Há exatos 50 anos fomos apresentados a CS Lewis

Comemorando um jubileu todo especial para esta Escola, o prof. JV vem repensar a sua história de vida “ao lado de CS Lewis”, a qual considera como um privilégio e uma graça inefável que recebeu de Deus ainda na adolescência, mudando completamente a sua visão da vida e do universo.

Pr Burton Davis e os OVNIsHá exatos 50 anos, em 1965, dois anos após a morte de CS Lewis (22/11/63), maior autor cristão da história moderna, o pastor americano Burton DeWolfe Davis, fundador da 1ª Igreja Batista de Fortaleza e do Colégio Batista Santos Dumont (“A Escola da Vida”), fez a apresentação formal do mestre irlandês para os alunos recém-chegados ao colégio, dando uma palestra com base no livro “A Razão do Cristianismo” (no original em inglês “Mere Christianity”), da Editora Luterana. E naquela saudosa palestra, deu o melhor exemplo de interesse literário a todo o corpo discente e docente da época, trazendo para uma Fortaleza ainda ingênua o bom costume  americano/europeu de estudar com seriedade.

Como um verdadeiro pioneiro no Ceará, e tendo o diferencial de ser um pastor-pesquisador de temas do insólito (como demonstrava isso no Salão Nobre do colégio por ele fundado), o Pr. Davis levou todas as turmas a travar contato com um assunto até então pouco debatido e até execrado, como ainda hoje é a Ufologia no meio protestante (os protestantes só veem o diabo dentro dos UFOs). Dentro daquele tema, que ele não tinha medo algum de abordar, ele chegava a explorar até áreas difíceis e aterradores – para crianças e adultos – como o drama das abduções.

Colégio Batista e 1a Ig Batista=Pr DavisLevava fitas K-7 com gravações de abduzidos, mostrava fotos de UFOs, livros insólitos e até a explanação bíblica de eventos ufológicos narrados pelos autores canônicos (coisa impensável na maioria das igrejas até hoje), até “proibidos”, num certo sentido. O grande pastor marcou cada aluno e professor com sua coragem, descontração e pureza de fé, com a qual agradou a Deus na sua paixão literária, onde CS Lewis ocupava o topo na sua lista de livros “divinamente inspirados”.

Contou sobre Lewis, também conhecido por “Jack”, coisas tão profundas e íntimas que muitas vezes chegamos a pensar que Davis era um biógrafo do irlandês, ou talvez fosse alguém que conhecera Jack pessoalmente, em suas idas ao Reino Unido. E sua admiração até então incomum por ele (que o leitor jamais a confunda com idolatria) tinha respaldo em sua própria vida, pois ele dizia que Lewis foi um dos responsáveis pela solidez de sua fé, a qual, sob certos aspectos, suplantou até a firmeza promovida pela Palavra de Deus (quem conhece bem Lewis não negará tal possibilidade).

Enfim, foi ali que o Pr. Davis apresentou CS Lewis a este articulista, jamais deixando de referir-se a outros grandes nomes da literatura evangélica mundial, dentre eles Billy Graham, Dom Richardson, Tim Lahaye, A.W. Tozer, S. Kierkegaard, B. Pascal, David Wilkerson, J. I. Packer, T. S. Eliot, John Bunyan, Rick Warren, C. H. Spurgeon, Dwight L. Moody, John Milton, John Wesley, John Stott e tantos outros que a memória levou, mas pontuando sua admiração pela contribuição de cada um a uma visão bíblica menos “bitolada” em comparação com os credos particulares de outras denominações. Ensinou-me a ver em trechos como examinai tudo e retende o que é bom a licença bíblica para a pesquisa irrestrita de todas as fontes do Sagrado, explicando que Paulo, Timóteo, Lucas, João e tantos outros santos eram estudiosos e exegetas, sem qualquer restrição de escolha por parte da igreja primitiva.

Entretanto, nada se comparava às declarações bombásticas que fazia acerca de Lewis, o qual para ele podia perfeitamente ter recebido instruções do próprio Deus e por isso era um tipo de “porta-voz diferenciado”. Chegou mesmo a dizer que quando um crente lê todos aqueles autores (as inúmeras obras evangélicas à venda nas livrarias) recebe deles no máximo “lições didáticas para reforçar a visão dada pelas igrejas a que pertencem os autores”; enquanto que quando alguém lê CS Lewis, “está diante de uma verdadeira escola de aprofundamento teológico ou DENTRO dela, com o próprio Jesus a segurar o giz e a dar aulas no quadro negro”.

Educação de Paulo em GamalielSendo então uma aula do próprio Deus, não haveria como atrelá-la compulsoriamente a um credo eclesial particular, mesmo que algumas denominações reivindiquem tal privilégio tresloucadamente. Ele dizia que nem Lutero, nem Roma, nem a Rainha da Inglaterra nem ninguém recebeu de Deus uma revelação capaz de outorgar o privilégio da exclusividade hermenêutica da Bíblia, e em CS Lewis essa liberdade de consciência ficava patente e soberana.

Este articulista teve, isso sim, o privilégio de ter tido o pastor Davis como mestre e diretor de uma escola como a de Paulo, educado aos pés de Gamaliel, e ainda mais honrado por ter sido por ele apresentado a CS Lewis, sem qualquer ingerência clerical ou influência denominacional, nem mesmo da própria igreja dele, a Batista Tradicional. Hoje só guardo as melhores lembranças da época, as quais vêm reforçar os ensinamentos de Lewis no exemplo de vida do Pr. Davis, que ‘conheceu’ Lewis ainda vivo e talvez “ao vivo”, coisa com a qual eu, infelizmente, não fui agraciado. Porém, como o próprio Jack faria (tirar o corpo fora para que Jesus ficasse em evidência), graça especial mesmo foi ter conhecido Lewis, de quem eu posso dizer, sem rodeios: “o que seria de minha fé sem ele?”…

 

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Semana Lewis 2015: Diferenças entre o Purgatório do Catolicismo e do Lewisianismo

Numa inevitável comparação, esta Escola vem oferecer aos seus alunos, em sua maioria cristã, uma visão das diferenças básicas entre o ensino da Igreja sobre o Purgatório e a compreensão de CS Lewis.

Purgatório interrogatório2Num tema pouco explorado na atualidade (a Doutrina do Purgatório), poderão ser encontradas pistas seguras da orientação espiritual de todos aqueles que se interessam por Escatologia, e também, principalmente, de quem irá, cedo ou tarde, enfrentar a realidade nua e crua da vida após a morte. Sem ferir a dogmática católica e sem fazer julgamentos pessoais a indivíduos ou instituições, esta Escola vem explicitar aquilo que CS Lewis explicou em sua teologia, não apenas do que inferiu das Escrituras Sagradas e de muitos livros que pesquisou, mas principalmente daquilo que vivenciou pessoalmente, no ambiente inimaginável da vontade de Deus.

A rigor, e nos apressamos a dizer, quase não existem diferenças entre o que diz a Santa Sé e o que diz Lewis. Com efeito, por serem raras e sutis as diferenças, este articulista irá abordar, com dificuldade, o tema do título de dois modos sutis: discursivamente (e, dentro do discurso descontraído, apontando as distinções) e pontualmente, centrando o argumento no único ponto realmente importante.

O Purgatório é uma realidade real (sem pleonasmo), tanto para a Sé quanto para Lewis. I.e., nenhuma das duas fontes duvida disso (a prova da firme crença de Lewis no Purgatório esta Escola já deu, bastando o leitor consultar ESTE link). Ambas as fontes defendem duas afirmações acerca do Purgatório, postas a lume sempre que o assunto vem a baila, e nenhuma das duas discorda de que ambas as afirmações podem ser conclusivas, no aguardo da Revelação Final de Deus na Parusia. Refiro-me ao fato de que tanto a Igreja quanto Lewis, admitirem o Purgatório (dependendo da fonte teológica consultada) como uma realidade factual, ora como um lugar, ora como um “estado”. Esta última conceituação é de simpatia majoritária na Igreja Católica, notadamente no Novo Catecismo, no que combina com Lewis na visão geral do inferno, que para Jack é, além de um lugar por Deus “preparado para o diabo e seus anjos”, um estado d’alma, uma infeliz tentação em que a alma caiu, enovelou-se e enlameou-se, e da qual, infelizmente, passou a gostar e a se viciar em seu estranho prazer.

Pecado interior do coração

Clique na figura para ver melhor

Assim, este estado interior infernal, que o Novo Catecismo compara ao Purgatório, é admitido por Lewis como uma prova da presença antecipada do inferno no coração do Homem, o que não invalida a existência de um lugar (supradimensional) no qual as “almas-do-inferno-interior” vagam sem rumo, podendo, inclusive, aparecer aos vivos e até assustá-los. Ao final do raciocínio, Lewis nos conduz a ver que este estado interior infernal, se for levado até às últimas conseqüências “em vida e no além”, fará com que seu possuidor caia no abismo escuro da vontade luciferiana, ali “fundindo” sua alma com a de satanás e aí sim, passando a habitar um lugar (supradimensional) “preparado para o diabo e seus anjos”. Eis acima o resumo mais aproximado: pedimos ao leitor que releia o parágrafo que acabou de ler, dada a quantidade de informações e detalhes necessários ao seu entendimento.

Se o leitor for mais atento, terá percebido que então, assim sendo, a grande diferença entre o que diz a Igreja e o que diz Lewis, está no fato de que para este, o Livre-arbítrio (dado a todas as almas de animais racionais desde o início da Criação) JAMAIS TERÁ FIM, ou seja, Deus jamais interferirá para diminuir e muito menos para extinguir a liberdade de cada pessoa racional; o que é, além de uma gloriosa bênção dos céus, uma responsabilidade terrível, pois eternamente caberá à criatura o seu próprio destino, tendo Deus se colocado voluntariamente numa condição de “incapaz” de impedir qualquer desvio de vontades, sem desobedecer seu próprio Livre-arbítrio que foi feito Lei para as criaturas e também para Si mesmo!

Isto posto, a GRANDE DIFERENÇA aparece aqui, isto é, que para Lewis uma alma pode continuar pecando ou voltar a pecar após a morte, já que é sabido que existem quatro espécies de pecado, todas reconhecidas pela Igreja, que diz: “confesso a Deus, todo-poderoso, e a vós irmãos, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões”. Logo, já que enquanto na carne as almas pecam por pensamentos, é óbvio que poderá pecar também após a morte, já que continua a pensar livremente, podendo até escolher seguir a Jesus ou não. Claro que não há mais os pecados corpóreos que havia na Terra, já que agora, sem carne, não poderá mais ferir ou matar ninguém. Porém aqui também Lewis vai além.

