Porque não cremos na viagem no tempo (Resumo a pedidos)

Mais uma vez alguém pediu à nossa Escola para explicar, em poucas palavras, porque não admitimos a chamada “viagem no tempo linear”. Então, após algumas horas do e-mail chegado e diversas pesquisas (recomendamos principalmente esta aqui) na WEB, respondemos o seguinte:

Prezado Correspondente:

Acho que temos amizade suficiente para dar nossa opinião completa, mas isto tomaria muito tempo e espaço nosso, afora o tempo do amigo. Todavia, contando com os textos que já divulgamos sobre o assunto, julgamos melhor resumir tudo com os seguintes pontos. Veja:

(Primeiro) – Nos parece a explicação mais simples, em comparação com outras que se escondem por aí, fundindo a cabeça dos cientistas, e por isso não é à-toa que eles se omitem ou desmentem tudo. Bem; por ser simples, ou por chegar facilmente à nossa razão, acabamos nos acostumando a rejeitar explicações simplistas, porque todas as vezes que fazemos qualquer pesquisa com esmero, o universo sempre se mostra complicadíssimo para os nossos olhos, mesmo quando usamos telescópios potentes ou instrumentos de última geração. E a explicação é que as viagens no tempo são fáceis de pensar porque no fundo todos desejamos voltar no tempo e refazer nossas vidas, extraindo dela os erros que todos sabemos que cometemos e não gostamos de confessar. Logo, por um desejo recôndito e pungente de nossa alma, nossa razão tende a relativizar as intransponíveis barreiras de uma viagem dessas, tal como sonhos de crianças pobres retiram as barreiras de dinheiro quando elas sonham com viagens à Disneylândia!

(Segundo) – Assim, por mais que você não haja pensado nesta hipótese, o principal motivo para a inexistência de viagens no tempo é de ordem moral, e não técnica. Ou seja: se você crê em Deus, ou para aqueles que creem, fica evidente que um Deus que tivesse o mínimo interesse (e Ele tem todo) em consertar as coisas, fora e dentro de nós, não iria permitir qualquer brecha para um mau caráter sonhar com  a hipótese de ter os seus erros jogados para debaixo do tapete, voltando ao passado e desfazendo as suas maracutaias e outros crimes. Assim, toda vez que você pensar em viagens no tempo, lembre-se da viagem de um homem mau, de um Adolf Hitler, a Rainha Jadis (lembra?) ou coisa pior…

(Terceiro) – Nenhuma viagem no tempo é APENAS viagem! Ela é também uma CRIAÇÃO. Ou seja: desde que a linha do tempo é evadida por um elemento intrínseco dela, o próximo segmento de tempo CRIA uma nova realidade, não apenas “protegendo” a primeira linha (inviolável e intransferível), mas ACRESCENTANDO a Nova História que se CRIOU, como inaugurando uma outra linha, que pode ou não ter as mesmas personagens, mas em destinos completamente diferentes e irreconhecíveis. O melhor exemplo é o filme número 2 da Trilogia “De volta para o futuro”, onde o jovem MacFly retorna do passado para o futuro e encontra sua mãe irreconhecível, vivendo uma vida completamente diferente da que ele deixou naquele passado de onde ele saiu, e pior, sem ela sequer saber quem é o estranho visitante que ela nunca viu antes. A EAT já escreveu alguma coisa sobre isso quando falou sobre o final do seriado LOST (o leitor pode conferir isto neste link).

Bem, prezado amigo. Como dissemos, isto é apenas um resumo… e resumos sempre tornam as coisas simples mais simplórias ainda! E pior: como um paradoxo ambulante, quase todas as idéias simples necessitam de respostas complicadas para serem visualizadas, com nossas lentes nem sempre muito polidas. Eis porque recomendamos pesquisas mais profundas ao lado de bons cientistas, ou em livros como os de CS Lewis (“Mere Christianity”; “Milagres”, “Crônicas de Nárnia”, etc.), que o amigo deveria investigar como se fossem de Ciência, e não de “religião”. É isso.

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