moisés e reproduzida por Paulo em Rm 9,15 deve ser encarada como a mais nua e crua verdade passada desapercebidamente por nós, talvez mal acostumados a ouvir o povão gritar babaquices e a ouvir nossa própria ignorância interior a sussurrar: “Não se preocupe e faça o que lhe der na telha: Deus é tão misericordioso que um dia sairá poder do roupão dele e você será curado quase que involuntariamente por Jesus, tal como Ele curou a mulher com hemorragia!”. Tosco engano! É bom repetir isso sempre para perturbar o sono de nossa alma…

Mulher do fluxo de sangueQuando chegarmos ao Juízo Final, Ele não estará com o “roupão mágico” de Jesus, e terá misericórdia 100% consciente, e somente após verificar se seu coração já deixou de ser de pedra e passou a ser de carne, e agora de uma carne ressurreta! Não se engane: Ele provará ali que terá misericórdia de quem quiser ter, e não de quem achou que merecia! As ingentes surpresas que todos terão no Juízo Final (apontadas pelos profetas) se darão justamente por isso: porque muitos que para nós mereciam o inferno, Ele quis salvar e correu para abraçá-los ainda imundos, antes mesmo de estarem no caminho certo da volta para casa (quem vai saber por quê?). E muitos que para nós mereciam o Céu, veremos do lado esquerdo dEle! (Mt 25,41).

Enfim, Ele se apieda das almas que agradaram estranhamente o seu “estranho” coração (‘estranho’ para nós injustos), e não daquelas que nós julgávamos capazes de agradá-LO!. Ele não ouvirá as nossas orações como muitos dizem, “indistintamente”, mas escolherá voluntariamente aquelas que sua retaguarda retribuirá. Ele salvará somente os que para Ele O amaram, e não os que nós acreditávamos amá-LO. Quase ouço palmas dos calvinistas, mas não há aqui nenhuma abertura para a possibilidade de uma salvação preconcebida. Se você é cristão e não está acostumado a humilhar-se diante do Mistério Supremo, então está na hora de fazê-lo, antes que cheguem os maus dias em que não sentirá mais nenhum prazer ou nenhuma energia para se iludir.

 

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Um milagre chamado Eridam Junior

A história registra muitos casos de protestantes que se converteram ao Catolicismo Romano. Isto é fato. Porém a grande maioria dos convertidos reluta e se mantém arredio à ideia de possuir estátuas de santos, devido ao grave dano psíquico produzido pela lavagem cerebral dos “evangélicos”.

Linda frase sobre a alma de Eridam1É claro que mencionar a conversão de católicos para o meio protestante é chover no molhado, pois se bem me lembro as estatísticas apontam muito mais este fenômeno do que o contrário, quando “evangélicos” se convertem ao Catolicismo ou mesmo quando retornam à sua antiga igreja-mãe. E apresso-me para acudir esta afirmação, pois aqui os protestantes irão pensar que estou elogiando o movimento egresso dos reformadores! Ledo engano! Estou dizendo que há mais conversões de católicos ao protestantismo não em razão de seu melhor discurso ou doutrina, mas justamente porque, encontrando almas superficiais em qualquer sistema, qualquer doutrinazinha de vento entra fácil, e é esta dualidade “mente superficial X doutrina simplória” que as estatísticas indicam, porque a Doutrina de Deus (a Verdade Final) é profunda demais e complicada demais para atrair alminhas fúteis e alienadas, que mal conseguiram aprender a ler.

Eis porque a igreja dita “evangélica” possui muito mais testemunhos de conversão de católicos do que o contrário, e isto deveria envergonhá-los tanto quanto a nós nos honra, pois quem quer que entre e se mantenha no Catolicismo Romano tem a cabeça muito melhor e mais densa, ao ponto de ter conseguido equacionar aquela parafernália de meandros ora elevados ora profundos que constituem a sã doutrina, tal como explicada pelo Sagrado Magistério e resumidamente divulgada no Novo Catecismo da ICAR.

anjo203Pior, os ditos “convertidos” (tão superficiais ao ponto de pensar que uma mera declaração de fé em Cristo converte alguém!) passam a incorporar imediatamente as figuras – de linguagem – e as viseiras hermenêuticas de uma única compreensão da divindade, como se o fato de Deus ser único reduzisse de alguma forma a sua santa complexidade, ou como se a destruição de um planeta inteiro (incluindo o Homem inteiro em corpo, mente e alma) significasse apenas uma vela que foi apagada pelo vento, bastando para isso Deus reacendê-la. Ora; nem uma coisa nem outra! Um planeta não se destroi com um mero sopro, pois os ventos não alcançam os abismos dimensionais e muito menos as influências gravitacionais das emanações de quem lhe segura em órbita, e por isso uma hecatombe planetária precisa de uma permissão especial de Deus para ocorrer, após a liberação dos anjos ceifeiros do cosmos. Da mesma forma, a teia infinitesimal de pecados em que o enrolado coração humano caiu não pode ser desenrolada sem um esforço voluntário da alma na direção oposta, o que significa mudar a vida toda, de tal sorte que hábitos seculares sejam sustados, gostos abandonados, esforços direcionados, lavagens permitidas até à alma, enfim, uma verdadeira cirurgia cósmica de alta complexidade! E tudo isso com a plena e alegre permissão de cada alma, que geralmente adora sua vida anterior, ama seu modo de ser e gosta demais dos hábitos que adquiriu, acomodando-se no prazer decorrente do uso de sua liberdade pessoal.

Como Deus poderá “mexer” nessa alma? Aliás, como essa alma mexerá em si? Sim, Deus já fez tudo o que precisava e podia fazer na cruz: a parte DELE Ele já cumpriu por inteiro! Porém a parte dele cobre apenas o caminho de volta para o Paraíso: não os vícios mantidos e carregados com tanto prazer! Como Deus poderá lavar vícios que as almas amam sem que elas mesmas permitam a lavagem? Eis aí o problema da mensagem protestante: eles apresentam uma solução bonita (seria linda se fosse 100% verdadeira) mas incapaz de alcançar toda a complexidade da perdição das almas! É lindo dizer que a fé em Jesus salva, mas como salvará sem a voluntária conversão diária e eterna, e sem que as almas estejam constantemente a abrir mão de seus vícios e prazeres secretos? Aqui morre a história das estatísticas a favor da conversão de católicos às igrejas protestantes, e morre a veracidade da interpretação bíblica do protestantismo, afogada em sua mera saliva virótica.

Por que tive que fazer uma introdução tão grande para falar de um milagre especial, chamado Eridam Junior? Porque as histórias de gente que aderiu ao catolicismo na esteira de pais que acostumaram suas crianças a ir à missa todos os domingos; ou de crianças que receberam freiras católicas como professoras de “moral e cívica” em casa; ou de gente que ouviu o padre Abib e decidiu fazer um curso de Espírito Santo no grupo Shalom; ou de gente que ouviu padre Fábio de Melo (que é quase protestante) ou outros padres “populistas” e se sentiu “chamado” para o seio de Maria, ah, essas histórias são tão comuns e prosaicas que “nem fedem nem cheiram”, ou nem significam evento algum, ou que pouca diferença fazem na gloriosa estatística dos verdadeiros santos católicos!

Lewis e ChestertonEu mesmo retornei ao Catolicismo quase sem sair de lá, pois na longa volta que dei fui iluminado constantemente por gente como CS Lewis e GK Chesterton, o primeiro sendo um anglicano com fé em todas – TODAS – as doutrinas católicas, inclusive o Purgatório (que decide tudo), e o segundo sendo ele mesmo católico, e apresentando o Catolicismo do modo mais profundo e sutil de que se tem notícia no meio cristão, desde que católicos começaram a fazer a difícil defesa da fé cristã, muito antes do mundo ter se tornado cada vez mais dividido, confuso e superficial como o mundo pós-moderno.

Assim, tive que fazer a longa introdução porque a adesão (falarei de conversão depois) de uma alma como a de um certo Eridam Junior constituiu um tipo de ocorrência por demais bombástica, embora ele, com a humildade própria dos santos, nunca fez alarde de sua colossal transformação interior, e certamente morreria sem fazer, pois ele também aprendeu com Lewis que estas glórias pessoais não nos cabe fazer, pelo contrário, que somente na alteridade as podemos ouvir, quando vierem da boca de terceiros, se possível, da boca de ex-inimigos.

Linda frase sobre a alma de Eridam2José Eridam Gonçalves Junior praticamente nasceu na igreja protestante, tendo sido educado e edificado no seio da igreja batista tradicional, da qual ouviu, como discípulo fiel, incontáveis lições da Escola Bíblica Dominical, não apenas sob a orientação vigilante de bons pastores, mas também sob os cuidados e interesses espirituais de sua família, igualmente protestante, e com a mesma trajetória de inculcação à superficialidade doutrinal, com a qual as crianças, adolescentes e jovens “evangélicos” são formados. E os olhos do Senhor estavam sobre ele (“ó pecador tens sorte bendita”, dizia um velho hino cantado em sua igreja) e por ele se debruçaram para levá-lo e elevá-lo a um outro olhar.

