A Providência divina foi que estabeleceu o silêncio e o aparente vazio do cosmos como resultado de garantir ao ser humano a proteção de sua alma, pois esta vale mais que o cosmos inteiro…
A velha questão da suposta inexistência de vida no universo volta com toda força numa investigação mais atenciosa das obras de CS Lewis, professor de literatura e genial escritor irlandês, conquanto ele terminou por apontar uma razão sobre humana para “consolar” as almas que, com dificuldades “inatas” de erigir sua fé, ficariam a exigir de Deus alguma prova concreta de sua existência. Além disso, o próprio Deus escondeu de todos nós as provas concretas até de coisas que aparentemente nada tinham a ver com Ele, como foi o caso da vida extraterrestre, dos animais estranhos da criptozoologia e até de achados vivos do “elo perdido”, o primata que estaria no centro da História como aquele que faz a ligação direta entre o homo sapiens sapiens e os macacos toscos de nossa ancestralidade.
Assim sendo, a comprovação pessoal de nossas próprias experiências – e das experiências científicas “oficiais” – de um universo que não responde aos nossos apelos por uma prova tangível (lembrando a canção “Empty Garden” de Elton John), nos obriga a voltar os olhos para o lado oposto desta estranha moeda, inevitavelmente encarada como uma espécie de vingança cósmica contra a teimosia de nossas descrenças, o que sem dúvida deixa no ar o cheiro de uma injustiça contra nós todos, incluindo criancinhas inocentes, que morrem no vazio da incerteza (aqui lembramos o velho desabafo de Artur da Távola, quando ele pede a Deus “para ser menos difícil de ser achado” – a EAT publicou esse texto do Sr. Artur e o leitor pode lê-lo NESTE link, abaixo do artigo inicial).
Porém a Bíblia confessa insistentemente que Deus é bom e que sua santa alma jamais trabalharia premeditadamente contra qualquer bem, pelo contrário, que todo o planejamento divino contemplaria de antemão uma previdência a favor do bem das almas, muito antes de elas sequer existirem. Eis porque devemos outra vez lembrar o estrago e os efeitos desastrosos da Queda de Adão e Eva, pois foi ela que terminou por forjar o universo atual que conhecemos, o qual Lewis explicou como sendo “estuante de vida festiva”, ao passo que nosso planeta é que seria triste, surdo e silencioso para o resto do cosmos.
Porquanto uma colossal barreira de proteção foi montada para garantir a subsistência de nossa liberdade, num planeta de propriedade alheia e inimiga de Deus, cujo governador (empossado antes da rebelião, e portanto com direito criacional sobre ele) voltou-se contra qualquer criatura de Deus que porventura seja habitante de seus domínios, e com todo o seu poder angelical disparado contra seres absolutamente indefesos por sua própria inferioridade ontológica.
Com efeito, aquele escudo divino tinha que ser prioritariamente uma proteção anímica da Humanidade, como um bloqueio psíquico criado para garantir a liberdade e a individualidade dos animais racionais da Terra, e seria esse bloqueio o principal obstáculo para a visão e contato direto da Humanidade com outras orbes, dados os riscos de perdição eterna envolvidos no contato aberto diante dos anjos maus governantes de Tellus.
E Deus ainda deixou este raciocínio fácil para qualquer pessoa alcançar, pois tanto a Ciência já expressou o perigo de um contato aberto com extraterrestres (até um cientista de peso como Stephen Hawking já expressou isso – veja AQUI), bem como a Psicologia já sabe dos riscos da manipulação de mentes psicóticas para a criação de super soldados (condenando os governos que pensam em criar estes “monstros belicosos”), e também os próprios “amadores” de viagens astrais, os paracientistas que tentam o tempo todo sair do corpo e visitar o Além, já foram alertados para os danos irreversíveis de tais experiências, cujas consequências menores seriam o mergulho na loucura e a prisão anímica em manicômios, como muitos psiquiatras atestam (nas estatísticas da psiquiatria mundial, é espantoso o número de psicóticos egressos do espiritismo e outros ramos das ciências ocultas que ousam desafiar o sobrenatural).
Isto posto, agora ficou exposta a razão óbvia do silêncio do Jardim Vazio cantado por Elton John, cuja canção parece apontar uma experiência kardecista em busca de um contato com a alma de John Lennon, grande amigo do músico, contato este 100% infrutífero e frustrante, como se uma grande barreira tivesse impedido qualquer “transcomunicação” alegada depois pelo médium contatista.
Porém o mais espantoso é o bloqueio multidimensional imposto para todos os instrumentos de pesquisa da moderna Cosmologia (tanto os telescópios óticos da Astronomia quanto as antenas super poderosas da Radioastronomia) que a Ciência tem experimentado, sem que nenhum sinal de vida chegue do espaço para nós, num campo aparentemente longe de influir na fragilidade de nossa psique, o que deixa os cientistas convictos – e com razão – de que não há vida no universo, a não ser na Terra. Assim sendo, somente nós cristãos – somente os filhos de CS Lewis – teriam alguma luz para entender o que está havendo na questão da busca por inteligência extraterrestre (Projeto SETI), isto sem considerar a lógica questão do Cover-up governamental acerca da Ufologia.
Porquanto Deus – voltando os olhos para Ele agora – é o grande responsável pelo silêncio cósmico ao redor da Terra, pela ausência de respostas a muitas orações (como Lewis explicou no livro “Oração – Cartas a Malcolm”), pela cegueira da própria alma para consigo mesma e pelo pseudo embasamento do ateísmo, numa mega operação espiritual, cujo único propósito é garantir a sobrevida da alma humana, a qual ficou absolutamente indefesa após a Queda.
Porquanto se Deus jamais tivesse agido por meio desta mega operação, o resultado ao longo do desenrolar pós-Queda seria a desintegração psíquica de toda a raça humana, levada paulatina e inexoravelmente aos abismos anímicos do mundo astral, e ao final perdendo-se de vez na escuridão da mente angélica obsessora. Como Deus é bom e nos ama infinitamente, Ele julgou por bem que seria melhor arriscar-se a dar as almas uma proteção completa de sua psique “roubando” de nossa mente consciente a visão das realidades concretas de outras dimensões, do que arriscar-se a nos deixar ver aquilo tudo e nos perder no futuro, separando-se para sempre de seus filhos amados numa (a)ventura frustrante e trágica para seu projeto de Criação! Eis aí a explicação final para a ausência de provas que faz robustecer o ateísmo no mundo.
Finalmente, como tal arrazoado só irá se adequar bem à mente dos leitores de Lewis (e somente daqueles que o interpretarem bem), este articulista imagina o quão inútil poderá ter sido estas horas dedicadas a engendrá-lo, no afã de arremessar, para perto dos pés de uma alma aflita com o vazio de suas orações, uma pequena semente viva da magia de Nárnia, aquela que lhe deixará um sinal vigoroso da estranheza do universo, capaz de se manter mexendo mesmo após ser pisada sem querer. Se esta semente tiver chegado aos seus pés agora, e se você teve a sorte de vê-la antes de pisar nela, peço que a guarde em seu coração como um segredo vital, pois ela conta a história de um Deus que foi obrigado a esconder-se de nossa visão doentia, que poderia até vê-LO, mas O veria doente como nós.