Ressurrection-2Para Jack, a Ressurreição não ocorre apenas como um ato isolado no tempo e no espaço, no qual os mortos terão seus corpos refeitos após a parusia. Para Lewis, a ressurreição é um efeito “natural” da evolução das almas, e ocorrerá independente do tempo dos homens alcançar a parusia, e por isso são mostrados ressurretos em ação de evangelização das almas perdidas no livro “The Great Divorce” (ali Lewis chama os ressurretos de “sólidos”). Isto leva à hipótese de que, uma vez solidificados, os perdidos poderão voltar a ferir alguém, estuprar mulheres ou roubar coisas, caindo novamente em pecados corporais. Isto então difere testemunhalmente da teologia da Santa Sé, que aqui adota uma postura de espírito protestante, que diz: “Uma vez salvo, salvo para sempre”. Para Jack, tal coisa não ocorre: a Liberdade é eterna.

Este dado em si é tudo. É o calcanhar de Aquiles e a pedra angular de toda a Teologia, capaz de acabar com toda a discussão ocorrida entre Calvino e Armínio. E nem é de admirar que grandes servos de Deus e grandes teólogos tenham errado neste ponto, pois é uma daquelas “verdades perigosas que o próprio Deus pode ter deixado em oculto” (releia João 16,12), até que a Humanidade tivesse, em sua espiritualidade, amadurecido o suficiente para engolir uma pedra tão dura e tão grossa! Afinal, dizer para pobres vermes que seu próprio destino eterno ficará sempre fragilizado pela insegurança de suas própria decisões, não é coisa que um pai diga para um filho pequeno… Mas é a pura verdade!

Logo, aquilo que podemos chamar de “revelação lewisiana” (a partir da experiência pessoal de Lewis no Vale da Sombra da Morte, pelo livro “The Great Divorce”), deixa toda a história humana no mais alto grau de suspense para o próprio Criador, pois a lei primeira e maior do Livre-arbítrio tornou as criaturas tão inseguras quanto uma turma de cegos no meio de um tiroteio! Pior: deixou o próprio Deus “inseguro”, por assim dizer, pois Ele também não poderá alterar a velha Lei da Liberdade, já que não pode desobedecer a si mesmo. Há um lindo e famoso trecho de Lewis onde ele diz que “Deus aparentemente julgou que valia a pena correr o risco de criar criaturas livres*”. Isto é de cortar coração! É, sem dúvida, o fato mais pungente e mais doloroso de toda a História divina e humana, por seu caráter absolutamente inexorável!

Anões cegos no Paraíso-2

Os anões na verdade não eram cegos (seu pecado os havia cegado ao ponto de não verem nem a Luz do Paraíso), mas seu Livre-arbítrio continuava intacto: que Calvino ouça isso…

Eis a verdade exposta. Qual a diferença entre o Purgatório de Lewis (não o de Lewis, mas o que Lewis viu com os próprios olhos!) e o da Igreja Católica Romana? É exatamente isto: No Catolicismo romano, a morte sela também o poder de decisão das criaturas, como se a partir dela o Criador assumisse as rédeas das cavalgaduras humanas e ninguém mais pudesse dar um NÃO a Deus, sem qualquer hesitação. Mas o que Lewis viu foi um lugar de total liberdade (liberdade esta encontrada até mesmo DENTRO do Paraíso – lembram dos anões cegos no final do último livro das Crônicas de Nárnia?), com almas chegando até aos jardins multicoloridos do Reino de Deus, e muitas delas voltando para o Abismo, tristes por se julgarem injustiçadas, mas felizes por terem – manterem – a liberdade e o direito de recusar as ofertas de Deus.

Finalmente, agora bateu em mim mesmo uma séria dúvida: para que explicar uma coisa dessas? Para que abrir olhos que fariam muito melhor se continuassem dormindo um doce sonho infantil? O próprio Lewis deixou esta verdade tão sutil que nem mesmo seus leitores mais preparados a descobrem, e ainda pensam que uma história dessas não passa de heresia, acusando seu defensor de um mero louco! E mais: para que mexer numa doutrina que está quieta no Catolicismo e que a Santa Sé já explicou sobejamente para quem quiser conhecer?** Enfim, eu fui longe demais! Afinal, não é de hoje que se sabe que a fé é uma coisa de foro íntimo, e que os segredos que Deus guarda em particular conosco, devem mesmo ficar restritos ao nosso quarto de dormir. Não foi o próprio Salvador quem nos pediu para termos uma vida “secreta” com Ele, seja orando em nosso quarto fechado, seja jejuando ou mesmo dando esmolas? (Mateus 6,2-18). É isso. Pequei por falar.

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(*) O livro “Mere Christianity” (Livro 2, “Em que creem os cristãos”; “A alternativa surpreendente”, parág. 4) diz algo assim, mas Lewis também explorou melhor o assunto noutros livros, em declaração mais direta, cuja memória não nos ajuda agora.

(**) Para quem quiser ver outras ótimas defesas do Purgatório, oferecemos os seguintes links, lembrando que até a Igreja Universal está orando pelos mortos (como você pode ver no último link):

Padre Alex Brito é sábio e de fácil entendimento:

https://www.youtube.com/watch?v=Fej2wClY3xk

Igreja Universal também ora pelos mortos:

https://www.youtube.com/watch?v=7n7SevLxFUc

 

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Lewis sempre defendeu que os planetas “saíram” do Sol

A persistente insinuação de que CS Lewis teria recebido inspiração diretamente do espaço (para não dizer de Deus) acerca dos mistérios do Sistema Solar, ganhou grande força nos últimos dias, e esta Escola se sente “orgulhosa” de ser a única que cita o assunto e endossa tal crença lewisiana…

Planeta recém-saído do Sol-1Houve época em que a discussão acerca da origem dos planetas era acalorada, no sentido de que o grupo de cientistas defensores da “heliogênese” (teoria segundo a qual os planetas são “paridos” pelo Sol, que os expulsa de si ao longo de milhões de anos) tinha alguma voz e vez nos congressos e anais da Astronomia. Tal fato durou tempo suficiente para prolongar as primeiras discussões, até que a maioria venceu e a idéia foi abandonada e até certo ponto “ridicularizada” nos meios científicos. Alguns poucos cientistas mantiveram suas opiniões, e valorizaram sempre mais profundamente os mistérios do Sol, no que talvez inconscientemente pegavam carona em CS Lewis, que jamais pensou diferente, levando seus fãs e alunos a intuírem que Jack pode ter recebido “informação quente” de outras fontes.

Agora não admira o leitor que, neste exato instante, a velha hipótese tenha voltado à baila com força surpreendente, em razão do estranho comportamento do sol nas últimas 5 (cinco) décadas, além dos exames computadorizados da consistência das novas explosões de massa coronal, de cujo bojo já foram ejetados enormes matérias sólidas, em perigosas explosões destrutivas. É um insólito momento que parece estar passando o sol, como se estivesse ao ponto de expulsar uma parte de si ao espaço, fenômeno este nunca antes testemunhado pela Ciência, nem mesmo em sóis distantes da Terra. Enfim, amigo, veja só, os pesquisadores do sol (chamados heliólogos) estão pasmos com as novas evidências e começam a reforçar sua crença de que o Sol estaria prestes a “expulsar” (parir) mais um planeta, que seria um “irmão” de Mercúrio, o irmão caçula de todo o Sistema Solar (vejam esta matéria num vídeo impressionante clicando NESTE link).

Mas o que isto tem de importância superior para nós que fazemos a Escola de Aprofundamento Teológico de Fortaleza? O que esta notícia traz de tão grandioso para nossa honra pessoal enquanto grupo de lewisianos? Ora, é o seguinte.

Planeta recém-saído do Sol-3Nosso mestre maior e patrono desta Escola, Dr. CS Lewis, trouxe ao mundo revelações as mais bombásticas acerca do espaço, do tempo e do fim do mundo, tratadas com esmero científico nos seus livros “ditos” ficcionais, nos quais algumas afirmações se encaixam perfeitamente com as descobertas científicas e outras não. Dentre estas últimas, está a sua declaração de que os planetas são corpos celestes que nascem a partir das estrelas de seus sistemas solares, sendo cada um expulso dos sóis como um trabalho de “parto”, através de explosões coronais gigantescas.

Até recentemente, cremos que muitos cientistas da elite financiada pelos governos mais ricos do mundo chegaram até a rir de tal crença lewisiana (justiça seja feita, esta é uma crença também de outros cientistas, mas taxados de “medíocres e sem expressão” no meio dos ‘experts’ louvados pela Academia) e quase ninguém mais dava ouvidos àquilo que então passou-se a admitir como uma “crença ingênua e não fundamentada em evidências óticas consistentes com as novas tecnologias de observação”. Todavia e contudo, para espanto de todos, o quadro parece agora estar mudando de figura, e tudo indica que o bicho vai pegar! Preste atenção…

Sol pela lente do SOHO-2Os gastos atuais das superpotências com a observação do sol são tão estrondosos que este fato em si já é suficiente para se levantar uma suspeita em torno daquilo que a Ciência teria descoberto acerca de nossa Estrela-mãe. São tantas e tão arrojadas as missões em direção ao Sol que deixaram toda a comunidade científica (e também acima de tudo os astrônomos amadores) a desconfiar de que há algo mais a procurar e a preocupar no Astro-rei além do que apenas os seus estranhos comportamentos atuais, e isto até resgata a nobreza e a seriedade de algumas notícias espalhafatosas da Internet acerca do sol, como vídeos do Youtube onde as atuais anomalias solares são vistas abundantemente, e vídeos onde estranhos objetos voam nas proximidades de Arbol (como o chamava Lewis).

Missões especiais e caríssimas estão sendo levadas a cabo pelos governos (como o leitor pode ler NESTE link), e isto só aumenta a desconfiança de que as mentes por trás desses ingentes gastos “enxergaram” sobejas razões para justificar pesquisas “in loco”, ou nas proximidades de “Arbol” (como Lewis chamava o Sol), ou nas vizinhanças de um verdadeiro inferno a céu aberto!