Numa certa altura de sua vida, lá pelos idos de 1979, sua igreja viu chegar um outro jovem, este já instruído por CS Lewis, que imediatamente procurou o pastor da igreja para reclamar o espaço que as outras igrejas o haviam negado, e aquele pastor, talvez ainda iludido pela possibilidade de encontrar ali um outro bom dizimista, abriu o espaço para o novo jovem ensinar em sua igreja, e este também se iludiu com a ilusão do pastor, e passou a abrir sua boca como o destilar dos favos, sem deixar escapar nenhuma gota do precioso vinho.

LONGE_DO_PLANETA_SILENCIOSO2Até que um dia o pastor leu um trecho de CS Lewis que o espantou, e com ele passou a acreditar que aquele jovem tinha interpretado Lewis “lewisianamente”, e assim poderia ensinar “heresias” na sua igreja. Após o baque e a saída compulsória de mais uma igreja em sua vida, o jovem viu Eridam Junior acompanhá-lo ao seu grupo doméstico de estudos, e ali se manter, embora nunca jamais abandonando de vez a sua denominação, enquanto membro de outra igreja batista que tinha um pastor mais “desligado de heresias”. A rigor, poder-se-ia dizer que a saída da primeira igreja, por parte de Eridam, teria sido apenas uma mudança de igreja, e não uma mudança de doutrina. E este quadro perdurou muitos e muitos anos, até os últimos anos da primeira década do Século XXI.

Note que os livros e os ensinos de Lewis da parte do outro jovem continuavam ocorrendo, e o grupo havia se mudado para a residência de um “pastor retirado”, na qual funcionou até meados de 2013 (se bem me lembro). Sinais de mudanças haviam em toda parte. O pastor continuava pastor, mais ou menos como um ex-padre continua padre. Um outro membro do grupo, de boa compleição física, já havia mudado o suficiente para retirar-se sozinho de nossa companhia, encontrando no grupo sinais de outra “heresia”, defendendo sua saída com respostas protestantes (estranhamente).

Desfeito o grupo, qual não foi minha surpresa ao constatar que, Eridam Junior, além de operar mudanças tais de conversões constantes encontradas na vida de todos os grandes santos, havia finalmente conseguido abrir os olhos para a luz inefável de Maria Santíssima, e agora já defendia com alegria, unhas e dentes, sua nova visão do Cristianismo, confessando-se católico apostólico romano em prosa e verso, e em confessionário. Agora uma nova voz de Deus, certeira e poderosa pela boca de uma conversão genuína, se fazia ouvir nos bairros distantes, em igrejas de santos vivos e esculpidos, e se possível pregando a velhos irmãos iludidos pela superficialidade da fé que um dia também o iludiu.

Pavão e sua cauda a louvar a DeusAli estava uma conversão “explosiva”, ou absolutamente vistosa como rabo de pavão, brilhando na ribalta como brilham os eldila revelados pelo Dr. ER. Era uma alma 100% protestante que chegava, e não que voltava, pois nunca havia sido católico! Por isso mesmo, o Catolicismo para ela deveria ser, pela lógica, 100% inusitado, 100% novo, surpreendente, como diria Lewis ao analisar um fato real. Foi um milagre que nunca ocorreu comigo, pois eu nunca fui 100% protestante, porque “na primeira de copas”, ou cerca de 10 anos antes de “me entregar” à igreja batista, Deus já havia me entregado CS Lewis, e foi Lewis quem me deixou entrever, durante todo o tempo, os mistérios lógicos da doutrina católica e as superficialidades da doutrina protestante. Quando eu passei a frequentar a igreja católica, a igreja já estava dentro de mim há mais de 40 anos! Eridam não tinha a igreja católica dentro dele: ele a abraçou tão firmemente como um filho perdido abraça a sua mãe!

É claro que esta carta aberta é um resumo de todos os fatos, um resumo pobre e dilapidado por uma memória falha, e que precisaria de uma ajuda dele mesmo, Eridam, para ter mais exatidão nas suas lembranças e alegações. Mas não faz mal. Estou feliz por tê-los exposto, antes de me encontrar com ele na Glória (como diriam os protestantes), ou em Nárnia (como diria Lewis), ou no seio de Maria, como diria a Santa Sé. O milagre chamado Eridam Junior possui a grandeza de um coral de anjos celestiais, que trouxeram aos escritores canônicos a notícia de que aquela única alma promoveu mais alegria no Céu do que 99 outras que “nunca haviam pecado”, ou de outras que o medo impediu de brilhar. Quando criança ouvi dizer que voltar à Santa Madre Eclésia era o mesmo que voltar à casa paterna, e por isso posso chamar Eridam de o filho pródigo, sem medo algum de ofendê-lo. Que Deus o guarde até aquele glorioso Dia, quando esta história ganhará a exatidão que merece.

 

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Por que um cristão deveria amar a igreja?

Se há uma coisa que parece um absurdo é essa história de um cristão amar a igreja. Ora, com tantos desmandos e pecados demonstrados por ela, e estando ela atualmente tão subserviente à mídia e ao populismo mais rasteiro, como salvar a ideia daquele sentimento de Jesus que a Bíblia chamou de “o zelo de tua casa me consumirá”?

Levando uma igreja-2O maior mandamento da Lei de Deus é ‘amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, numa expressão talvez a mais conhecida da história do Cristianismo. Na noção de “próximo”, que Jesus fez questão de pontuar e que é muito ampla e polissêmica, está também a ideia de “igreja”, e todo cristão sabe que “nós somos a igreja”, bem como que nosso corpo é o santuário do Espírito Santo, bem como que “o Reino de Deus está dentro de nós”. Logo, ipso facto, e em imediata dedução, amar à igreja é também amar ao próximo, e amar ao próximo é também amar à igreja.

Todavia e contudo, os entendimentos de qualquer assunto variam muito de pessoa pra pessoa, de cérebro para cérebro, e por isso esta Escola defende que a unanimidade é IMPOSSÍVEL, como o leitor pode ver NESTE link. Pior, quando o assunto tratado é o amor e os sentimentos humanos, então as compreensões de cada alma podem se tornar verdadeiros antagonismos, e só Deus poderá, no seu grande e justo Julgamento, entender e escolher quais pensamentos não ferem a lógica da Verdade e da caridade, e só assim a Humanidade saberá o quanto era ignorante e presunçosa.

Portanto, não estaria de modo algum ilógico inferir que se a liberdade de pensamento é tão ampla e diversificada, que os dois grandes ramos do Cristianismo pensassem diferente neste mister, sobretudo a partir de um conflito ideológico que motivou sua divisão, centrado sobre uma diferença fundamental que incide exatamente nesta questão, a saber, o grau de importância da igreja, que Lutero relativizou e de certo modo até “anulou”.

Com efeito, o leitor pode ver que a questão do amor à igreja não é uma questão simples, pelo contrário, que é tão bombástica que “rachou” o Cristianismo, provocando sem dúvida a maior ferida no Corpo de Cristo, que Ele queria unido e uníssono até o seu retorno à Terra. Assim sendo, como já é de conhecimento público acerca desta Escola, temos o nosso posicionamento claro exposto desde que a EAT foi fundada, e não seria possível tratar deste assunto sem partirmos de nossa própria ideia a respeito.

Somos uma Escola de Teologia Cristã com base no pensamento de Dr. CS Lewis, nosso mestre emérito, e é com base nele que afirmamos todas as nossas posições doutrinais e eclesiológicas. Neste sentido, podemos dizer que somos “católicos lewisianos”, pois embora enxerguemos algumas sutis diferenças entre o Catolicismo e o Lewisianismo (veja um exemplo NESTE link), em sua maior parte somos católico-romanos, inclusive na questão do amor à Igreja. Vamos explicar isso.

Para o nosso mais grato entendimento, Deus nos ajudou a encontrar, em todas as pesquisas que fizemos dentro e fora dos livros de Lewis, muitas convicções que hoje nos são sublimemente caras, pois ajudaram, inclusive, a salvar almas, dentre elas a nossa própria. Uma dessas convicções chegou a nós com o cheiro e o carinho de mãe, e passamos a observar, minuciosamente, as entranhas deste afeto de misericórdia que nos invadia, ao ponto de sentirmos saudade de igrejas que nunca visitamos!

Refiro-me ao fato de que o caráter particular e peculiar da maternidade mais humana perpassa sóbrio e tocante pela própria arquitetura das catedrais e templos católicos, como que a pintar um gigantesco colo de mãe a receber em seu seio os mais diversos tipos de filhos, por mais rebeldes que tenham sido até então. A atmosfera é toda doméstica como comida caseira, e não há mecanismos desumanos e desumanizadores a frequentar aqueles ambientes saudosos da Idade Média… Mas talvez apenas algumas poucas almas descubram essas coisas! (como também apenas alguns filhos sentem um carinho especial de suas mães e por suas mães).

Entretanto, os aspectos acima evocados referem-se basicamente à matéria densa, que certamente pagará pelos pecados de seus maus pastores e sacerdotes, e o próprio Pastor um dia profetizou sua sentença final, ao dizer – olhando para a igreja – que “não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”. Além de uma profecia lógica e 100% justa, é um lamento do Pai que ainda hoje ecoa nos corações dos filhos, aqueles que já estavam bem aconchegados em casa, à espera da volta do Filho Pródigo.

