Porque podemos e devemos comer carne

Ao contrário do que pensam os essênios, os adventistas e outros “arautos” do vegetarianismo, a ante Pré-história da criação da vida animal e o relato trágico do Gênesis nos credenciam a continuar comendo carne, sem medo de ser feliz.

Não viemos aqui recomendar nenhum livro específico sobre este assunto, mas o livro do professor Wilson Rondó é uma pérola preciosa da nutrição, e nos deu a surpresa de endossar o pensamento bíblico de que o próprio Deus recomendou aos seres humanos a alimentação via carne animal, executando para isso uma “cirurgia emergencial” na Natureza, tanto no “rebaixamento” da consciência animal, quanto na providência nutricional para uma Humanidade decaída, que agora não mais podia contar com o poder espiritual original de suas mentes, com o qual sua alimentação era completamente diferente daquela inaugurada com a Queda.

É claro que a Queda também trouxe revezes noutras áreas, e a poluição ambiental total, que vai desde a água que homens e animais bebem, até o oxigênio rarefeito e contaminado da biosfera, saturada de “macróbios e micróbios”, tudo isso levou à confusão científica acerca do valor nutricional da carne, o que não invalida o fato de que o primeiro médico a recomendar a carne animal foi o próprio Deus, e por isso temos condição de afirmar que a modernidade trouxe todos os malefícios à nossa raça, sobretudo nas áreas de saúde física e metabólica. Antes destes tresloucados tempos modernos, ninguém dizia nada contra comer carne e ninguém se sentia mal com um bom churrasco, até que a indú$tria alimentícia chegou e a competição cega por dinheiro criou mitos do bem e do mal, e dentre estes últimos, a condenação da carne (sobretudo as carnes vermelhas).

Todavia nosso campo neste artigo não é o terreno dos nutricionistas modernos, e muito menos o campo dos modernoides que leem 3 páginas do passado e acham que, por encontrarem povos sadios entre os veganos e vegetarianos, podem sair por aí condenando a carne animal, sem qualquer prova científica conclusiva e muito menos prova bíblica.

Enfim, neste sentido então, não teremos grandes problemas para encontrar textos bíblicos que apóiem a tese aqui defendida, devido estar a lógica aqui apresentada em grande parte extraída da Teologia cristã lewisiana. Com efeito e a rigor, um dos pontos mais fortes da lógica que defendemos aqui está centrado numa passagem bíblica assaz conhecida, cuja omissão (das teologias católicas e protestantes) é por demais espantosa, já que não há outro caminho a deduzir do primeiro livro do Pentateuco. É uma lógica tão cristalina que equivale a dizer que se o dono da casa encontrou a casa arrombada e “varrida” na volta de suas férias, um ladrão entrou ali e “fez a festa”.

E há outras passagens bíblicas (literais ou nas entrelinhas) que vem em socorro do texto base do Gênesis que usamos em nossa “tese”, como as seguintes:

(1) Se Jesus esteve frente a frente com o centurião romano (um militar da época), e se não se levantou contra os militares e o serviço “potencialmente genocida” que exercem, a dedução óbvia é que os cristãos podem servir ao exército e até ir para a guerra.

(2) Se os apóstolos acharam que Jesus era um fantasma quando Ele caminhava à noite sobre as águas, e Jesus não desencorajou essa crença neles, então das duas uma (das duas as duas): ou Jesus também acreditava em fantasmas; e/ou fantasmas aparecem aos vivos.

(3) Se os próprios apóstolos duvidaram de Jesus, então nossas dúvidas não são um pecado tão grave quanto afirmam algumas teologias abstracionistas, que defendem a fé como único veículo para a salvação e a incredulidade como sinônimo de “blasfêmia contra o Espírito Santo”.

(4) Se na hora da cruz Jesus disse para João: “Mãe, eis aí o teu filho; filho, eis aí a tua mãe”, então todos os cristãos podem – e devem – chamar Maria de mãe.

(5) Se Jesus foi chamado de “rei” e se Ele de fato é o grande Rei do universo, então sua mãe Maria pode e deve ser chamada de Rainha.

Enfim, são dezenas e dezenas de exemplos onde a dedução lógica nos ensina o pensamento bíblico sem necessidade de qualquer texto escrito sobre a respectiva dedução, provando que a Palavra de Deus é viva e eficaz e que a letra mata, mas o espírito vivifica.