Mas com efeito e a rigor, o que tais missões têm descoberto?…

Ora; imagine o leitor que, além da estranheza da atual sequência de explosões da superfície do sol (verdadeiro inchaço dinâmico que parece não querer desinchar), algumas dessas explosões dão outros estranhos sinais que podem ser descritos, pasmem, assim:

blackout(1) Sequências de pares de explosões que os medidores da heliosfera apostavam coincidir com o hemisfério que “cuspiria fogo” para o lado da Terra, têm ocorrido regularmente do lado oposto, como se estivesse ocorrendo um monitoramento da ira solar, evitando que a Terra sofra um apagão gigantesco nas cidades e no mundo todo fora do prazo indicado pela profecia de Cristo em João 9,4 (lembre o leitor que o monitoramento do sol para que se comporte de um modo favorável à vontade de Deus não é nenhuma novidade para os cristãos e os judeus, pois ambos os grupos sabem que pelo menos duas vezes na história de Tellus o sol “se deteve no meio do espaço” (Josué 10,12-14 e II Reis 20,9-11), o que pode ter sido apenas um monitoramento de sua luz para que durasse mais ou menos conforme o interesse de alguma missão de Deus na Terra);

(2) Além de explosões previstas como vindo em direção à Terra terem sido como que manipuladas para acontecerem do outro lado do sol, as maiores explosões do nosso lado não expeliram matéria coronal suficiente para enfraquecer a proteção de Tellus! (Ou então Deus colocou seus ‘anjos’ “com as asas abertas” como um grande guarda-chuva para que as explosões batessem neles e ricocheteassem para fora no espaço tangencial – aliás, há quem diga ver “anjos” NESTAS cenas;

Nave sugando o Sol-2(3) Foram colhidas provas visíveis (em vídeo e nas lentes das super-câmeras direcionadas para a investigação da atividade solar) de que objetos esféricos gigantescos “desprenderam-se” da superfície do sol, ora parecendo uma nave descomunal a sugar a nossa estrela-mãe, ora parecendo o nascimento de um novo planeta, dado o tamanho do objeto afastando-se de sua superfície. Tudo isto sem contar outras estranhezas circundando o astro-rei, como objetos cilíndricos e outros não-esféricos, ora estacionários ora afastando-se na velocidade do raio!

Enfim, o mistério é enorme e assim o campo para a liberdade de elucubração é também inesgotável, e por isso a “crença” de Lewis retorna com força, pois ninguém na Ciência jamais testemunhou uma estrela expelindo ou parindo um planeta, e este é justamente o motivo pelo qual a crença de Lewis jamais se tornou um pressuposto científico. Todavia, como uma ironia das ironias, a estrela que vai fazê-los testemunhar com os próprios olhos a crença de Lewis é justamente aquela que está mais perto de nós, ou mais capaz de fornecer uma prova incontestável de que Lewis estava certo.

parto“Mamãe-Sol” está grávida e parece que já está a sentir as dores de parto, pois já fazem mais de 5 décadas que sua agitação está incomodando os heliólogos, pois nunca jamais esteve tão agitada assim nos últimos 2 bilhões de anos, data em que pode ter nascido Mercúrio (Tellus nasceu há pouco mais de 4 bilhões de anos, e Vênus a pouco mais de 3 bi). Tudo isso sem contar que alguns velhos astrônomos no Século XIX, tais como Lescarbault e Le Verrier, andaram certa vez a vislumbrar a hipótese de haver um estranho corpo entre o Sol e Mercúrio, chamado Vulcano, o qual teria nascido há pouco mais de 1 bi e, por estar tão perto da gigantesca fornalha, jamais foi provado pela Ciência: Mais uma vez Lewis estava certo, quando dizia que não há e nunca houve consenso entre os astrônomos. Então, se assim é, que nasça logo o caçula e venha com saúde!

 

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Agora é pra valer: Igreja Católica está correndo risco

Documento publicado por Hermes Rodrigues Nery, estudioso do Vaticano e da Santa Sé, consolida a certeza de que a nossa Igreja-mãe, ou a Noiva de Cristo, está com seus dias contados em macabra previsão, por conta da busca da popularidade a qualquer custo.

Raio cai sobre a Ig na renúncia de Bento16Tomando por base o alicerce moral e espiritual da Igreja fundada por Cristo, bem explicitado em Mateus 16,13-20 e por isso mesmo exclusivo e incontestável, o articulista destila toda a sua preocupação com os rumos da Santa Sé no efervescer das trevas da pós-modernidade, deduzindo quase o óbvio das entrelinhas do populismo insensato do atual pontificado, que a rigor parece esquecer que a Igreja não foi fundada pelos padres, nem pelos bispos e muito menos pelo povo, por mais simpática que seja esta reivindicação. A Santa Madre foi fundada diretamente por Cristo, e por esta razão só pode ser conduzida por Ele, sendo sempre de bom alvitre NÃO OUVIR o povo, não contar com o povo, não ganhar voto do povo, não concordar com o povo.

Em artigo muito bem escrito e até com matizes poéticas que lembram os escritos de Chesterton (confira AQUI), Hermes Rodrigues Nery traz a lume todo o seu conhecimento acerca dos bastidores do Vaticano, sob intensa preocupação com a mentalidade do papa Francisco, que a rigor parece um menino bobo, influenciado ora por um suposto “socialismo dos pobres”, ora pelo “minoritarismo”, corrente modernóide que prega a defesa das minorias pela influência das massas, interessadas em ter TODOS os direitos a seu favor, inclusive o direito de ferir direitos!

Ora; nada há mais sério a constatar! Nenhum perigo é maior do que este para a saúde da Igreja, nem mesmo se comparado às desgraças trazidas pela Reforma Protestante, que a rigor se trata do mesmo problema, a saber, deixar o povo – qualquer um, quem quer que seja – a influenciar no núcleo intocável da Casa de Oração fundada por Cristo, a quem ninguém, absolutamente ninguém, caberia opinar e muito menos modificar! É o cerne inefável que guarda a pura seiva da Árvore da Vida, que Paulo chamou de “depósito da fé” (II Tm 1,14), o qual somente Roma tem para defender. É a doutrina infalível, o conjunto de dogmas inegociáveis dos quais depende todo o edifício do Cristianismo, e sem o qual o mundo nada mais é que apenas o inferno com diabos encarnados.

Depósito precioso da féO valor intrínseco deste depósito é tão colossal, ou tão astronomicamente imensurável, que nem mesmo o Papa teria qualquer valor perante ele, se um dia enlouquecesse e quisesse queimar os registros físicos do Santo Colégio, ou mesmo se quisesse apenas relativizá-lo para outros fins: tudo seria obliterado e qualquer último membro da Sé seria um mártir se impedisse o Papa – ou quem quer que seja – de ferir ou incendiar o grande depósito, nem que para isso tivesse que matá-lo! Trata-se de Uma Relíquia Sagrada no mais alto sentido, e se houver alguma coisa no Catolicismo que merecesse a alcunha de idolatria, idolatrar aquela Relíquia seria a única idolatria santa além de Cristo, pois dela depende o Cristo para todas as gerações da Terra!

O perigo atual está nascendo deste ponto, talvez o ponto mais antigo e mais letal a ameaçar o Cristianismo, a saber, ceder aos apelos das grandes massas, cedendo também à ideia de que a voz do povo é a voz de Deus, e que o Senhor jamais inspirou homem algum em particular (II Pe 1,20-21), devendo-se sempre ao povo o posto soberano de intérprete final da Revelação, e não a um clero exclusivo e inspirado. Eis aí explicado o problema explicitado no artigo de H.R. Nery.

Pedro recebe a unçãoPior: acorre-se imediatamente à pergunta: quem poderá salvar a Igreja de Pedro quando seu próprio sucessor, Francisco ou qualquer Papa, cai na armadilha e cede aos desejos das massas? Mais além: quem poderá salvar o Cristianismo? Pior: qual atitude poderia ser tomada para evitar que um Papa ferisse de morte a Igreja pela qual Jesus derramou o seu precioso sangue? Mais além: não caberia pensar até que a morte do Papa não fosse um inefável benefício e uma preciosa salvação? Ou quem o matasse não seria um herói? Talvez esteja aí a faceta mais sombria do bom combate, a qual o Senhor usaria para glorificar o seu soldado mais ilustre. Um cristão genuíno assumiria tal tarefa com elevada galardia e elevado galardão! Quem se candidata?

2 Timóteo 3,1-5Tomemos por base o argumento principal apontado por Nery: “O mandato vem de Cristo, as incumbências e os deveres vêm de Cristo, as chaves foram entregues por Cristo e não pelo povo. Aí está o engano, o perigo, a ilusão da chamada ‘descentralização’. O caminho da Igreja começa por escutar a Cristo e não o povo. A missão de Pedro vem de Cristo e não do povo. Cristo é o que está ‘elevado, acima de todos’, pois ‘nada podereis fazer sem Mim’!”. Em outras palavras, seria declarar que o mandato do Papa foi dado por Cristo, todas as tarefas e missões do Santo Padre foram incumbidas por Cristo, e até as Chaves do Reino que lhe deram todo o poder discricionário veio diretamente das mãos do Jesus em carne e osso, e não de um “deus invisível no céu” ou de uma massa de alienados levados pelos mais sórdidos demônios! Nada nem ninguém poderia estar ali, naquela hora, no lugar de Jesus, pois só Ele responderia por aquele ato “tresloucado” de entregar “as Chaves do Reino” nas mãos de um cara que nos últimos dias poderia se voltar contra sua eleição exclusiva! O leitor está vendo até onde chega a gravidade do que está acontecendo no mundo?

O fim do Cristianismo na Terra só poderia ocorrer (apesar da grande ferida incurável do Protestantismo) se o próprio Sumo Sacerdote, eleito por Cristo, o Sumo Pastor, alcançasse a “Síndrome da Sedução de Popularidade” que somente os demônios conseguiriam incutir por meio das multidões incontáveis do hedonismo, e também se o Papa tivesse todo um passado ligado aos movimentos populares, aos arautos da pseudoliberdade e aos falsos defensores dos pobres, que facilmente comoveriam e confundiriam a opção preferencial da Igreja com uma subserviência à voz do povo. [Diria o diabo: “O Socialismo, afinal, foi criado para triunfar!”].

Bíblia atravessada e em sangueClaro que a rigor, o Cristianismo jamais acabará, como também jamais passarão as palavras de Deus (Lc 21,33), conquanto ele possa continuar vivo apenas no Paraíso, onde não há influência de massas e muito menos de anjos caídos. Mas justamente por isso, por saber do eterno perigo que corria a Revelação no ambiente conspurcado, Deus tratou de entregar as Chaves do Reino a um único Homem, por meio de seu único Filho, e apenas em Sua missão terrestre, vindo em carne e osso. Se a onisciência já previamente sabia deste inexorável perigo, e por isso agiu secretamente dando “As Chaves” a Pedro, quem somos nós para discordar que o fim do Cristianismo terrestre já está às vistas, e talvez estejam rindo dele todas as fumaças do Abismo?