Porém nos aspectos teológicos e espirituais, a Mãe-Igreja jamais perdeu ou perderá o seu colo firme e o seu leite farto, apresentando aos filhos mais velhos o alimento sólido da verdade mais dura, e é aqui que a Grande-mãe aparece sóbria e majestosa, como Rainha e Noiva que é. Porquanto a sábia Mãe sempre estará à frente de seus filhos em tudo, abrindo seu imenso coração e seus perspicazes lábios para instruir na Verdade com amor, oferecendo aos rebentos estudiosos toda a luz que alcançou em suas elucubrações auxiliadas pelo seu Noivo, e por isso tudo o que ela diz deve servir de base para quaisquer inferências de quem se dispôs a ler e entender a Bíblia.

Catecismo da ICAR + recente-2016Aliás, a palavra da Mãe é tão sóbria que a própria Bíblia se ilumina com ela, como se pode verificar na leitura do Catecismo Católico, e daí ao Novo Catecismo e ao Futuro Catecismo, que vão granjeando boas novas mais novas a cada ano que passa! O exemplo mais famoso e antigo dessa verdade está na oração do Pai Nosso, que no Evangelho de Mateus termina com a expressão: “(…) e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. A Santa Mãe Eclésia então, vendo que a ideia “livrar do mal” deixava muito mal livre para atacar seus filhos, fechou o Pai Nosso com a expressão: “Livrai-nos de TODOS os perigos”, como só uma mãe sabe contar nos dedos, até que nenhum perigo reste vivo perto de seus filhos.

Mas a Mãe foi muito mais longe que isso. Ela estudou todas as leis, as reveladas e as ocultas, e delas deduziu coisas muito além do que podiam supor os melhores sonhos e os piores pesadelos de seus filhos. Sabendo ela que estes morreriam com dívidas pesadas e inconfessas ao seu Pai, e usando óculos com lentes de microscópio, descobriu evidências de uma restauração post mortem ensejada tão somente pela infinita misericórdia do Pai, pela qual deduziu um estágio de purificação anterior à santificação do Paraíso, e ao qual TODOS os seus filhos compareceriam, e até pediriam mesmo para comparecer ali, pois ela mesma deixaria no coração deles a vergonha de tentar entrar no Reino do Pai sem o perfume de Cristo, ou carregando a fedentina deste planeta infernal.

Daí que a santa mãe Igreja revela em cores fortes o Purgatório que a Bíblia revela em cores cinzentas, indo muito além da Escatologia Acadêmica de seus filhos “separados”, iludidos pela simplicidade inexistente na Revelação de Deus (e forçada pela preguiça mental do mundo decaído e influente sobre as mentes dos filhos separados dela). E foi além…

Igreja-guerreira-2A Igreja recebeu de Deus justamente este dom, que pode ser traduzido com diversas expressões bíblicas, como “discernimento de espíritos”, “profecia”, “presciência” e outras palavras especiais por estarem sempre muito longe de nossa visão reducionista, que tende ao zero pela acídia oriunda do pecado original. Neste sentido, então, muitas verdades essenciais, que estão na Bíblia apenas por uma alusão forçada ou por alto esforço de metaforização (que muitos detratores chamam de “cirurgia hermenêutica”), foram viabilizadas pelo pensar e repensar teológico da Santa Madre Eclésia, que, sempre sob impulso do Espírito que perscruta todas as coisas (I Co 2,10-16), vislumbra e traz a lume outros aspectos e fatos da Verdade que não foi possível à Bíblia explicitar, dada a grandeza e complexidade da Revelação Total (João 21,25).

Os mais famosos exemplos desta amplitude visual e da crescente abrangência da Revelação paulatina da Verdade até o fim dos tempos, incidem exatamente em questões que inquietam a mente humana e a convocam para crescer sem parar, sem descanso, e vendo sempre mais e mais longe, como Deus vê e quer que vejamos! Estas questões inquietantes recaem decisivamente sobre todos os meandros da Revelação Bíblica, inclusive em deduções, episódios e personagens não citados ou não relevantes, ou sobre fatos e pessoas aos quais nunca demos a importância que eles merecem.

O melhor exemplo dessas coisas é a evolução da Mariologia. A Igreja foi crescendo em sabedoria e graça diante de Deus e dos homens e abrindo cada vez mais os seus olhos, e assim podia ver, cada vez mais claramente, onde, como e em que Maria de Nazaré entrava na História da Salvação e na mente divina, sutil e soberanamente. E o raciocínio insistente desde o início, nos primeiros séculos do Cristianismo, era que a Humildade de Deus é infinita (assim como sua Misericórdia e sua Justiça) e que um ser infinitamente humilde teria uma relação diferente com a criatura humana, a começar do instante em que decidisse se submeter à criatura como um feto masculino, assumindo a condição de servo sofredor, inserido no contexto de uma família humana, pobre e sem horizontes.

Ao querer assumir esta condição, o aceitar ser um pobre israelita de um bolsão de miséria chamado “Galileia”, formando-se no útero de “uma maria qualquer”, paupérrima e semi-analfabeta nas elucubrações científico-filosóficas da época, nascendo inclusive no meio da fedentina de uma caverna usada para guardar – esterco de – gado bovino, eqüino e caprino, o único Deus do universo modificou violentamente a sua própria natureza em sua Segunda Pessoa da Trindade, seu Filho Cristo, e passou a desejar e amar a condição de mero homem sob um teto de palha, e sob os cuidados de uma família desfavorecida de $ mas favorecida da Graça: agora Ele era um menino-Deus, que tinha uma mãe e uma família humana, e pela qual lutaria até o fim de sua vida e a entronizaria em seu Reino escatológico, ao lado daqueles que passou a amar ou que já amava antes de os criar.

A partir dessa nova condição por Ele assumida com todo o Ágape divino, a Igreja viu logo que, se “uma maria qualquer”, recebe em seu ventre o próprio “Rei do Universo”, ela não poderia mesmo ser uma qualquer! Ora, ela é rainha, pois mãe de Rei é rainha! Ora, ela é divina, pois foi aquela a quem o próprio Deus quis ter como mãe! Então o próprio Deus, pelo seu amor infinito à sua mãe, não recusaria e até gostaria de vê-la chamada de “Mãe de Deus”. A partir desse ponto, as demais deduções da básica lógica desta verdade seriam relativamente fáceis de antever, pois cada descoberta de hoje aponta para as descobertas de amanhã, tal como uma primeira traição marital aponta para um divórcio.

Assim, se Maria pode ser chamada de Rainha e Mãe de Deus (contrariando violentamente as Testemunhas de Jeová que negam a divindade de Jesus), era lícito deduzir que ela teria um “trânsito” mais fácil até o Paraíso, como acontece com todos os mártires da fé cristã. Este trânsito facilitado por sua proximidade filial com o corpo de Jesus (inclusive biológica), que na terra seria chamada de “apadrinhamento” em ciência política, garante necessariamente toda a titulação a ela outorgada, bem como os “privilégios” contidos sob a expressão “cheia de Graça”, “Abençoada” e outras que os evangelistas canônicos já registravam.

Nossa Sra da DefesaDaí que as deduções posteriores da Igreja foram se mostrando cada vez mais lógicas e descortinando uma realidade celestial muito além do conceito de família paradisíaca, e Maria passou a comandar tudo, pois seu Filho jamais lhe negaria nada, muito menos o seu amor… Não porque não tivesse poder ou o negasse à nossa salvação, mas porque sua humildade infinita sempre quis ver sua própria Mãe-de-carne-e-osso a suplantar todos os obstáculos e bloqueios do inimigo de Deus, fazendo-o morrer da inveja que um dia sentiu de Eva, a quem desviou. Então deduzir que Maria era guerreira, lutadora, com espada na mão e tudo, foi só um passo. Um passo lógico. É lógico.

Para não tornar o artigo longo e cansativo, dizemos que todas as conclusões da Igreja sobre Nossa Senhora provam sua inteligência para com os sinais deixados na Revelação bíblica, aos quais todos os olhos inteligentes se voltariam, se tivessem se dado ao trabalho de pesquisar minuciosamente, seguindo a orientação de Paulo (“examinai tudo e retende o que é bom”) e de Jesus mesmo, quando nos pedia para observarmos bem as coisas, como os lírios do campo e as aves de céu (Maria também foi chamada de “Lírio de Deus” e “Ave Maria”).

Jesus dá Maria a João-7A última visão faltante é a da maternidade da Igreja. Da Igreja como família de Deus, família da fé. Maria é também Mãe da Igreja, que também se faz mãe-da-fé. De Maria pode-se dizer “minha mãe ou nossa mãe”, porque é mãe do nosso Salvador, que nos chamou de “irmãos”. O próprio Salvador a entregou e doou como Mãe a nós, representados por João Evangelista ao pé da cruz, que era o discípulo amado certamente porque amava muito mais à mãe dEle, e ao dar sua mãe a ele, deu-a a nós e nós agora temos uma mãe celestial. Está certa a Mãe-igreja quando prega “tudo por Jesus, nada sem Maria”. O filho pródigo também é uma alegre alegoria da volta à Casa da Mãe, com todas as razões de um bom retorno, pois o Pai que saiu ao caminho para receber o filho, muito tempo antes também havia recebido a Mãe na/da Igreja. E se um pai corre louco para reencontrar um filho perdido que volta sujo mas vivo, o quanto não correria uma mãe para agasalhá-lo e alimentá-lo?