Porquanto, o nosso texto base para o presente artigo também resulta de uma dedução lógica, e mais do que lógica, até óbvia aos olhos de qualquer um, tal como seria lógico dizer que a nora do pastor é a esposa do filho dele.

O texto bíblico a que nos referimos acima e que se encontra no Pentateuco, nas primeiras páginas do Livro do Gênesis, é o trecho mosaico da “Tentação do Pecado Original”. Esta é, certamente, a história mais famosa de todo o Velho Testamento, e até outras tradições religiosas também a ajudaram a espalhar-se e consolidar-se no “inconsciente coletivo”, por assim dizer. Mas o que haveria naquela velha história que ainda não tivesse sido estudado com o devido esmero, ou com a merecida profundidade, aquela reservada aos tesouros do Evangelho?

Vamos repassá-la aqui e ver se descobrimos alguma revelação inaudita. Moisés, ou alguém autorizado por ele a fazê-lo, teria escrito assim, em Gênesis 2,19-20 e 3,1-15:

19 Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.

20 Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea.

1 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

2 Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,

3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.

4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.

5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.

6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.

7 Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.

8 Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.

9 E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?

10 Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.

11 Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?

12 Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.

13 Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

14 Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.

15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Veja que em boa parte dos versículos deste trecho (versos 2,19; 3,1-4 e 14), a naturalidade com que palavras são pronunciadas pela serpente, e palavras são pronunciadas para a serpente, sendo que o texto confirma e ratifica que se trata de uma cobra mesmo (tanto é que a situa entre todos os animais da terra), então não será absurdo supor que: (1º) A cobra ouvia e entendia a linguagem humana; (2º) A cobra falava, numa linguagem perfeitamente comum à dos seres humanos; (3º) Eva nunca se espantou por ouvir uma cobra falar; (4º) Adão jamais achou estranho uma cobra falar, embora achou cretina a proposta de desobediência da cobra; (5º) A cobra possuía braços e pernas como um mamífero (como defende a Ciência da Evolução) e passou a rastejar como réptil, a partir da desobediência a Deus; (6º) A Queda do Homem mostra uma queda reverberante em toda a Natureza, pois quando caiu o primeiro casal e a cobra, que são “os três pecadores originais”, todos os outros animais caíram juntos, tanto é que estes foram “dados” ao homem como “meios utilitários” para a sua sobrevivência.

Este é o ponto focal. Ele foi explicado por Paulo na mais profunda carta da Bíblia, a carta aos Romanos. Ali Paulo diz assim no cap.8,19-23: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”.

Então a Queda do Homem leva duas metonímias em sua raiz e só pode ser entendida assim: Nem foi uma “queda”, apenas, nem foi do Homem, apenas. Foi uma catástrofe “cósmica”, ou pelo menos terrestre, e ela fez cair toda a Terra, em relação a todos os seres vivos, inclusive vegetais e bactérias. Ou seja: até as bactérias passaram a ser malignas com a perda do Comandante-mor da Criação, o Rei Adão, e sua esposa, a Rainha Eva. Sem esta noção, este artigo se torna inútil.

Ora; mas o que mais espanta nesta investigação é o fato de que a Bíblia inteira endossa a Queda (chamada “do Homem”) como sendo uma coisa global e 100% abrangente em termos estatísticos, ou seja, não deixando NINGUÉM de fora dela. Neste “NINGUÉM” também se incluiriam os animais, pois quando o seu chefe e governante caiu (Adão) e perdeu todos os seus poderes miraculosos (confirme a perda dos poderes NESTE link), ele passou a ser dominado pela Natureza que então retomou o seu posto de “indomável matéria bruta”, ficando então TUDO sob o regime da Lei da Entropia, onde tudo tende a voltar ao zero absoluto (o pecado sempre é uma procura de voltar ao NADA, pois cair dentro da consciência demoníaca é o mesmo que deixar de existir).

Tendendo tudo ao zero, e assim como Deus poupou e ainda poupa a Humanidade de uma agressão direta dos demônios, os animais foram poupados por Deus da desgraça de “SOFRER COM CONSCIÊNCIA”, e passaram a sofrer apenas a dor física pura e simples. Foi necessário fazer isso porque Deus viu que, após a Queda, se os animais não mais servissem à Humanidade de modo nenhum, esta jamais galgaria a Evolução e o Senhor precisaria fazer um novo Dilúvio ou simplesmente parar a continuidade de sua Criação, por absoluta impossibilidade de almas inferiores gozarem de liberdade após a Queda de Lúcifer.