Mais a Revelação nos pediu para exultarmos e alegrarmos quando víssemos as coisas chegarem a este ponto. É como se nos pedisse uma loucura, que afinal, honra a visão de Paulo de que as coisas de Deus são mesmo loucura para os homens (I Co 2,14): Como ficar alegre vendo nossa única alegria ser aviltada e desmantelada com toda sorte de imoralidades? Como exultar quando o mundo vence a única força a lutar contra a corrupção e a maldade? Eis aqui um último milagre a ser exigido de nós.

Finalmente, o leitor poderia perguntar se há alguma lógica em se acreditar que o Cristianismo irá sumir do mundo, após todas as defesas que o Espírito Santo lhe adicionou? Sim, há. Tal como havia uma lógica triunfante no exato instante da morte de Jesus, e que enganou a crença dos apóstolos de que Ele venceria tudo em carne e osso! Ora: o fim veio, Ele foi enterrado. Porém depois de três dias ressurgiu vitorioso. O Cristianismo morrerá… sim, mas depois de três dias…

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Globo X Record: cada uma pior que a outra!

Povo brasileiro sem sorte: conquanto esteja num país onde não há vulcões nem terremotos, e tal como cachorro pulguento não se livra das pulgas, não consegue se livrar dos seus maus políticos (porque todo mundo “sobe” para roubar) e muito menos de seus líderes religiosos, de vício idêntico…

Farinhas do mesmo sacoNós mesmos temos batido repetidas vezes na tecla da inimizade à Rede Globo, por todos os defeitos apontados no artigo “Se o inimigo é a Globo, então viva a Record!” (veja Google), e por isso não temos, sob qualquer hipótese, qualquer procuração para defender a gigante carioca e muito menos a família Marinho! Todavia quando o lado oposto é tão podre quanto o lado frontal, temos que abandonar o campo de batalha dos porcos, antes que saiamos enlameados ou mortos.

Refiro-me ao fato de que ao apontarmos para a Rede Record e ali repousarmos nossa “fuga”, estamos agora vendo que cometemos também outro erro de indicação, agora com base nas últimas evidências, porquanto a Record é outro curral imundo onde chafurdam os piores porcos da modernidade, a saber, os líderes religiosos que enganam o povo, na sua parte mais frágil, a saber, os seus bolsos. Veja AQUI que até Caio Fábio já desnudou as sujeiras da IURD!

Isto posto, há que se reconhecer que a Rede Globo pelo menos não anda tirando dinheiro dos pobres (não diretamente como a IURD, igreja inventada pelo dono da Record), por assim dizer. Claro que a Globo tira dinheiro dos pobres sim, mas por via indireta, pois recebendo vultosas verbas do BNDES (e só por isso mantém sua qualidade de edição, numa concorrência desleal típica da pós-modernidade), carrega para si recursos que o Governo poderia estar destinando a escolas e hospitais, sem contar na geração de emprego e outras coisas a favor dos necessitados.

BNDEs - Banco da Rede GloboEsta sangria desatada de recursos do BNDES, da qual a Globo abocanha seu quinhão (e depois pinta de doutora da excelência – ora, com tanto dinheiro fácil, qualquer um seria excelente!), é talvez um crime ainda maior que o cometido pela Igreja Universal, a qual, pelo menos, ainda leva alguns fragmentos da Moral Cristã para seus afiliados, coisa que passa longe da Globo! (que o diga a Maitê!).

Isto tudo que descortinamos aqui só serve para aumentar nossa tristeza com o momento atual, pois este quadro repete fielmente aquilo que acontece na política deste país; a saber, que a classe política em geral é tão suja que não há uma única rodada de eleições onde o sofrido cidadão brasileiro tenha a chance de eleger alguém decente, e por isso ao final de cada escrutínio ninguém volta feliz para casa, pois sabe de antemão que votou apenas “num menos sujo”, e não num limpo de verdade.

É o drama de ter que escolher entre seis e meia dúzia, ou pior, entre fezes e esterco, pois somente a imundícia concorre nas eleições, e a fedentina chega ao país inteiro. Dá-se o mesmo caso aqui: se temos que escolher apenas entre a Globo e a Record, ou entre a imoralidade e o desvio de verbas, então a quem escolheremos? Ou que mal fará mais mal ao povo e ao país?

Cães gulosos-2Pensando como cristãos, é muito complicado decidir isso. Todas as almas humanas precisam da Moral Cristã que a Globo nega e avilta (neste sentido, a Globo é o maior empurrão que o diabo dá para fazer almas caírem no abismo!) e sem a Moral o fim do mundo corre solto e virá feroz, destruindo tudo o que resta de esperança humana e amizade com Deus. Também as almas humanas precisam de pastores para serem guiadas no Caminho de Deus, que é estreito e tem uma porta estreita. Mas quando esses pastores se tornam cães gulosos (como estes da figura ao lado) e só objetivam enricar às custas do dinheiro entregue de boa fé pelo dízimo do Templo, todas as suas ovelhas caminham como os 2.000 porcos que Jesus lançou no abismo! Eis aí a maldição dupla: em que situação vexatória e desesperadora caiu o bravo povo brasileiro, já tão sofrido com a seca, a miséria, a roubalheira dos políticos, e agora, na última picada da cobra, se vê diante de duas serpentes infernais coloridas, ambas a envenenar suas almas sem rumo.

Talvez tenhamos que pedir perdão por ter deixado como únicas opções a Globo e a Record, pois existem outros canais de TV gratuitos, e alguns até com boa programação (façamos jus à TV Educativa, a TV Cultura, a TV Escola e outras que têm ajudado, quase em silêncio, a formar bons cidadãos sob o pesado bombardeio da mídia a favor da Globo e da Record). Assim sendo, não podemos deixar de reconhecer que o povo também tem culpa por gostar de porcaria! Afinal, ao longo desses anos todos, os outros canais citados nunca deixaram de oferecer, em oposição à safadeza descarada das grandes emissoras, sua programação educativa e formativa, mas o povão já se acostumou a ver e desejar tanta imoralidade e depravação que acabou dando todo o IBOPE para aquela que se diz excelente fazendo cortesia com o chapéu alheio!

Farinhas do mesmo saco-3Neste sentido, o único momento em que o povo recebeu alguma opção razoável para não ligar nas novelas e nas depravações da Globo foi quando a IURD comprou a Record e passou a oferecer alguns momentos de decência, como agora se vê com a novela “Os 10 Mandamentos” que calou a Globo. Mas não tão decente assim, pois a mentalidade incutida nas mulheres da saga bíblica foi cirurgicamente adulterada para a mentalidade moderna, e assim se ouvem diálogos entre elas que jamais teriam ocorrido na História real. Mais uma vez é o povo quem tem culpa, pois se a Record tivesse feito uma novela 100% bíblica, muito pouca gente teria saído da Globo para a Record.

Enfim, aí está o problemão na vida doméstica de milhões de lares brasileiros, e este articulista não vê solução alguma, pelo menos a curto e médio prazos. Nossa esperança está em que a Polícia Federal, numa operação como a Lava Jato, aprofunde suas investigações e adentre os bastidores do BNDES, e ali, pasma como nós, descubra que toda “a excelência” da Rede Globo não passa de uma ajuda ilegal dos cofres públicos, sem a qual a Globo seria umazinha qualquer entre muitas, e estaria comendo migalhas de audiência como canalzinhos sofridos de rádios comunitárias.

Finalmente, se Deus tiver piedade de um povo tão medíocre ao ponto de gostar de lama e dos piores porcos da pocilga global, e se usar mais de misericórdia e menos de justiça na avaliação de uma Igreja do Inferno que transformou a Casa de Deus num covil de salteadores, e assim conceder alguma saída para este drama pós-moderno, então pode ser que possamos enxergar alguma luz no fim do túnel, embora uma luz ainda vacilante, pois luz divina mesmo só será vista na Volta de Jesus, quando Ele assoprar na cara do inimigo e fazer sobrar pedra sobre pedra de todas essas arapucas financeiras!

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Se o inimigo é a Globo, então viva a Record!

Muita gente tem levantado a voz para criticar a TV Record como TV Evangélica, por não assumir de vez o seu papel evangelizador ou por assumi-lo demais com programas proselitistas, deixando a população sem nenhuma opção mais equilibrada e mais bombástica que a Globo

Globo=Lavagem cerebral e granaVivemos um tempo de insustentáveis radicalismos, ao mesmo tempo em que experimentamos injustificáveis permissividades, num paradoxo difícil de engolir para quem ainda mantém um mínimo de coerência neste mar de contradições da Era das Incertezas. E nestes tempos loucos, a Televisão ainda é a voz mais forte a influenciar as massas, apesar das boas contribuições da Internet livre que ainda temos. Sendo a TV a voz mais forte, recai sobre ela o tremendo peso da culpa universal da decadência humana.

É desnecessário lembrar que as almas são livres neste mundo, mesmo que entregues ao Maligno, e que as massas seguem, como sonâmbulas, livremente para assistir a programação televisiva, e assim a TV não tem toda a culpa, como o parágrafo anterior pode ter sugerido. Porém esta constatação apenas ressalta o paradoxo vivo e pegajoso dos vícios humanos, nos quais tanto o viciado tem culpa, quanto quem lhe alimenta o vício. Então a TV, corrigindo a história, inventa histórias atraentes para a massa viciada num tipo de pecado, ao mesmo tempo em que recebe da massa as histórias nas quais baseia a sua programação, num ciclo vicioso sem fim, que é exatamente onde a Record deveria entrar e interromper este eterno giro-sem-freio da desgraça humana, sem pensar em agradar ao IBOPE ou em perder o dinheiro que o IBOPE dá (difícil é o pessoal da Igreja Universal “esquecer o dinheiro”, nem que seja por amor ao próximo!).