E mais: Qual filho não ama a sua mãe? Qual bom filho não ama sua família, e ama viver nela, e sob os cuidados dela? E qual filho não se ofende quando não tratam bem à sua mãe? Eis aqui o retrato perfeito da realidade da Igreja: foi ela quem nos trouxe a Palavra de Deus, transmitindo-a primeiro oralmente, e depois por escrito. Sem a Igreja, não haveria Bíblia, e o caminho da salvação estaria muito mais dificultado e desacreditado. Sem Bíblia, conhecer Jesus talvez só ocorresse após a morte, se é que iríamos reconhecer a sua inefável luz no meio das trevas!

Enfim, por tudo isso, qual filho seria tão ingrato ao ponto de não amar aquela que por ele fez tudo e até sacrificou-se diariamente por sua saúde e longevidade? Aquela que sofreu horrores e perseguições para garantir a Verdade salvadora? O mapa da salvação… – Logo, ser cristão é antes de tudo amar a Igreja, nossa mãe na fé, que nos apresentou seu Filho, o Salvador. Sem Ele, aliás, sem ela, o que seria de nós? Ou qual mesquinho coração não nutriria amor por alguém que só nos fez o bem, agora que sabemos ter feito o nosso bem maior, a saber, garantir-nos entrada naquela família celestial onde o próprio Senhor se alegra de continuar sua vida sólida ao lado daquela que O criou?

 

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Erro catastrófico no entendimento da idolatria

“Deus primeiro pegou o barro, depois nos fez estátua, depois nos fez alma vivente, depois assoprou em nós o seu espírito” – com esta compreensão de uma velha teologia, não há outra expressão para designar o engano da idolatria na boca dos protestantes, a não ser uma tragédia.

IdolatriaConta-nos o livro do Gênesis que foi Deus o autor da matéria inerte de todo o universo, e também da matéria movente, como plantas e animais. O universo inteiro, desde a mais ínfima partícula subatômica até a mais colossal das galáxias, foi obra da criatividade de Deus, que então incorporou, num gigantesco quadro, todas as suas obras, tal como faz o pintor de uma paisagem a óleo numa tela de pano. E melhor, Deus viu que era bom, ou seja, que tudo o que inventou era bom, e nada deveria ter sido descartado. Por que este quadro mudou e até onde mudou?

Porque mudou todo mundo já sabe. É a velha história do pecado em que o Cristianismo Autêntico e esta Escola tanto batem. Talvez até já tenhamos “feito escola” ou corrente de pensamento com tudo o que já destilamos sobre a Tentação do Pecado Original, e de como o primeiro casal transmutou-se drasticamente com seu ato de desobediência, perdendo inclusive todo o controle sobre a Natureza e ficando a mercê desta. Neste artigo, portanto, e somente nele, assumimos que reteclar este assunto será desnecessário.

Mas até onde chegou a mudança operada pelo pecado original? Este sim é um ponto palpitante, e sua discussão pode galgar as estrelas. Nem mesmo CS Lewis ousou ir a tanto, o que demonstrou quando dois de seus personagens quiseram saber EM QUE os anjos maus pecaram, e Lewis, falando por Deus, sempre replicou: “Não cabe a vós outros a profundidade deste segredo, e cada um deve cuidar saber apenas de sua própria vida” (aqui expresso conforme nossa “tradução”).

Filho de Adão e Eva-02Ora amigo; arriscando tudo, ouso aventar a hipótese de que, assim como no primeiro pecado de Lúcifer, havia a inveja de enciumar-se contra a eleição da glória humana ao nível da glória angélica, assim também quando Adão pecou, seu coração amaldiçoado passou a sentir a mesma presunção de Lúcifer, e assim a inveja e o ciúme da matéria bateu-lhe forte, e ele passou a “condenar” qualquer coisa que não fosse “espírito” (para ele, ali no recém-perdido Paraíso, isto significava “anjos auxiliares”), e por aí toda a matéria passou a ser considerada escória, ralé, podridão e profanação.

Para Deus, tal sentimento era uma tragédia, pois aquilo que Ele criou e achou bom (Gn 1,31) foi ganhando antipatias crescentes entre as suas criaturas físicas mais nobres (os primatas espiritualizados) e com a antipatia das coisas veio também a antipatia dos corpos, e com esta veio depois o ódio ao próximo fisicamente próximo, até finalmente odiarem-se as próprias almas. Esta sequência trágica só era arrefecida quando um ramo menos espiritualizado passava a devotar tanta admiração pelo físico que confundia suas almas, que agora quase não distinguiam mais o Ágape dado a Deus do Fíleo dado aos deuses e às coisas. Os levitas chamaram isso de idolatria, pois ela tentava substituir o único ídolo digno do Ágape por algum ídolo interior, feito de presunção e achismo.

Estátuas de barroNote bem a palavra interior. Porquanto Deus nunca viu qualquer problema com o ídolo exterior, pois a matéria inerte nunca confundiu corações, mesmo na Era das Trevas. Pelo contrário: tendo o próprio Deus feito o primata espiritualizado a partir de um punhado de barro pegado do pó da terra, depois fazendo um boneco de barro como faz qualquer oleiro pobre, e só depois fazendo a “mágica” da vida fluir em suas veias com a força de uma psique espiritualizada por seu próprio Espírito, não haveria então qualquer objeção ao lugar utilitário glorioso da matéria densa, pelo contrário, Ele mesmo a fez como exemplo do que o Homem poderia fazer, como veículo para o apelo do espírito. Ele mesmo “demorou” para dar ‘vida-espírito’ ao boneco de barro, que, como qualquer boneco, serviu a Ele e teve um propósito nobre na pedagogia da Evolução das Espécies. [Releia este parágrafo para fixar bem as inúmeras implicações a pautar os próximos parágrafos].

Evolução físicaTodos os primatas, aliás, anteriores ao homo sapiens sapiens, não passavam de bonecos nas mãos do oleiro que, com sua eterna longanimidade, ia criando tudo ao sabor de suas “horas” eternas, sem que nenhum relógio de parede batesse para apressá-lo, e por isso a Terra teve tantos “bonecos” (macacos) antes do Homem espiritualizado ser despertado de seu sono barrento.

Melhor ainda, foi que quando as gerações dos novos primatas foram crescendo, até alcançarem o povo eleito de Israel, o próprio Deus usou a matéria física para criar imagens poderosas, tão poderosas que uma delas salvava quem olhasse para ela (a serpente de Moisés no deserto) e outra salvava a quem as lesse e as praticasse, as tábuas de pedra dos 10 Mandamentos, as quais prefiguravam o livro-bíblia, outra obra da matéria inerte que salva almas (I Coríntios 15,1-2).

Dentro da Bíblia, que deve ser venerada como qualquer outra obra (sacra) de escultura, há passagens em que meros objetos curavam e salvavam, como se viu no lenço dos apóstolos (Atos 19,11-12) e no Tanque de Siloé (João 9,7), que certamente jorrava uma “água benta” da melhor espécie, benzida por anjos. E aqui chegamos à Idade Média. Ou aos pecados cada vez maiores da entropia planetária que trouxe Lutero à cena histórica.

Lutero clássicoPor um lado, o grande teólogo alemão não entendeu a Verdade muito bem. Por outro lado, ele deve ter entendido “tão bem” que engendrou um plano para arruinar de vez a triunfante Noiva de Cristo; e a única hipótese da “Bela Dama” encontrar uma concorrente no mundo é se esta fosse ordinária e simplória, conquistando ordinários e simplórios (a maioria das massas, quase toda a Humanidade). E como conquistar simplórios senão acusando a Linda Noiva de mentirosa e idólatra, por manter em seus templos bonecos de barro como os que Deus fez antes de Adão? E mentir, acusando a Noiva de idolatrar falsos deuses? (Pior, há muitos templos Protestantes ostentando imagens, e mesmo assim eles as condenam, mas somente quando as veem na Igreja católica! Injustiça das injustiças: confira então NESTE vídeo).

Fugindo da única Verdade do único Deus, qualquer um poderia dizer que adora “em espírito e em verdade” porque Deus é espírito e verdade, e que condena estátuas porque elas não têm vida e não são O Único Ídolo digno de adoração (Cristo)! Ali estava o grande erro e engodo! Pois usar uma exortação de Yaveh (que falou contra os primatas loucos que confundiam o Deus Único com uma penca de semideuses) para impedir que o próprio Deus contemple as belíssimas obras da arte sacra a embelezar a Sua Casa de Oração onde sua Noiva desfila, é um crime contra a inocência divina! Porquanto Deus fez a matéria para o homem se embelezar e embelezar as coisas, e assim Ele mesmo fez as estátuas!Jesus e Maria em A Paixão de Cristo3Pior, este hediondo erro vai de encontro à Sublimidade da Matéria Física, a qual o próprio Deus usou para formar o corpo de seu único Filho, formando-o do barro do corpo de Maria e assoprando-lhe o seu próprio Espírito, como se estivesse fazendo um Segundo Adão. E mais, condenando a matéria que o artista transforma em estátua, terminam por condenar a matéria usada pelo próprio Jesus, pois seu amor pela matéria é de tal ordem que Ele assumiu entrar na Terra a partir de uma família de carne e osso, e com ela conviver a vida física inteira e depois, no Além, a Vida Eterna junto com sua Mãe, com José e todos nós, refazendo a matéria física de todo mundo naquilo que chamou de Ressurreição.