Neste caso, o que houve após a Queda foi que os animais, que até então serviam ao primeiro casal como súditos servem conscientemente ao seu rei bondoso, foram colocados na posição exclusiva de instrumentos de preservação e Evolução da espécie humana, com a qual não poderiam mais se comunicar conosco em linguagem inteligível, exceto em razão de condicionamento, adestramento e recompensa por cada resposta correta. Em linguagem técnica, Deus retirou-lhes (ou “suspendeu-lhes”) o espírito e os deixou apenas como almas viventes em carne e osso, e qualquer função a eles atribuída seria determinada por Deus (em primeiro lugar) e pelo homem, na medida da Evolução ao longo do tempo.

O Homem evoluiu até chegar à Ciência moderna, e esta, como produto da Evolução, descobriu os enormes benefícios da ingestão de proteína animal no corpo decaído do Homem, ao lado da ingestão de sementes e vegetais. O próprio Deus apontou os animais que o Homem deveria comer, já que este não mais contaria com o auxílio de uma mente transcendental para fortalecer seu próprio corpo pelo jejum ou pela “ingestão de ar”, por assim dizer. A perda dos poderes paranormais e miraculosos da mente e a necessidade de alcançar uma vida de até mais ou menos 70 anos (esta foi a idade dada pela Palavra de Deus – vide Salmo 90,10) para que tivesse tempo de ouvir, estudar e refletir sobre os benefícios de uma volta à obediência divina, fizeram com que Deus ordenasse tais tarefas como únicas salvadoras da espiritualidade humana. Uma coisa levou a outra, assim:

1) O Homem foi criado com poderes miraculosos;

2) O Homem desobedeceu a Deus e perdeu esses poderes;

3) A Queda do Homem significou uma vitória dos demônios sobre a Humanidade;

4) Por isso, quando o Homem caiu, a Natureza inteira caiu e passou a agredi-lo;

5) Para evitar crueldades inomináveis contra os animais-conscientes da primeira criação, os animais foram poupados por Deus do sofrimento consciente, por meio de uma cirurgia espiritual que “suspendeu” os seus espíritos;

6) Sem contar com a mente miraculosa, o Homem passou a necessitar da proteína animal para poder ter uma vida que chegasse pelo menos a 70 anos;

7) Toda a beleza da história da Criação original foi substituída pelo drama da tentativa de recuperação humana por parte de Deus, que imediatamente incorporou a “Evolução-sem-Deus” no ‘currículo escolar’ da alma humana decaída, e o Senhor passou a trabalhar par e passo a Evolução do próprio Homem como um meio de fazê-lo “encontrar Deus”, mesmo sem a transcendência da amizade com Ele mesmo.

Enfim, por que podemos e devemos comer carne?

Quando o Homem caiu e Deus providenciou “o silêncio dos animais” (‘suspendeu’ seus espíritos), também excluiu de suas ontologias físicas (carne, sangue e estruturas infra periféricas) todas as influências energéticas negativas e perigosas para o corpo humano, adicionando ingredientes atenuadores de possíveis reações e pondo em alto relevo os componentes biológicos salutares, de tal modo que o organismo humano passou a necessitar da proteína animal para alcançar a longevidade mínima de 70 anos, sem correr os riscos inerentes da ingestão de carne de animal falante.

Então ali estava o segredo, que Jesus tão bem explicitou nos evangelhos, quando explicou com uma frase curta e bem simples para o povão entender: “nada que entra pela boca do homem o contamina, e sim o que sai da sua boca”; e o apóstolo Paulo endossou Jesus dizendo “tudo é puro para os puros”. [Mateus 15,11-20; Tito 1,15]… Então nada que entra por nosso boca nos contamina porque Deus providenciou um tratamento especial na carne animal após a Queda, tornando-a alimento salutar para o organismo do único animal que manteve o dom da fala inteligível. Esta diferença providencial entre o animal falante e o não falante é que guarda o segredo da longevidade de tantas gerações de longevos que curtiram a felicidade de um churrasquinho nos fins de semana.

 

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