Se bem que a programação que temos em mente para obstaculizar a audiência das novelas e programas imorais da Globo é das mais atraentes, e aqui vamos questionar a equivocada doutrina que não permite ligações com este tipo de programa, como se para Deus houvesse alguma censura em sua boca ou como se Deus não soubesse conduzir uma ovelha pelas cavernas mais tenebrosas das terras do Abismo! Senão vejamos…

Programação TV Infinito

Clique na figura para ampliar e ver a logomarca da TV Infinito

Estamos pensando numa programação atraentíssima e eficientíssima para cativar a atenção das massas depravadas da pós-modernidade, uma vez que toda a Psicologia moderna traduz as maiores paixões humanas como herdadas e inventadas a partir dos temas do amor e do ódio, do sexo e da violência, da coragem e do medo. E estes campos são vastíssimos! Talvez sejam até inesgotáveis! Não é à-toa que muitas Televisões fechadas ou por assinatura faturam alto em suas programações exóticas, e nem se importam de excluir completamente, de suas grades diárias, qualquer programação do tipo “alienante”, como filmes eróticos, novelas e jornais apelativos de exposição da violência. Houve mesmo um diretor de TV que, questionado sobre isso, respondeu que mesmo que tivesse dinheiro suficiente para contratar atores como Antônio Fagundes e Fernanda Montenegro, jamais retiraria do ar sua grade “iniciática” ou “esotérica”, pois era ela quem sustentava regiamente a emissora, com boa margem de lucro.

O que estamos dizendo é que, uma vez provado que existem assuntos de sobra para se fazer uma boa programação atraente para as massas (como sugerem os teóricos da Psicologia das emoções), por que cargas d’água uma TV Globo não abraça esta ideia e começa a fazer o caminho inverso, ou seja, remar contra a correnteza da depravação que ela mesma ajudou a criar? Ora, isto seria no mínimo mais nobre e humanitário, até mais solidário, pois ajudaria a EDUCAR as massas que os governos não educam e assim, num futuro de médio ou longo prazos, os frutos da decência e da seriedade entrariam no coração do povo brasileiro e levariam a Nação a merecer um lugar no Primeiro Mundo, e com isso quebrando o ciclo vicioso de 500 anos de decadência e pobreza de espírito. Isto também traria outros dividendo$ para a Globo, pois contribuir para educar o povo faria diminuir a violência de que ela mesma já foi vítima (como no assassinato de jornalistas) e iniciaria uma onda benevolente de novos “imitadores”, fazendo outras emissoras publicarem matérias semelhantes, nivelando por cima o nível da Televisão em geral e aperfeiçoando a sociedade como um todo.

Capa de Fernão Capelo GaivotaEm palavras mais ao nível das massas, o que ocorre é o seguinte: o sexo dá IBOPE (aqui estariam os índices de audiência mais elevados); histórias de fantasmas também dão IBOPE (só que com índices menores que o sexo); “ufologias” também dão IBOPE; fenômenos paranormais e vida após a morte idem [vejam a penetração de canais como a TV Infinito]. Assim sendo, e sabendo exatamente o que estamos dizendo (a Globo pesquisa “Audiência” a fundo), a Rede de Roberto Marinho poderia muito bem excluir ou diminuir a quantidade de novelas e colocar no ar, em horário nobre (quando as massas podem ver TV), programas instrutivos – para não dizer científicos, pois a Ciência é manipulada para impedir sua veiculação – e programas instigantes sobre estranhos fenômenos planetários, levando seus telespectadores a um mundo novo de confronto com o mistério – não apenas EDUCANDO as massas alienadas pelo excesso de trabalho e sexo, mas FORMANDO verdadeiros cidadãos cósmicos, e não apenas (in)formando animais viciados em vida-animal, como eram os amigos de Fernão Capelo Gaivota.

Enfim, se a Globo começasse a virar esta página negra da história de sua programação tão batida e enfadonha – há mais de 40 anos a Globo se repete! – e desse início a uma verdadeira “revolução midiática”, levando o povão a refletir sobre a sua própria alma (no duplo-sentido), ora, aí não faltaria apoio nenhum, e ninguém, nem mesmo os religiosos mais piegas, poderiam chamá-la de “agência do inferno” e ‘possessa de espíritos maus’, como se dá atualmente. No mínimo os religiosos iriam, para o bem das massas (pode crer!), reinventar suas grades e produzir programas no mesmo sentido, e ainda com mais devoção, pois tentariam oferecer outra opção de consciência espiritual, levando as massas a assistir filmes de sua escatologia e doutrina, para evitar desvios para o ocultismo e outros ismos. Então pimba! Eureca! A TV sairia ganhando, ganhando tudo, inclusive almas para Deus, a amizade de Deus e até dinheiro!

Logo, com isto em mente, e como nossos apelos nunca chegam à Rede Globo, e quando chegam, entram por um ouvido e saem por outro, temos que manter o foco e apontar a Globo como sendo de fato uma agência do inferno (que vendeu a alma ao diabo para ficar no alto do IBOPE, e à corrupção petista para receber apoio ilegal do BNDEs) e por isso todas as críticas devem ir para ela, merecidamente. É ali que está o cão das sete catacumbas e a Babilônia do Apocalipse, e nenhuma alma redimida por Cristo ou devota de Nossa Senhora pode comungar com ela (cruz credo!), devendo, pelo bem do Evangelho e da salvação eterna, trabalhar CONTRA a Globo, catequizando os outros para não assistirem sua grade, ou até a fechar o aparelho de TV em definitivo, como fez o Papa já há 25 anos (confira AQUI neste link).

Anti-Globo totalNeste espírito, a única coisa que temos a dizer é que, se o inimigo é a TV Globo, então VIVA a TV Record! Ou seja, por mais proselitista e equivocada que seja a mensagem evangélica da IURD, e por mais que seus pastores peçam dinheiro, e por mais que Edyr Macedo pretenda dominar “o Globo” com sua máquina perfeita (segundo Caio Fábio), é claro que a grade programática da Record é muito melhor do que a depravação das novelas da Globo e muito melhor do que as propagandas das novelas, que são coisa muito pior que as próprias novelas! E mais: os filmes escolhidos (sempre com sexo livre sugerido), as minisséries, os especiais, enfim, tudo o que a “Mentalidade-Globo” injeta na sociedade é ruim, péssimo, como se seu interesse fosse tão somente satisfazer a vontade de Lúcifer (o cão interessado em ressodomizar o planeta inteiro, desde que Deus destruiu a velha Sodoma!). Um exemplo dos benefícios de se preferir a Record à Globo pode ser visto com o que aconteceu com a linda Andressa Urach, ex-prostituta que deveu sua conversão à influência da IURD, e cuja vida agora é um libelo contra as imoralidades que a Globo veicula a 3 por 4 (Leia sobre isso NESTE link).

O drama então se agudiza e se congela aqui: o problema é que a Record, fundada sob a visão maniqueísta e reducionista da Teologia da Prosperidade do nefasto Neo-pentecostalismo, pensa que fazer uma programação voltada para assuntos como ufologia e projeciologia é uma obra de satanás, pois a visão bitolada do Protestantismo crê que só o mini-cristo engaiolado deles é o Cristo verdadeiro, sendo tudo o mais (todos os mistérios de Mateus 13,11) obra do inimigo de Deus, incluindo aí até mesmo o valor da conversão alheia, que é o grande trunfo de se estudar a vida dos santos. Pensando assim, i.e., achando que apenas a fé deles é que salva, qualquer coisa que não se ache dentro das letras mortas do sermão de seus pastores, só pode ser espiritismo, macumba ou coisa pior. E aí então é o Evangelho que sai perdendo, pois ninguém de lá está obedecendo ao trecho que diz “tudo o que ouvistes aos ouvidos gritai-o dos telhados”, pois só entendem que neste trecho o verbo ‘falar’ é muito mais forte que o verbo “ouvir”, quando ocorre justamente o contrário, como Jesus explicou quando disse “tenho muito mais o que vos dizer, mais vós não podeis suportar agora” (João 16,12).

Aliás, Cristo até deu permissão para tratarmos daqueles assuntos esotéricos em nossas pregações e programações de TV, quando desdenhou de Nicodemos (um crente como os da IURD) e disse: “Se vos falei de coisas terrestres e não crestes, como crereis se vos falar das celestiais” (João 3,12): celestiais aqui podem ser UFOs, anjos, fantasmas, etc.!

Finalmente, aqui fazemos o nosso apelo como cristãos, defensores do mesmo Cristo que a IURD diz defender: Se houver alguém da Igreja Universal lendo este artigo, sobretudo se for gente com influência política dentro da Record, por favor leve aos diretores de sua emissora ou de sua igreja esta singela mas bombástica sugestão: vamos derrotar a Globo! Vamos passar o Evangelho na cara deles, levando os temas mais palpitantes de mistérios a confrontar a vacuidade e a imoralidade das novelas! Vamos nos unir numa programação única e agradável a Deus, que é uma mensagem que contribuirá, ainda que no longo prazo, para o cumprimento da sábia missão de salvar almas.

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O que aconteceria se Paulo e Pedro voltassem hoje?

O veredicto paulino e petrino do mundo atual coincidiria: “vocês estão às vésperas do antiCristo!”. A análise eclesial os calaria: “Como nós nunca pensamos nisso? E se ajoelhariam diante do Papa”…

Paulo e Pedro-3A grande Simone Weil lapidou uma frase magistral que esta Escola põe em sua epígrafe mais cara, devido ao valor imprescindível de seu raciocínio à própria razão de ser desta instituição, pois jamais faria sentido em se APROFUNDAR a Teologia, se não se partisse do fato de qualquer pensador que se preze deve “procurar ver em que sentido o contrário de todas as afirmações é verdadeiro”. Assim, ampliar e aplicar esta máxima a todo pensamento humano e divino (“filtrando” a própria Bíblia com base em Weil) e assim ficar livre do toda mediocridade, é para nós prêmio da soberana vocação em Cristo que repousa sobre nossos ombros.

Não sabendo se o leitor está amparado por boa leitura e se está familiarizado com aquela brilhante autora, prosseguimos na divina exatidão da “recomendação” de Simone Weil e reconstruímos toda a história planetária (com base na Palavra de Deus e em CS Lewis), fazendo malabarismos com a mente e a terminologia respectiva, como ensinava o mestre Costa Matos, quando de sua verve poética. Um destes malabarismos seria procurar em que sentido um possível retorno dos apóstolos ao mundo moderno os faria pensar como máquinas enferrujadas, ou como computadores de ponta, enxergando aquilo que a Evolução do Homem ensejou para suas mentes não-tecnológicas de 2.000 anos atrás.

Com efeito, um bom tempo de peregrinação intelectual aos anais da História da igreja cristã, auscultando e fuçando em tudo o que ficou explícito e implícito ao longo dos séculos, certamente levaria os apóstolos a arrepios espantosos, pois muitas coisas deixariam pasmos aqueles que o próprio Cristo ensinou. Vamos ver se conseguimos bons exemplos para iluminar este raciocínio.