E mais: antes de descer ao mundo dos mortos, Ele novamente pegou a matéria física e, repartindo-a em pedaços feios, embelezou-os quando disse aos apóstolos que qualquer pessoa que comesse da sua carne (o mesmo pão que embelezou) viveria para sempre, instituindo a Eucaristia de seu Eterno Corpo, alimento para a nossa alma. Aquele pedacinho de pão, que a Noiva chamou de hóstia consagrada, passou a ser uma estátua viva de Jesus, tanto é que é digna de nossa adoração ao Santíssimo.

Deus sabe q sofremos - Philip YanceyE mais: há um capítulo desta história que até protestantes reconhecem, como o escritor Philip Yancey e o autor do hino cristão “Verei meu redentor”, que diz “Hei de ver, meu Redentor, os sinais dos cravos hei de contemplar”: Yansey explicou em seu livro “Deus sabe que sofremos” que o fato de Jesus ter mantido em seu corpo (mesmo após ressurreto e dentro do próprio Reino celestial) as marcas dos cravos, é um sinal inequívoco de que Ele concede à matéria um lugar especial na mecânica da salvação, pois se Deus desse valor apenas ao espírito (dentro do princípio mal interpretado de que “importa que os que O adorem O adorem em espírito e em verdade” – João 4,24), para quê deixar cicatrizes ‘tão feias’ em seu Corpo pós-ressurreição? Ora, se Ele é apenas espírito e se aceita apenas adoração “em espírito”, por que vai nos apresentar seu Corpo Físico com marcas de antigos golpes? Portanto, o próprio corpo do Senhor foi eleito por Ele como uma matéria venerável, e por isso a matéria tem o seu lugar eterno na economia da salvação, e assim aqueles que a veneram nada mais fazem que seguir-imitar o amor de Deus por todas as coisas criadas. É curioso, mas estão 100% certos os pobres romeiros analfabetos que entregam ex-votos e se ajoelham diante de Padre Cícero! Que coisa atordoante e que frustração para os “adoradores do espírito”…

Enfim, não se pode deixar de sentir calafrios quando vemos que aquele erro primário de Lutero acabou formando, num planeta corrompido, uma legião incontável de seguidores igualmente enganados, todos com medo da matéria física e com medo de adorá-la em seus corações de pedra, que mal adoram a Deus! Esquecem que um coração de pedra não ama nem pedra, nem gente, nem Deus, e que sem amor é impossível agradar ao Senhor (I Coríntios 13,3). CS Lewis chamou os ressurretos de “sólidos” (que estranha ironia para quem supostamente ‘descartou a matéria!’) e deixou claro que a matéria física celestial será até mais real que a da Terra, pois no novo Paraíso cada estátua pode estar, a um só tempo, ocupando vários espaços, enquanto na Terra cada pessoa ocupa um só lugar, e é irreal em todos os outros.

 

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O amor de Deus por sua “Creação”

Entendida em lato senso, a “Creação” de Deus é a maior coisa que existe, depois do próprio Deus, e se situa naquele canto do coração divino onde é depositado todo amor paternal, no qual Ele faz escolhas muito além da função e do mérito, lá onde seu Amor desempenha o seu plano inteiro.

A Trindade e o Ágape-1Como a verdadeira Teologia cristã nos diz, houve um tempo em que somente Deus existia, e que, sendo assim, por ser Ele mesmo o AMOR (como João disse “Deus é amor”), jamais poderia ser um ser único em sua essência, pois seres únicos não têm a quem amar. A ideia simplória do monoteísmo de pessoa, encampada pelo Judaísmo e pelas Testemunhas de Jeová, vem ferir esta lógica comezinha, a saber, a realidade última de que Deus é amor, e sendo amor, não poderia subsistir numa só pessoa.

Porquanto Deus possui e é, desde toda a eternidade e antes mesmo que os tempos e os espaços fossem criados, o Ágape e o mais puro Amor, que não teria sentido em se constituir amor por toda a eternidade anterior à Creação*, se Ele próprio nEle mesmo não fosse capaz de amar algo além de si. Do contrário, Deus só teria começado a amar APÓS a Creação, o que acaba fazendo o Amor Infinito depender de um ato finito, a saber, a mera invenção de objetos vivos a quem seu amor pudesse ser dirigido. É óbvio que há alguma coisa errada aí, pois o Amor Infinito de Deus é eterno, e se é eterno, existia antes de todas as coisas serem criadas ou mesmo pensadas.

A Grande Dança que ER viu-1Logo, a essência de Deus, ou a sua inefável Pessoa, só pode ser igual ao Amor se subsistir em mais de duas pessoas, pois dois não venceriam a monotonia e em quatro se perderia o senso de unidade, matematicamente falando. Portanto o verdadeiro Deus só poderia constituir um ser em três pessoas, porque só assim satisfaria a realidade do amor infinito, que já existia antes de tudo existir, não sendo jamais monótono e sendo eterno e feliz como Ele e com Ele mesmo. Assim então está constituído o Amor verdadeiro, mas antes, constitui o sentido do Ágape devotado a todas as coisas, de um coração sem começo nem fim, que literalmente tudo abarca e a todos comporta, desde antes de todas as suas primeiras obras e pensamentos criativos.

Com este Amor palpitando em seu infinito coração, nada que existe ficaria de fora dEle, e não é exagero dizer que Ele ama tudo e todos, e pouca diferença faz ao final de cada dia, onde revê tudo aquilo que fez e diz: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”, como registrou o livro de Gênesis na creação da Terra. Certamente, de fora ficaram apenas aqueles que assim o quiseram, por livre e espontânea vontade, à qual se dedica ainda respeito e por este o amor, pois o Livre-arbítrio também é creação dEle.

Isto posto, se até os demônios receberam dele Amor e deste o respeito ao seu Livre-arbítrio, por que cargas d’água Deus não amaria objetos inanimados feitos por Ele mesmo, ou a partir da matéria que Ele mesmo inventou e criou? Eis aqui se esconde o grande drama do engano protestante, que enxergou no barro de Adão o perigo do inferno, quando estava no coração do primeiro homem a idolatria que o fez rejeitar o coração de Deus, muito antes de qualquer estátua de pedra ter sido feita.Última ceia com alta luzNão é, pois, nada errado admitir que Deus ama o barro, a madeira, a cal e o cimento, como ama as baratas e as moscas. E não é lógico supor que o infinito coração se enciumaria com uma mera figurinha de pedra, quando nosso coração mal consegue amar os próprios filhos biológicos! Por isso pensar que Deus ama e é a favor das estátuas, que são obra de uma arte chamada escultura (Chesterton nos mostrou que a arte é a assinatura divina do homem), não está longe de ser a mais paternal verdade, e assim nossos lares aconchegantes e nossas capelas domésticas – como deveriam ser todas as igrejas cristãs – poderiam ser ornadas e espiritualizadas pela visão das imagens sacras, que aproximam os olhos de Deus de nossas consciências adormecidas (ou sempre a um passo da preguiça e do esquecimento). A cena da última Ceia ilustra tudo isso, para quem tiver olhos!

Deus ama a matéria; ama a matéria que Ele mesmo criou. Ama o homem. Ama a arte do homem, como sua assinatura racional. Ama o coração do homem puro, que ainda não O ama infinitamente, mas está aprendendo a amar, observando pelas estátuas o exemplo vivo dos santos que amaram a Deus… Eis aí a melhor função das estátuas de santos! E que espécie de Pai amoroso seria Deus se, vendo uma casinha pobre cheia de toscas estátuas da arte popular, não olhasse aquilo tudo com olhos misericordiosos e não quisesse até entrar ali e cear com eles? Quem julgaria Deus por estar aparentemente promovendo estátuas de barro? Quem não gostaria de entrar na casinha onde Deus entrou? E não para por aí: defendo o imenso amor de Deus pelas coisas criadas, inclusive a matéria bruta inerte, com o fim de resgatar a idéia católica do valor intrínseco das estátuas de santos. Não há como fugir disso.Paixão de Cristo - Mel Gibson-7Na verdade, as estátuas são apenas um ponto de vista da verdadeira realidade que se esconde no problema: todos aqueles que saem pregando contra as estátuas são também idólatras (Mt 7,1-5), isto até mesmo quando não idolatram a si mesmos! Pois no instante em que assistem a um filme, a qualquer filme, ou um filme como o extraordinário “Paixão de Cristo” (de Mel Gibson), vibram como se aquelas cenas, feitas de IMAGENS em movimento (é isto o que é o cinema), não tivessem também a mesma função das estátuas, a saber, dar concretude à fé abstrata do nosso coração, que precisa sempre de um apoio físico à imaginação, como CS Lewis mostrou na série “As Crônicas de Nárnia”. Isto também vale para seus álbuns de casamento, portfólios profissionais, selfies, álbuns de figurinhas de crianças, enfim, tudo é imagem, valiosa pela saudade e venerável pela lição de vida.

Deus só se volta contra a idolatria por esta ser algo que suscita o “ciúme” do Sagrado Coração, e nada mais, e por isso a veneração de imagens não é apenas tolerada, mas até estimulada por Deus, pois Ele não tem motivo algum para enciumar-se de objetos toscos como aqueles que nossas mãos fabricam, no desespero de nossa solidão pós-adâmica. E a adoração, que nosso coração não consegue dar nem a Ele mesmo, também não poderia gerar a ira de Deus, pois Ele sabe que o perigo não está no ídolo em si, mas na auto-adoração, que enfim acarreta a criação de um deus-falso e toda a crueldade dela decorrente.

Toda a ira declarada nas Escrituras contra a idolatria não passa de uma defesa contra a crueldade da presunção, que transforma objetos de barro como nós em pseudodeuses metidos a bestas, e tão idiotas que se unem ao falso deus do inferno. Eis aí o perigo da idolatria, que qualquer juízo inteligente verá que nada tem a ver com a construção e a veneração de estátuas de barro e madeira.

O Espírito Santo e seu CoraçãoO amor de Deus por sua “Creação” é, depois dEle, a maior “coisa” que existe, e se situa naquele recanto do coração divino onde é gerado e revitalizado todo o seu amor paternal, no qual Ele faz escolhas muito além da função, da necessidade e do mérito. Crer e pregar que haja qualquer ira de Deus contra a arte sacra, sagrado dever fraterno de ilustrar o inilustrável, é incorrer numa crueldade que só A Crueldade inventaria. Se existe alguma separação no Corpo de Cristo em razão de alguns de seus filhos venerarem outros filhos por via da visão e do tato, ao invés de apenas no coração e com falta, então esta separação foi obra do Separador, aquele que separou até anjos do Senhor.

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(*) Criação está sendo grafada aqui como “Creação”, com inicial maiúscula e “e” no meio, em razão de sua etimologia apontar esta grafia como a forma original de os primeiros pensadores a terem concebido, após embasamento nas lendas e nas primeiras cosmogonias angélicas testemunhadas pelo homem primitivo. Também respeita a origem do verbo em latim (“crear”).

 

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Projeto “Blue Beam”: A Bíblia permanece como única inimiga

Conscientes da Revelação bíblica do domínio de Lúcifer sobre este mundo, os chefes militares do Cover-up querem alienar todo mundo via chip ou via pregação falsa para permitir a subida do Iníquo sem maiores atropelos.

Jesus-blue-beam3Ninguém nem de longe está se dando conta de que no tempo atual, só resta uma única fonte confiável sobre os fatos presentes e futuros, e isto, mesmo se se contar com as milhares de denominações cristãs! (o que significa que elas não estão mais cumprindo o seu papel de atalaias da dominação, missão precípua dada particularmente aos cristãos vivos na época do fim do mundo). Noutras palavras, os militares do submundo agora já sabem da retumbante vitória das trevas sobre a voz dos cristãos, a qual deixou o mundo há décadas, e deixou-o literalmente às cegas e às surdas, e por isso necessitado de dor e sofrimento para acordar sua fé (lembra o que disse CS Lewis sobre isso? Veja a frase dele AQUI).

Negócios à parte, ficamos com a estranha sensação – apesar de exultante – de que vivenciar os últimos dias do mundo seria assim como uma espécie de segredo, e quase seria do tipo hermético, não fosse a incansável insistência da Luz divina a aquecer e cintilar nas consciências que ainda mantêm a fé e a esperança parusial. É como se no meio de uma guerra, todos os soldados de nosso lado tivessem sido atingidos por um gás hipnótico e tivessem ficado alienados, não mais combatendo o bom combate do modo correto (isto é, pela via da Moral Cristã) e por isso mesmo sucumbindo às tentações que “distraem” os servos de Deus na guerra terminal.Bíblia no interior da menteNeste caso e com efeito, já que todo o exército foi “lobotomizado”, só restariam as nossas armas, agora em poder do inimigo, que tenta destruí-las para com isso configurar a vitória cabal. Ora, todo mundo sabe que armas sem soldados não servem pra nada, mesmo se elas forem minas e já tiverem sido bem enterradas nos anos anteriores! De qualquer modo, o inimigo conseguiu detectar as minas (a Palavra de Deus) “e já tomou posse delas”, e então a única mina que restou é a Bíblia em nossa mente, se é que não adquirimos alguma moléstia alienante, dentre as quais uma Alzheimer ou uma patologia psico-espiritual comum nas igrejas pós-modernas.

Bem; então por que seria tão decisivo que os soldados de Cristo se mantivessem sóbrios e, antes mesmo de conhecer a Bíblia como texto escrito, tivessem bom testemunho pessoal e social e fossem como obreiros que não têm do que se envergonhar e manejassem bem a Palavra da Verdade? (II Tm 2,15). Ora, era porque deste modo, dando a Deus seus membros vivos e todo o seu corpo (até para o martírio – para ser entregue perante reis e governadores – Mc 13,9), Jesus contaria com mil e uma vozes a contradizer e contrariar a onda pecaminante do mundo, e quem sabe, muito provavelmente, salvando alguns do fogo, como disse Judas em sua carta (Jd 22-23).

Sem isso, ou sem esse apoio fundamental, Jesus conta apenas com a própria Bíblia (já enterrada como mina terrestre) e com algum gato pingado escondido nos porões do medo, mas na fé de que perseverando até o fim será salvo (Mt 24,13). Enfim, é exatamente ESTE o cenário que o inimigo queria construir neste planeta moribundo, adicionando pitadas de desespero e imoralidades entre os últimos remanescentes da era eclesial, e consumando a sua obra final mais decisiva, a saber, o engano final dos crentes que acreditarão no enorme “cristo” que aparecerá nos céus de todo o mundo, em duas ou quatro projeções holográficas hiperrealistas, que enganarão, se possível, até os apavorados ‘eleitos’ das micro-igrejas subterrâneas (Mt 24,24).

Jesus-blue-beam7As gigantescas holografias já estão prontas, bem como os colossais equipamentos de som (com tecnologia “ultra sensurround”), os quais farão rugir trombetas idênticas às dos anjos como que vindas do Céu, ao lado dos anjos holográficos que descerão à Terra com o falso cristo (interessante abrir um parêntese aqui: se a Igreja Católica jamais tivesse aceitado construir estátuas de anjos e santos e muito menos os desenhos do suposto rosto de Cristo, provavelmente o demônio teria muito mais dificuldade de fazer as holografias, pois teria que “inventar” um cristo absolutamente desconhecido, e, portanto, sem o apelo utilitário das devoções já consagradas às velhas estátuas).

Picture Shows: Reconstruction of a 1st century male Jewish head TX: BBC ONE Series starts April 1, 2001 WARNING: This copyright image may be used only to publicise current BBC programmes or other BBC output. Any other use whatsoever without specific prior approval from the BBC may result in legal action.Claro que os protestantes medíocres pensarão que assim sendo, deste modo, só os católicos se enganarão com as holografias! Ledo engano! Porque desde que a pós-modernidade começou (sobretudo a partir da indústria cinematográfica), houve tantos atores que fizeram o papel de Jesus em filmes e encenações da Paixão – inclusive filmes evangélicos – que aquela figura neandestalesca do Jesus histórico jamais foi levada em consideração, nem aceita com simpatia, nem mesmo pelos crentes, que O julgaram feio demais e muito “evolucionista” para ser o Jesus histórico real. Logo, somente o cristão escondido sob a terra e sob o anonimato do medo saberá que aquele cristo nos céus não é o Verdadeiro, e ele já terá abandonado há anos aquele zelo pela sua denominação que ele tinha na época em que sua igreja estava de pé, enganando-o com seu deus-pequeno.

Jesus-blue-beam1Os militares do Cover-up estão exultantes! Eles sabem que estão com a faca e o queijo na mão, de posse da última arma para desencaminhar possíveis crentes remanescentes. Talvez nem precisem instituir a tal Nova Ordem Mundial, pois só o ‘Grande Engodo’ cumprirá o seu macabro desígnio. A Grande Cena da “pseudoparusia” está para ser exposta ao público, e talvez só a perspectiva de uma grande tragédia os esteja adiando. O Projeto “Blue Beam” ganha a cada dia mais sofisticação, dizem, até uma tal “pele humana translúcida”. Haveria também “o perfume de Cristo” para pulverizar os ares ao redor do falso cristo! (Como eles conseguiram esta façanha, aí só Magia Negra, e das brabas!).