Facilidades da tecnologiaUma das coisas que os dois apóstolos gigantes deduziriam do mundo moderno é que em muitas coisas nós passamos a complicar o meio de campo, e em muitas complicações de antigamente nós nos resolvemos magistralmente, com uma simplicidade louvável para qualquer cristão de sua época. No primeiro caso, uma simplicidade apostólica que nós não temos mais hoje é a desburocratização da igreja e da ordenação episcopal, que naquela época acontecia por uma simples imposição de mãos dos discípulos líderes (ministros) e a igreja andava muito melhor, como tudo o que dispensa os chamados “entraves burocráticos” (que o digam os militares em campanha!). No segundo caso, uma simplicidade nossa que os apóstolos nem de longe sonhavam em ter é a profusão de Bíblias – Velho e Novo Testamentos – distribuídas e a distribuir com o povo, e a facilidade com que os leigos podem ler, já que todos os livros estão encadernados e colecionados em ordem didática, enumerados em capítulos e versículos com referências elucidativas, facilitando a visão de conjunto de todo o legado de Jesus Cristo (sem contar as chamadas “Bíblias de Estudo” e aquelas extremamente facilitadoras, que já vêm com certeiras e didáticas “notas de rodapé”).

Estes são apenas dois exemplos agora lembrados de propósito para fixar bem a noção das diferenças entre o tempo de hoje e o dos apóstolos, em relação a questão da facilidade/dificuldade de se levar à mensagem de Deus à Humanidade. Todavia e contudo, o que queremos pontuar aqui está noutro ramo de entendimento, e nos adiantamos a enfocar que o tema escolhido é o da incidência histórica das profecias de Jesus, que os apóstolos certamente nos ajudariam muito a confirmar, e também ao mesmo tempo ficariam pasmos com as coisas que nós já vivenciamos daquelas profecias, e de como nos comportamos diante delas e como sobrevivemos a elas.

Isto se refere, por um lado, ao fato de que o cenário atual está pincelando, com as cores mais vivas possíveis, todo o medonho quadro apocalíptico das predições de Jesus transmitidas pelos autores canônicos, e, por outro lado, está iluminando, com faróis potentes, toda a derrocada moral da cristandade, soterrada sob toneladas de vícios incompatíveis com o Evangelho, e por isso mesmo deixando no ar a estranheza de porque Deus ainda não interveio, ou porque sua longanimidade parece agora muito maior do que aquela que Ele usou ao tratar de Sodoma e Gomorra!

Dia-do-Juizo-Final-1Aliás, os apóstolos ficariam estupefatos quando lessem (apressados pelas urgências infernais da chegada do antiCristo) num trecho cirúrgico do Livro das Revelações, aquela sentença aterradora de Deus dizendo “sai dela povo meu”, e ficariam a se perguntar, abismados, COMO É QUE AINDA NÃO FOMOS RETIRADOS DE CENA, quando gente muito mais santa foi catapultada para o alto em situações muito menos comprometedoras com a imoralidade do lugar onde viviam! Ou seja: eles estariam orando e perguntando a Deus: “Pai, por que essa gente morna ainda está aqui, quando gente bem quente e bem fria tu vomitaste de tua boca sem hesitação? O que será que tais indivíduos ainda podem fazer aqui, já que não devem ser contados nem entre o trigo nem entre o joio?”…

E depois da oração os apóstolos sairiam dali e iriam correndo procurar a igreja com maior número de raízes históricas com a comunidade primitiva dos nazarenos, e passariam talvez semanas ou meses de intensa busca, não raras vezes eivada de sinais confusos e ameaças de morte por parte de muitas igrejas que eles não visitaram.

Enfim alguma coisa os levaria até o Vaticano e eles entrariam pelos portais da Roma moderna, contra quem o mundo tem pesadas acusações, inclusive de pedofilia acobertada pelo Sumo Sacerdote. Sem saber mais a quem recorrer, os apóstolos aceitariam dormir “nos estábulos do Papa”, enquanto durasse a sua peregrinação na miséria de uma época de desemprego gritante, e enquanto durassem as suas longas visitações ao Magistério eclesial.

Chegou então o tempo em que o Magistério os entendeu direito (sua visão de mundo é tão diferente da atual que até para pedir água, o jeitinho é outro) e conseguiu equacionar a última resposta que eles precisariam para comprovar, para eles mesmos, que haviam descido DENTRO da Grande Tribulação. Isto é: quando eles levantaram a pergunta mais difícil (a saber: “como uma igreja tão imoral pode ser a legítima Noiva de Cristo?”) que era a última à qual todos os raciocínios levavam, ouviram os padres magisteriais responderem:

Igreja iluminada na Parusia“Aí está a questão! Aí está a chave deste enigma: a Noiva do Cordeiro iria ficar, a rigor, cada vez mais imunda, quanto mais se aproximasse a Grande Tribulação! E esta Noiva, apodrecida e moribunda, daria ao seu Noivo uma missão muito mais difícil, mas também muito mais gloriosa e honrada de todas, a saber, que só Ele pôde descer ao mais profundo lamaçal para buscá-la e lavá-la com seu sangue, para apresentá-la mais branca que a neve no centro do Grande Julgamento! E como disseram Isaías e outros profetas, todos se abismarão quando ela ressurgir triunfante e radiante, de fato, cheia de estrelas e raios gloriosos sobre sua cabeça, aquela cabeça onde um homem de carne e osso usava uma mitra!”. E os apóstolos se ajoelharão diante do Papa, quando entenderem que ninguém sairia limpo do planeta em ebulição, e que só o amor incondicional lavaria a história da Igreja.

O capítulo final seria justamente o cumprimento da profecia “sai dela povo meu”, e agora a Igreja inteira se eleva como o Senhor na ascensão. A velha Sodoma, que tanto conquistou corações neste século, inclusive atraindo-os de dentro do próprio Cristianismo, está também abismada com a chegada da “Grande Meretriz”, que ela julgava “sua mestra”. Mas entenderá que, assim como foi a misericórdia aplicada sobre um único justo que dela escapou (Ló), ali também ela estará em razão de um único justo ter-lhe lavado por inteiro, expondo pecados muito maiores nas outras. Enquanto ela morreu e ressuscitou com sua fraqueza carnal total, as demais igrejas morreram por sua incoerência doutrinal, e nem deram fé que precisaram de muito maior misericórdia.

 

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Todas as coisas cooperam para o bem daqueles…

Uma palavra do Evangelho (“nem uma folha cairá em terra sem o consentimento do meu Pai”) e o derramamento de toneladas de bombas sobre uma nação, provam que tudo está de acordo com a vontade de Deus e que todas as coisas estão concatenadas para gerar o bem aos escolhidos.

Bombardeiro despejando bombasEis aí um tema assaz problemático. E é problemático em diversos sentidos, a começar de que é a menina dos olhos do ateísmo, e o xodó da filosofia pós-moderna. Afinal, centra-se e assenta-se sobre uma aparente contradição medonha, e a alma desconfiante e insegura do homo sapiens sapiens, não tem mais autocontrole para enxergar qualquer coisa que não seja a lógica mais rasteira.

De fato, trata-se de uma afirmação complicada, porquanto toda a Teologia cristã assegura que Deus é bom, é o infinito em misericórdia, e jamais maquinaria o mal a ninguém, seja quem for e seja que mal for. Então, neste sadio raciocínio, como explicar que o Pai do Céu não permitirá que nem uma folha cairá do céu sem o consentimento dEle, enquanto que superbombardeiros despejam toneladas de bombas em cima de populações pobres, como ocorreu em Hiroshima e Nagazaki?

Eu vim para que todos tenham vidaConvenhamos, não é preciso apenas inteligência para entender esta sinuca de bico, mas também é preciso um grande esforço de fé e boa vontade para entrever, nas entrelinhas deste labirinto, as equações integrais e derivadas de tal verificação, as quais somente um cristão convicto e bem informado consegue vislumbrar. Porquanto na Revelação, bem como na Tradição, o sofrimento humano, seja ele voluntário ou involuntário, faz parte do plano de Deus para alcançar a criatura humana perdida deste planeta, para a qual muitas operações não alcançam a cura, estando ela necessitada de “curas além d’alma”, ou tratamentos que comecem na Terra e terminem no Além, para onde muitas almas vão para completar o seu processo de purificação que na vida física tornou-se infrutífero ou inócuo.

Bomba Atômica-1É claro que a cura completa não necessariamente precisaria incluir a morte no meio de uma irradiação nuclear que queima a pele lentamente e não mata logo, produzindo um sofrimento lento, crescente e inexorável, o qual talvez pudesse ter sido ‘dispensado’ do processo. Porém esta é uma parte da equação que só o inventor da matemática (Deus) poderia ver por inteiro, e quando Ele abriu mão do controle da Criação e se propôs criar seres livres como Ele mesmo, acabou por permitir efeitos desastrosos e até certo ponto “inesperados” para seus propósitos, efeitos estes que não podem mais ser sustados, pelo menos não depois de iniciados. Assim sendo, as grandes tragédias climáticas –provocadas pelo descontrole da Natureza que não está mais ao alcance do homem pecador – e as grandes tragédias sociais, como as guerras (provocadas pela maldade humana), terminam por incidir necessariamente no decorrer da história humana, sem que a rigor Deus tenha qualquer participação no estopim do processo e, pelo contrário, o Senhor apenas espera colher frutos benignos das almas vitimadas por tais tragédias, tal como os colhe de quem sofre com doenças ou martírios.

Para cristãos sábios e bem informados, a única forma de enxergar bem os males causados pelas tragédias climáticas e pelas guerras, é lembrando que a Revelação explica que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, e que apesar deste mundo registrar os piores sofrimentos físicos incididos sobre os homens, mal algum atingirá o Homem (isto é, a alma humana) e não virá sobre nós nada que não possamos suportar, sendo a morte o limite final e indolor de toda a sina de dor na história das vítimas. Está escrito: “Nem um fio de cabelo de nossa cabeça será perdido”. Morreremos em corrupção, mas ressuscitaremos em Glória!

Em palavras laicas, seria que: “pelo benefício de criar almas livres, o Criador julgou vantajoso permitir a convivência humana sem restrições, e caso esta se voltasse contra Deus (ou contra o Homem, por culpa do próprio Homem ou de terceiros), Ele ainda poderia colher o Bem final das tragédias, dando às vítimas uma morte indolor e uma chegada triunfal ao Paraíso”. Só assim o Pai do Céu poderia manter toda a Criação intacta, isto é, sem ter que revogar a Lei do Livre-arbítrio, ao tempo em que trabalharia para reconduzir as almas ao Céu, convencendo-as livremente pelo poder da Verdade libertadora ou pela libertação poderosa da Verdade.

Bombardeiro B-2_spirit_bombingE como ficam aquelas declarações “piegas” das Escrituras, quando dizem que “nem uma folha cairá em terra sem o consentimento de meu Pai”, e vemos bombas e mais bombas caírem sobre pobres e crianças em nações paupérrimas, como as do Oriente Médio? Ora, a partir do exposto nos parágrafos anteriores, a verdade libertadora por trás desta aparente incoerência de Cristo é lembrar que tudo faz parte do seu santo plano, e que nada foge à sua vontade (Romanos 9,19) e tudo terminará bem, dentro do Bem eterno planejado pela Misericórdia infinita. As coisas que vemos agora como males absolutos – aparentemente injustos – não passam da conseqüência lógica da liberdade irrestrita permitida por Deus, e a alma humana seria muito mais infeliz – ou nem existiria – se Deus, para evitar tais efeitos, voltasse atrás e nos tirasse a liberdade, tornando-nos autômatos.

Finalmente, o Senhor Yaveh sempre levará uma desvantagem enorme quando precisar responder a muitas questões levantadas pelos homens, pois seu campo é espiritual e nós perdemos toda a visão transcendental que Adão e Eva tinham antes da Queda, e assim muitas respostas que Deus poderia dar não passam de palavras – ou aparentemente são meras palavras – diante de imagens dantescas como as duas de aviões despejando bombas deste artigo. Deus não tem imagens a nos apresentar. Aliás, tem, só que nós é que não temos mais olhos para ver.

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Porque Jesus pode ter sido filho único de Maria

Na única hipótese plausível, CS Lewis deu a chave do segredo da sagrada família com o único argumento lógico: o autodomínio não é apenas uma meta, mas um sagrado prazer dos santos.

Jesus filho único na manjedouraO livro “Radiografia de Maria” se propõe a analisar todas as nuances teológicas e todas as possibilidades circunstanciais da vida em família do Nazareno, e em razão disso não poderia deixar de se basear em CS Lewis, mestre emérito e paraninfo da Escola de Aprofundamento Teológico, de onde o seu autor vem. No livro em questão, deixamos em evidência, no “corpus mor”, a nossa crença de que as referências bíblicas aos irmãos de Jesus se referem de fato àquilo que literalmente dizem, i.e., que o povo da época de Jesus sabia reconhecer muito bem os parentes mais próximos de uma pessoa, não tendo havido nenhuma confusão, por parte dos concidadãos envolvidos, entre supostos “primos” e irmãos biológicos do Senhor, conforme explicita a própria epístola de Paulo aos Gálatas (Gl 1,19).

Além do mais, a equação racional mais lógica para a argumentação bíblica a favor dos vários irmãos biológicos de Jesus, não poderia deixar de utilizar a expressão “nem mesmo” para lacrar o argumento e impedir qualquer dúvida; porquanto se o ponto extremo da equação não fosse a vida de irmãos biológicos, não faria sentido hiperbolizar a figura usando “nem mesmo” para pessoas “primas” ou mesmo meio-irmãos! Logo, se o autor canônico hiperbolizou e usou a frase “NEM MESMO os irmãos de Jesus criam nele” (João 7,5), está clara a intenção desta sentença expositiva da ingente desmoralização que o Filho de Deus veio (a) sofrer no ambiente terrestre: era uma sentença hiperbólica para expor a vergonhosa situação magisterial de Jesus, pois um mestre que não conta nem mesmo com a confiança de seus próprios irmãos, não poderia mesmo fazer muitos discípulos! Enfim, eram estes os pontos mais agudos dados no livro “Radiografia de Maria”.

Cristianismo AutênticoInobstante e contudo, há uma teologia específica e estruturada acerca das virtudes teologais no livro “Mere Christianity” (“Cristianismo Autêntico”) e ilações fundamentadas em pelo menos outros 4 livros de doutrina, sem contar as alusões direcionadas aos leitores das outras obras, como a “Trilogia Espacial” e ‘As Crônicas de Nárnia’. Refiro-me aos magistrais trabalhos investigativos onde Lewis reconhece como preponderantes, sem qualquer demérito, todos os esforços humanos para alcançar a santidade, pontuando esta como o corolário daqueles esforços no sentido de impedir a ação livre do ego, que sempre trabalha para fazer a vontade rebelde da alma.

Assim Lewis explica, por exemplo, que uma vida religiosa que precisou submeter-se à auto-flagelação conseguiu muitos elogios à sua santidade desapegada e até bênçãos e graças, mas jamais foi capaz de vencer o próprio ego, o qual pode até se utilizar das feridas e dores para injetar orgulho ainda mais diabólico no coração do autoflagelador. Desta feita, Lewis defende que a glória dos mártires se deve ao caráter INVOLUNTÁRIO dos sofrimentos, o qual é o único meio capaz de “aniquilar” ou “quebrantar” um coração de pedra, justamente por tê-lo feito “engolir” a rejeição de sua vontade, cedendo o seu domínio ao “Senhor da Dor” (segundo Jack) ou à senhora dor que lhe tornou humilde.

Tentação2Isto posto, o raciocínio lewisiano serve direitinho à compreensão da vontade de Deus, a saber, que o homem se renda, i.e., entregue a sua vontade de volta a Deus, e aceite receber uma vida sem a satisfação daqueles desejos mais “naturais” – da natureza decaída – da alma, que estão constantemente em contenda contra a razão e a paz, quase sempre vencendo a guerra interior. Não era à-toa que o Senhor repetia: “se alguém quiser ser meu discípulo, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”; “quem perder a sua vida por mim, achá-la-á”; “é dando que se recebe”; “se a semente não cair na terra e não morrer, não ressuscitará”; etc. Todas essas são passagens onde a idéia predominante é: “renda-se o homem e a sua felicidade virá com a rendição de sua vontade à vontade de Deus”. Rendido o homem, ele finalmente será feliz e alcançará a paz que excede todo entendimento.

Aqui chegamos à sagrada família. Ela era sagrada justamente porque havia “se sagrado”, i.e., havia se entregado voluntariamente à obediência e ao cumprimento da vontade de Deus, como missão única e prazer indizível, fonte da felicidade eterna e da segurança onipresente. Jesus, Maria e principalmente José estavam cônscios de que a salvação e sobretudo a santificação eram produtos exclusivos da rendição da vontade humana aos desígnios de Deus, e não tardaram a ver que a chegada de Jesus era o sinal mais evidente de que Deus os queria para si, e eles então passaram a dedicar sua vida inteira ao serviço do Rei, sendo-lhe de seu inteiro agrado, como também o foi João Batista, um homem cuja vontade simplesmente sumira de sua vida entregue a aplainar os caminhos do Senhor.

Radiografia de MariaIsto posto, pergunte-se: como aconteceram as coisas no seio da sagrada família? Ora. José e Maria sabiam, de bom coração e perfeita consciência, que NÃO HAVIA PECADO ALGUM no sexo praticado por marido e mulher na lei do Judaísmo e muito menos na Lei de Deus. Sabiam que Deus jamais os condenaria por uma “queda” sofrida numa “tentação” que a rigor nem viria do diabo, pois este sabe que o sexo conjugal é uma bênção e faz um casal feliz, e o inimigo sempre luta para fazer os casais infelizes, e não castos! Logo, neste caso específico de José e Maria, aquilo que alguém poderia chamar de tentação não caberia em lugar algum nos planos de satanás, pois ao final tudo faria parte do exercício máximo do prazer de servir a Deus, dando-lhe prova de ter vencido o descontrole sobre os desejos da carne, e ali, nesta vitória específica, estava o mais sublime gozo celestial!

Eis então porque podemos admitir que Jesus teria sido filho único; i.e., não porque seus pais pecariam se transassem, mas porque seus pais adquiriram o prazer infinito do autocontrole sobre seu próprio ego, dando “um show de santificação” perante os inimigos de Deus, que jamais apostariam em tamanha autonegação (Mateus 16,24), em troca de um prazer legítimo e santo como o sexo conjugal-matrimonial. Eis então uma prova de “martírio” extraordinário, porquanto feito com o mesmo prazer que sentem os mártires de morrer por seu Senhor: José e Maria viveram felizes por conseguirem vencer seu próprio ego, e assim se ajustar plenamente à Vontade de Deus, embora esta EM NADA os condenasse! [Por outro lado, ser filho ÚNICO seria também um ótimo teste para Jesus, pois – como Ele bem sabe – a presunção e o orgulho são o maior de todos os pecados, e a Psicologia diz que filhos únicos geralmente são egoístas e egocêntricos ao extremo; logo, Jesus teria sido criado num lar que O testaria a vida inteira, já que não teria irmão algum para concorrer com Ele nem obrigá-lo a ceder sempre a sua vez por caridade: vivendo sozinho com os pais, Ele estaria sempre tentado à presunção do egoísmo e do narcisismo]. Todavia, neste mister, mas noutra direção, ainda há uma hipótese bem concreta para agradar aos mais céticos. Confira-a no próximo parágrafo.

O Evangelho de TiagoOra; lendo um dos evangelhos ditos apócrifos, o Evangelho de Tiago*, fica claro que José era viúvo, e casou com Maria já em idade avançada (entre 55 e 65 anos) e que não contraiu com ela suas primeiras núpcias, sendo pela segunda vez um esposo decente, como foi com sua primeira mulher. Com esta igualmente felizarda, José teria tido seis ou sete filhos, os quais o acompanhavam em sua nova união, embora a rigor não dessem sinais de ser “gente boa”, ou crentes da maior qualidade. Isto dá ao lar de Jesus o ambiente perfeito e necessário para o Filho de Deus ter a experiência de conviver numa família conflituosa, da qual os evangelhos registram a terrível e cabal frase: “porque nem os seus irmãos criam nele”. Entretanto, tais pessoas não eram “irmãos” de Jesus, no sentido biológico, e muito menos primos (como injustificadamente alegam alguns ignorantes da Igreja Católica), tal como José também não tinha um único cromossomo ou elemento de DNA em comum com Jesus. Os irmãos de Jesus eram portanto irmãos adotivos, e não meio-irmãos, como as massas poderiam pensar. Mas nem isso eram, pois o próprio José nada tinha de consanguíneo com o Nazareno, sendo apenas o esposo-protetor de Maria e do menino Jesus. Logo, está explicada a inexistência de irmãos na vida de Jesus, e com isso pode-se, sem cair em contradição lógica, acatar plenamente a virgindade perpétua de Maria: José era idoso e, além disso (isto tem um peso enorme!), estava tão consagrado a Deus que não ter sexo era a sua glória aprazível, e não a sua tristeza! Isto diz tudo.