Enfim, a Palavra de Deus, que o próprio Cristo garantiu passar o céu e a terra, mas ela jamais (Lc 21,33), lutará sozinha uma luta encarniçada, atirando dardos inflamados no engano maligno, e incapaz de encontrar qualquer autoridade entre os humanos. Ela permanece como a única inimiga imortal das trevas. Os chefes militares do Cover-up sabem que o tempo está acabando, pois já leram isso na Bíblia (Ap 12,12) e só o lado de Cristo subsistirá. Para eles, foi melhor aderir ao príncipe deste mundo do que ao Rei do cosmos, pois seus chefes dizem que: “Lúcifer não negou suas provas, ameaçando-os de morte eterna caso lhe descressem. Já o Cristo exigia uma crença cega operada por corações imundos, incapazes de crer sem mácula. Lúcifer garantia liberdade e libertinagem, e o Cristo apenas obediência”.

Mas deixai tudo assim. Jesus nunca separou o joio do trigo, nem entre homens nem entre anjos (Mt 13,24-30). Certamente seu plano era o resgate final, do qual adviriam surpresas estarrecedoras. Se alguém quisesse uma ascensão rápida, o caminho era a santidade da fé, muito mais santidade que fé. Se alguém não quisesse subir, bastava seguir seus instintos. E se alguém quisesse subir devagar, poderia fazer um caminho tão longo que conviveria nas trevas durante muito tempo. Em todo caso, Deus colheria filhos, muitos filhos, do meio do joio. O cristo holográfico será destruído pelo sopro do Cordeiro, em breve. Pena que a maioria de nós estará dormindo, dormente ou demente.

 

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O Homem conviveu com dinossauros?

Uma região tão seca e tão pobre aqui do Nordeste do Brasil guarda uma prova inquietante de que o Homem já vivia na Terra na época dos dinossauros! Ou então, se não for isso, o mistério é muito maior e aponta para a presença de ETs muito antes de Adão e Eva.

O Homem conviveu com dinossauros-2Toda a intolerância recíproca entre a Ciência e o Protestantismo se dá pela cegueira e teimosia deste em admitir, como fez o Papa recentemente (veja AQUI), que a Evolução das Espécies de Darwin não é incompatível com o Evangelho, pelo contrário, até o ajuda a alcançar mais amplitude na comunidade científica, que não pode mais negar as evidências crescentes acerca da longa escalada da vida unicelular até a vida complexa dos seres multicelulares que nós somos. A “Folha” também deu

Sem uma culpa metodológica a espiar, a Ciência segue cumprindo o seu papel, a saber, pesquisar os fatos e procurar prová-los pela experimentação, única garantia de se guiar pelo planeta inteiro sem correr risco de fraudes. Com culpa metodológica e filosófica, o Protestantismo segue interpretando a Bíblia a bel prazer e “ao-pé-da-letra”, esquecendo-se até de recomendação da própria Bíblia, que informa que a letra mata e o espírito vivifica.

E é a letra mesmo que traz, para a alegria da Ciência e de todos os bons teólogos formados e autodidatas (como CS Lewis), aquela sentença magistral que resume toda a Escatologia, bem como a própria Ciência (na Astronomia e na Física), quando explica que um dia pode ser mil anos e mil anos um dia, fazendo o leitor voltar os olhos para as suas próprias páginas, naquelas passagens onde a cronologia bíblica pareceu guerrear contra a cronologia científica, a qual não conseguiu encontrar tempo tão curto para a ocorrência de certos fatos, nem tempo tão longo para a aproximação de outros, terminando em uníssono a melodia da criação entre homens de fé e homens de ciência.

Com pleno acordo acerca da relatividade do tempo, a Cronologia ensina que as chamadas eras geológicas (tempos muito prolongados do passado, únicos capazes de abrigar a longa escalada da Evolução até a chegada do Homem) foram necessárias para que a vida evoluísse da simplicidade do unicelular para a complexidade da vida atual; porque tal construção multitarefa, para dar chance a todas as modificações ocorridas ao longo do tempo, necessitava de um calendário multimilenar, o que se descreve em milhões de anos de evolução.

O próprio planeta Terra, a quem a Ciência já datara de mais de 4 bilhões de anos, passou a abrigar a possibilidade de vida quase no primeiro bilhão, quando o resfriamento natural de sua superfície finalmente tornou-se bioprodutivo, na união das descargas elétricas primitivas com a sopa biológica que então formava os mares da época. Assim, os primeiros seres não-inanimados, talvez medindo nanomilímetros, passaram a constituir o início da vida propriamente dita, e ali estava a Mãe-terra a apontar para o futuro, quando aqueles protozoários finalmente tivessem cumprido o seu papel, evoluindo até a complexidade do cérebro humano.Pintura rupestre GKC-1Como esta operação toda se desenrolava com uma contagem de tempo entre 3 e 1 bilhões de anos (na contagem decrescente de nosso tempo), quando os primeiros seres vertebrados chegaram a seleção natural se intensificou e os mamíferos, muito mais inteligentes do que as aves e os répteis, caminharam para a geração de primatas quadrúpedes, que por sua vez marchava para a alvorada de primatas bípedes. Ao final mais distante desta geração, no clímax da seleção natural (falamos aqui “natural” em dever de comunhão com a Ciência), quando um certo primata nem parecia mais um macaco, o Criador enfim transformou um mero primata alopécico num Homem, adicionando a ele uma porção invisível de seu espírito, tornando-o um “supermacaco” ou um semideus. Este macaco deixou impressas, nas cavernas mais antigas, modelos de sua arte pictórica e estética, e existem cavernas de mais de 1 milhão de anos!

Só que em tudo isso temos que olhar de novo o tempo, porque se a Ciência estiver certa (como suspeitamos que sim), só duas hipóteses viáveis restam incólumes: (1ª) Ou o homo sapiens sapiens foi gerado antes da queda do asteroide que dizimou os dinossauros; ou (2ª) já habitava a Terra uma colônia de seres superiores, os quais utilizaram veículos e máquinas pesadas para andarem pela Terra, pois foram encontradas provas cabais de rastros de tratores ou coisa que o valha ao lado de pegadas de dinossauros, comprovadas pela Ciência! (Confira isso NESTE link).UFOs na Era MesozóicaIsto põe por terra toda a cronologia bíblica protestante, pescada de ideias precárias da leitura literal da Bíblia, que ainda hoje, em pleno Século XXI, advoga que a Terra só tem mais ou menos 5 ou 6 mil anos, e toda a história dos dinossauros não passa de lenda! E pior, os evangélicos menos ignorantes, que já aceitam os fósseis de dinossauros, ainda pensam que o planeta Terra foi criado em 6 dias (domingo, segunda, terça, quarta, quinta e sexta, pois no sábado Deus “descansou” – Pode? – , como se a mera mágica de piscar os olhos tivesse feito o Onipotente ficar cansado! Falo mágica de piscar os olhos porque os crentes sempre dizem que a Criação da Terra foi feita “num abrir e fechar de olhos”, ou como num passe de mágica!) e que Adão estava realmente sozinho no Planeta quando o Senhor lhe soprou nas narinas o seu “pneuma”: isto é, que não havia mais macaco algum, e Adão e Eva “nem teriam umbigos na barriga”.

Mas não é nada disso. Ignorância também é contagiosa… Cruz credo! O que existe de fato a respaldar a Sagrada Escritura (não em sua letra morta, mas no espírito que vivifica) é o estudo minucioso de devotados homens de ciência a esquadrinhar todas as observações da natureza, cumprindo ordem do próprio Jesus, que lhes mandou olhar os lírios do campo e os pássaros do céu, e ver neles os sinais da evolução que lhes fez até mais belos que as vestes do Rei Salomão e da Rainha de Sabá! É como se fosse Deus dizendo que a seleção DELE, i.e., a seleção “natural”, fez os lírios e as rosas se vestirem mais belos que as roupas das melhores grifes da São Paulo Fashion Week!Pterodáctilo-abatido1Então aqui ficamos e quedamos pasmos. Porquanto o que dissemos foi que o Homem e a Mulher nasceram muito antes de Adão e Eva, e que a Humanidade que existiu antes de Adão travou contato direto com os piores monstros e dragões da pré-história (talvez daí venha o antiquíssimo “boato” dos dragões), e isto vem dar mais uma vez, de passagem, razão a CS Lewis, que sempre defendeu a existência de dragões e até mostrou isso no livro “O Peregrino da Alvorada”. Importante lembrar que algumas espécies de dinossauros voavam e que a temperatura do sangue deles é muito mais baixa que a dos mamíferos, o que pode indicar que alguns deles poderiam de fato cuspir fogo, tal como o Peixe-lanterna produz luz e o Poraquê produz choque elétrico [tudo isso sem contar que o próprio corpo humano pode produzir fogo, embora quase sempre termine em combustão espontânea e óbito]. A propósito dos dinossauros voadores, parece que eles não morreram com os outros, e pelo menos um deles teria sido encontrado ainda vivo (veja a incrível história AQUI).Rastro de trator na Pré-história-1Se não for isso, ou se os primatas jamais travaram contato com os ‘dinos’, então QUEM andava de trator na época dos dinossauros? (Há um russo falando sobre isso NESTE link). Ora, só uma resposta nos surge aqui: se o homem ainda não existia na pré-história, então só podia haver na Terra uma outra civilização. E nem podemos descartar se ela era humana ou não, pois há lendas em diversos povos dando conta de grandes civilizações que floresceram e sucumbiram antes de nós, como Lemúria e Atlântida, esta última sendo uma crença forte de CS Lewis. Porque se não eram civilizações humanas, então eram extraterrestres, e então daremos razão a Peter Colosimo, Erich Von Däniken, Giorgio Tsoukalos e outros teóricos dos chamados “deuses astronautas”.