Michel Douglas e David Duchovny-2[Claro que, modernamente, com toda a Humanidade a sofrer os efeitos da sedução hipnótica da onda erotizante e do sexo livre (como Lewis muito bem explicou no mesmo livro, o “Mere”), e todo o mundo vivendo hoje em dia até a escravidão do sexo, não é de se admirar que qualquer coisa descambe para a insinuação sexual, mesmo a mais pura das criancinhas em comerciais de sabonetes. Tudo atualmente leva a mente para o sexo, e isso já virou patologia mental grave, com toda a dificuldade de combate a uma perdição emaranhada nas entranhas da alma. Tanto é que, a mesma insinuação de sexo na Sagrada Família, chegou também à vida do próprio Cristo, quando os “gênios modernos” saem do armário e vêm dizer que Jesus teve uma esposa ou simplesmente teve sexo com Madalena, para não contar coisa pior. Enfim, tudo está na pernóstica “equação do desejo sexual irresistível”, cuja exacerbação chegou ao extremo na pós-modernidade, muito mais do que houve em qualquer outra época da História (que não se enganem os historiadores de Sodoma!). No presente clima imoral, considera-se que a ausência de sexo é que é loucura, soando sempre como uma interferência pseudomoralista dos cristãos, tidos agora como “santos-do-pau-oco”. O próprio Deus-encarnado “não resistiria a um rabo de saia”! Pode?].

Então não cabe ali o nome de martírio, pois o próprio Nazareno chamou sua oblação de “fardo leve e suave”, e ainda garantiu que aqueles que renunciassem às suas vidas por amor a Ele, receberiam, já nesta vida e na outra, recompensas tais que fariam os prazeres da terra parecerem coisas sem gosto e até desagradáveis.

Capa filme StigmataCabe ainda uma observação: nesta linha de pensamento, qualquer cristão que tenha entendido bem este ponto se sentirá na obrigação de aplaudir o celibato! Porquanto ele é a última e mais forte decisão que um homem sexualmente sadio – claro, excetuando-se os pedófilos – toma no meio da sociedade, negando sexo primeiro para si, e depois para um bando de mulheres levianas, doidas para ter sexo numa geração com escassez de macho! Ouvir ou pelo menos saber que um irmão meu, com saúde e ereção diária, se nega a uma mulher que o assedia (convencida de que seduziria a qualquer um de nós), fazendo-a levar um fora do bonitão que é casado com Deus ou simplesmente vê-lo apontar para seu colarinho sacerdotal, como fez o padre Andrew Kiernan (Gabriel Byrne), no excelente filme “Stigmata”, é para dizer: viva o celibato! (mas que ele fique longe de mim! Rsssrsssss…).

Cabe então a nós, mortais não-santos, lutarmos pelo padrão de santificação de José e Maria, pedindo a Deus para que provemos, ao menos um dia, ao menos uma gota deste prazer capaz de nos fazer renunciar ao gozo carnal. E jamais saberemos, enquanto durar nossa condição atual, o quão infinito não será aquele prazer que nos fará esquecer de todos os outros, na verdadeira imersão do Paraíso. Se Ele disse à samaritana que lhe daria uma água com a qual ela nunca mais teria sede, imaginemos então o que seria um gozo que nos fizesse tão felizes e tão completos que jamais nem sequer em pensamento o teríamos desejado? Gozo só de pensar…

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(*) Tiago seria o nome de um dos “irmãos adotivos” de Jesus.

 

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A vida de Jesus ensina o que ocorrerá com a História deste Planeta

Uma análise acurada dos registros da vida de Jesus, mostra que Sua infância foi a passagem inocente da Antiguidade, sua juventude foi o que havia de valoroso na Era Medieval, e a Sua missão equivaleu ao “princípio das dores” e à era de trevas da Grande Tribulação que se aproxima.

A vida de Jesus equivale à do PlanetaEle nasceu em berço de ouro: há um sentido em que isto corresponde à verdade, pois ninguém na terra teve Maria, José e os anjos como proteção diuturna sobre um Menino que já nasceu rei. Isto tudo, contudo, pode ser aplicado ao nascimento do primeiro casal, que nasceram no berço de ouro do Éden e tinham Deus e os anjos operando ao seu redor, como se estes fossem também seus súditos.

Desde seu primeiro momento (o Novo Testamento não explicita a circuncisão de Jesus, e ela só se deduz alusivamente da adesão séria de Maria e José à religião de seus pais), o Menino gozou das mais seguras circunstâncias de uma infância bem vivida, apesar da pobreza de seus pais, que só ganhavam aquilo que chegava para seu próprio sustento. No mais de sua vida na infância, Jesus pode ter sido – sem dúvida foi – uma das crianças mais felizes de sua época, apesar do risco que correu de ser morto junto com as centenas de meninos mortos por Herodes em busca de matar o futuro rei, que ele temia estar na pessoa do Messias profetizado pelo Judaísmo.

Jesus menininho e MariaEis que sendo a lembrança da infância de Jesus um verdadeiro livro de boas recordações de sua família (não é à-toa que os evangelhos apócrifos contam tantas passagens interessantes presumidas sobre o Nazareno), não podemos deixar de inferir que o passado da Humanidade – o período que vai de Abraão até o Século XII da era cristã – contenha a alegria do período mais feliz da história humana, iniciado e concluído pelo ministério dos anjos benditos do Senhor, os quais levaram sua luz desde a promessa de Canaã até a consolidação da Igreja medieval mística dos primeiros mosteiros. Sem contar que Enoque descreveu viver algo semelhante àquela era em sua contemporaneidade; o Melquisedeque a abençoou e o Platão contou dela o que soube de perto do áureo esplendor da Atlântida.

Aliás, por falar na Igreja, uma investigação mais acurada inevitavelmente provaria algo como uma semelhança da História Terrestre com a História Eclesial, na qual “tudo o que ocorreu com o corpo de Jesus ocorreu e ocorre com a sua “Noiva”, até porque esta foi chamada justamente de “Corpo de Cristo”, e assim configura a realidade transcendental embutida no Mistério do Evangelho.

Jesus carpinteiro com José-2Olhando com olhos bem limpos, vê-se que, do nascimento na pobreza, da infância feliz salva por uma fuga com seus pais, da adolescência crescida em sabedoria e graça, da juventude vibrante e operativa até a sua fase adulta, cheia de dor e perigo, assim também acontecerá à sua Noiva, perseguida que é pelo dragão do Apocalipse!: Não há como fugir desta constatação, da qual nem podemos alegar “ignorância” do Cristo-homem, nem uma imposição preventiva, para costurar o destino e deixar um símbolo perfeito para nós cristãos. Nada disso. A verdade é que a vida física inteira do Nazareno, seja para onde olharmos, reflete a vida inteira da Igreja, e esta reflete a vida inteira da Terra, e tudo indica que a história subliminar expressa apenas aquele tipo de coincidência que o mistério da Revelação costuma suscitar.

Jesus no Templo-1A juventude do Nazareno, conquanto pontuada pelo mistério de sua omissão bíblica conhecida como “o sumiço dos doze aos 30 anos”, até neste particular reflete a História de Tellus, pois nesta aqui analisada, não entre 12 e 30, mas entre o Século VII e o Século XII, a Humanidade viveu, dentro de seu período mais “frutífero” do Misterium Angelos, o seu mais profundo “silêncio”, ou mesmo certa obscuridade, no bom sentido, pois as incursões divinas ao plano terrestre ficaram guardadas a sete chaves, e poucos se aventuraram a explicitá-la com suas cores reais, como à exceção, CS Lewis.

Jesus Cristo e o DivinoA idade adulta do Nazareno, que a rigor nem poderia ser chamada adulta (30 anos), fê-LO experimentar todas as agruras e dissabores da vida adulta dos injustiçados de todos os matizes, ao mesmo tempo em que aponta as agruras e os dissabores da era medieval, quando os entendidos dizem que “o espírito da Terra morreu no medievo”, para significar que o Iluminismo expulsou da Terra as últimas bênçãos da Magia benemérita dos oráculos de Deus. Quando os Evangelhos dizem que – no instante da morte na cruz, após o Nazareno dizer “em tuas mãos entrego o meu espírito” – a Terra mergulhou em trevas terríveis, com terremotos e cadáveres misturando-se num caldeirão de desgraças como faziam as bruxas medievais (que triunfavam pelo seu esvaziamento, não por sua alquimia), a vida adulta de Jesus refletiu o final do medievo, quando a Mãe-terra foi derrotada pela emergência da ciência, que iluminava de vez as florestas de duendes.

A vida ceifada do Cordeiro de Deus, que poderia muito bem experimentar a velhice humana (alguns livros de psicólogos cristãos entendem que isto seria uma experiência necessária e riquíssima para o próprio Deus experimentar, o que permite deduzir que a morte precoce do Nazareno foi algo assim meio surpreendente até para o Filho do Homem, embora o Evangelho diga que foi o próprio Jesus quem antecipou e apressou a sua morte, deixando aqui “um porquê terrível”!), leva nossos olhos para o período final da História terrestre, no qual a escalada da violência e o declínio de todas as instituições humanas apontam para a morte inevitável, cuja solução só estaria na própria Providência, que enviaria seus anjos para recolher, dos quatro cantos da Terra, todos aqueles que praticam escândalos por continuarem a defender a Verdade de Deus, mesmo num mundo surdo e descrente.

Volta de Jesus3Enfim, sem um esforço muito grande da visão, sobretudo para quem conhece bem a Bíblia Sagrada, pode-se ver que toda a História deste planeta descreve todos os passos de Jesus e vice-versa, como se nem mesmo no silêncio da “escrivaninha do Paraíso”, Deus tivesse conseguido camuflar os sinais de sua inteligência condutora de rebanhos, como sempre faz o Sumo Pastor. Nem é preciso recorrer a profetas e outros gênios cristãos para capturar as próximas etapas da História de Tellus, pois a “simples” (entre aspas) leitura da vida do Nazareno vem explicitar coisas que a História mal contada pela Ciência teima em omitir.

Se os cristãos queriam descobrir coisas que profetas não foram autorizados a revelar, coisas que os governos não deixam vazar, coisas que muitas vezes nem padres nem pastores entendem bem, o melhor caminho será iniciar um curso de excelência na concentração mental, pois esta será a chave para enxergar dentro do mundo subatômico da Revelação não explícita, que somente uma boa dose moderada da mistura da letra e do espírito poderá desvendar, além da sua capacidade de se surpreender, aquela misteriosa vereda pelos ermos campos do Senhor, onde pastam as suas mais amadas ovelhas.

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