Enfim, seres inteligentes conviveram com os dinossauros, e isso deixa no ar a pergunta: teria sido esta antiga civilização tecnológica que acabou com eles? Ou teriam aquelas antigas civilizações morrido junto com eles, quando um “Absinto” caiu na Terra? Mistério dos mistérios, por assim dizer. Mas sem dúvida é coisa que Deus reservou apenas para nos dar a conhecer quando este planeta acabar, ou para nos fazer lembrar de que de fato há mais coisas entre o Céu e a Terra do que pode supor o mais evoluído dos macacos!

 

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Contando sem contar – A habilidade do gênio cristão

Em CS Lewis encontramos impressionantes habilidades, muitas das quais “genialidades” raras na cristandade. Neste artigo examinamos, resumidamente, aquilo que entendemos como a missão mais elevada de Jack, a qual chamamos de “A Experiência Enoqueana de Lewis”.

UFO of submarine USS 'Trepang'Aqui nesta Escola nós acreditamos no ministério dos anjos (sem tirar um til ou uma vírgula do que diz a Bíblia). Mas acima de tudo, acreditamos no mistério dos anjos. E CS Lewis, nosso mestre maior, não deixou por menos, e não nos deixou órfãos nesta crença. Todos sabem que ele é autor de muitos livros clássicos da literatura cristã, e estes livros se encontram divididos entre ficcionais e não-ficcionais, como gostam de denominar as editoras – que não são lewisianas no sentido purista da palavra. Não sendo puristas, elas sempre acabam explicitando a crença da denominação à qual pertence o seu proprietário, e assim a verdade se perde.

o-AIRSHIP-UFO-570Para nós que fazemos a Escola de Aprofundamento Teológico de Fortaleza, os livros chamados “ficcionais” de Lewis não correspondem a obras tão somente inventadas pelo seu gênio criativo, mas que no fundo tratam de experiências vividas com Deus, as quais ele nem poderia e nem deveria compartilhar, se seguisse o conselho de São Paulo quando explicou segredo semelhante, a saber, que o dom de falar línguas estranhas deveria ser praticado somente quando houvesse intérprete na Igreja, ou então, que fosse praticado a portas fechadas, na intimidade orante do crente, no quarto secreto com Deus… [Interessante verificar que até um articulista não-protestante, como o Philipe Kling David, admite que apenas se fosse gênio, ele poderia veicular uma verdade concreta sob disfarce de ficção, como o leitor pode comprovar NESTE link, onde ele disse: (…) “A tal revista francesa teria obtido as fotografias com um informante que – por motivos óbvios – prefere ficar no anonimato. Se eu vendesse imagens militares que são segredos de Estado eu também teria medo, a menos que eu fosse um gênio e mostrasse a verdade como sendo ficção].

Mas Lewis então viveu um drama caótico: ele percebeu, junto com alguns de seus melhores amigos (únicos de sua inteira confiança), que a mensagem final que lhe chegara apontava diretamente para a Grande Tribulação e a volta de Cristo, e era preciso alertar os cristãos acerca dos perigos que a Humanidade inteira iria correr, no decorrer das próximas décadas. E mais, sabendo da insone ausculta dos inimigos de Deus nas missões mais nobres dos cristãos, decidiu espalhar o seu alerta de um modo que somente os cristãos mais acurados, ou aqueles que estivessem na hora mais preparados para conhecer e se aprofundar no assunto, tivessem condições de detectar e entender o espírito da mensagem apocalíptica revelada a Lewis.

E esta mensagem, a rigor, não merecia a confiança nem mesmo de Lewis, o qual enfim só acreditou por ela ter sua origem num homem de sua extrema confiança, ao qual numa certa ocasião ele o chamou de “mago maldito”. E foi, justamente nesta ocasião específica, num encontro programado para uma casinha de campo no interior da Inglaterra, que ele deu de cara com uma “Coluna de Luz”, postada num canto da sala de visitas, a qual, silente como uma pedra, permanecia ali, imóvel, a esperar a chegada do “Mago”. E somente quando este chegou, Lewis viu que aquela coluna de luz falava, e falava apenas com o seu amigo, e por isso ele gritou, desesperado de tanto esperar: “Fale comigo, mago maldito!.

Anjo de luz amarelaFinalmente, após algumas páginas a mais, Jack explicou que aquela coluna de luz era o “veículo” etéreo no qual aquele ser transparecia em Tellus, e que ao observá-lo na devida proporção para com a geografia terrestre, qualquer um veria que ele estava num plano inclinado em relação ao eixo da Terra, e que o ponto onde a luz tocava no planeta servia como uma espécie de “alça” para sua fixação na alta velocidade de rotação da Terra. Isto é enfim o resumo menos complicado do relato de Lewis em relação à sua experiência com anjos*, e assim só temos a comentar que, embora os anjos da literatura e da arte sacra tenham sempre aparência humana e alada, tais imagens não ferem absolutamente a angelologia lewisiana, pois o Novo Testamento fala de anjos com corpos humanos (veja a carta aos Hebreus, capítulo 13, versículo 2) e o Velho Testamento fala de seres alados a acompanhar as missões divinas, como em Ezequiel e Isaías.

Logo, ao entrarmos numa igreja onde a nave do santuário está iluminada por figuras de anjos humanos e alados, não ficamos nem um pouco frustrados por tal representação ser assim tão “pobre”, entre aspas, pois a inspiração dos artistas sacros também veio de Deus, autor de todo dom perfeito encontrado na Terra, os quais descem do Pai das nuvens onde não há sombra de dúvida nem variação. Sem falar na importância de levar as consciências orantes a lembrar desses seres maravilhosos, que não somente atuam no auxílio das missões do Espírito Santo, mas também protegem almas puras dos perigos ensejados por aqueles outros anjos, os seres caídos das trevas, que um dia também foram anjos.

E essa questão das imagens sacras, feitas de madeira, argila ou outra “porcaria” qualquer, que tanto azucrinam a cabeça dos protestantes, precisa ser repensada com a urgência de um tempo de emergência, onde os elementos abrasados estão se desfazendo diante de nossos olhos cumprindo todas as profecias. E não é Deus quem está “empurrando” o mundo para o abismo, e sim o mundo que caminha para ele deliberadamente, e até gostando de curtir uma psicótica liberdade, aparentemente seguro com a herança de religiões e seitas espúrias. Porquanto o Deus que criou, cativou, usou e até honrou a matéria (tanto é que revestiu seu próprio Filho com ela), ficou pasmo e até “desesperado” quando percebeu que a ignorância, uma das mais terríveis derivadas do pecado, era capaz de confundir até mesmo os cristãos, e fazer com que eles odiassem a matéria que fabricava supostos ídolos, quando esquecem que o próprio Deus mandou construir a serpente mosaica no deserto.

Estátuas3Pior, Deus não tinha como refazer a criação sem usar a matéria mais frágil (como mostrou com a salvação de Noé e sua família), pois Tellus guarda o último reduto da escala ontológica antes do automatismo animal e, além de nós humanos, não haveria como fazer outra criação em nosso nível que não usasse três dimensões. Lembrar que o Tentador e a Tentação recebem a maior culpa do pecado contra seres inferiores pode ressuscitar a visão límpida da importância que Deus deu à matéria, como forma de estabelecer sua estranha autoridade de um Deus infinitamente humilde, capaz de morrer por meras estátuas de carne humana, atoladas na iniquidade.

Com efeito, com base neste resumo, que não poderia deixar de ser resumo para obedecer ao espírito intimista da glossolalia de São Paulo, o leitor pode entender porque o Cristianismo foi, é e ainda será (enquanto durar a Terra, se é que vai durar) um poço profundo de mistérios, porquanto estes são também dádivas e estratégias divinas, pelo qual a verdade percorre o complicado caminho de chegar aos corações atônitos, sem no entanto sofrer interferência dos “seres orelhudos do Além”, interessados em saber quem os recebe, e como oferecer mentiras em seu lugar.

Enfim, se o mundo se gaba de guardar segredos de adultos, tal como a CIA, a NSA e a USAF guardam a realidade da vida alienígena do ouvido das massas, o Cristianismo guarda o Segredo dos segredos do Poder de Deus, e ainda suscita o ciúme de a mais ninguém revelá-lo, ou só revelá-lo aos seus filhos, quando estes o merecerem. Quanto ao mais, como diz a lógica, deixa que a Humanidade prossiga na ignorância, pois esta, segundo um segredo de Jesus (Mc 16,18; Lc 12,48), é melhor que a consciência.

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(*) O relato mais completo se encontra NESTE link, e sobre o qual demos ESTA palestra na UERJ. Malu Valente também esteve numa situação onde um anjo pode ter conduzido suas orações (veja NESTE link sua instigante experiência).

 

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