Desde o primeiro instante pós Queda, e após Deus dar o castigo para o Homem, a palavra da Mulher ficou amaldiçoada por ter sido Eva quem primeiro abriu os seus ouvidos à serpente.
O livro do Gênesis de Moisés traz certamente a maior Revelação divina das Escrituras, não apenas por sua distância no tempo (distante até mesmo de Moisés), mas por seu caráter decisivo em relação à História da Salvação, de cuja ocorrência dependeu a vinda à Terra do próprio Salvador da Humanidade e sem o que a salvação não teria ocorrido. A releitura dos castigos de Deus será 100% necessária aqui, dada a centralidade dos mesmos no argumento deste artigo.
Registra o livro do Gênesis (Gn 3,14-24):
- 14 Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.
- 15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
- 16 E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.
- 17 E a Adão disse: Visto que atendeste à voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.
- 18 Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo.
- 19 No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.
- 20 E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos.
- 21 Fez o SENHOR Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.
- 22 Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente.
- 23 O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.
- 24 E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.
Este artigo versará exclusivamente sobre os castigos do Homem e da Mulher. E em princípio, usaremos apenas o trecho do versículo 17, onde se lê “e a Adão disse: Visto que atendeste à voz da tua mulher…” – aqui está o segredo. E de pronto, passaremos a exemplos vívidos desta realidade presente na figura da mulher, desde os tempos narrados no Pentateuco.
Certamente os homens me ajudarão mais aqui, sem dúvida. Mas as mulheres honestas e bem resolvidas com Deus, não irão jamais se furtar a encarar os fatos de frente, e creio mesmo que poderão até contribuir com outros exemplos desta realidade, que lembra alguns gêneros de filmes de terror e maldições. Voltemos nossas atenções para os exemplos que citarei após o parágrafo seguinte.
Observem como a Mulher tem uma maior estimulação subconsciente para ajudar o homem, as famílias e as pessoas, naquelas tarefas cuja vocação inata é tão necessária à manutenção da vida quanto o ar que respiramos. Todo mundo pode perceber que as tarefas básicas de cada seguimento da vida (casas, empresas, igrejas, etc.) estão sempre entregues nas mãos das mulheres, e não porque elas teriam sido “obrigadas” a assumi-las, mas porque aderiram a elas com interesse, altruísmo, prazer e até paixão. Isto é tão comum e corriqueiro que nem mesmo num congresso de “lésbicas feminazes”, teríamos qualquer dificuldade de notar, tanto no próprio congresso, quanto nos lares de casais lésbicos, e sem o menor constrangimento da parte delas. Elas se revezam na cozinha, na limpeza da casa, na arrumação dos quartos, na lavagem de roupas, etc., sem que isso signifique uma menor dignidade para a parceira passiva ou ativa na relação.
Uma vez que a vocação para o altruísmo nas tarefas básicas da vida é a tônica entre as mulheres, mesmo entre as lésbicas, fica fácil deduzir que os mesmos hormônios que levam as mulheres a assumir com prazer tais tarefas, é o mesmo hormônio que as leva a falar mais, até porque quem trabalha (sobretudo na sustentação da vida) precisa mesmo se comunicar, e se comunicar muito bem, para com isso evitar atropelos e trabalhos mal feitos. Aqui está o estopim do problema, e ele deriva do fato de que quem tem mais impulso para falar, também tem mais impulso para gostar de conversar, gostar de examinar, gostar de trocar ideias, etc.
Neste espírito próprio da vocação feminina, está também uma maior probabilidade de abrir-se ao desconhecido, permitindo conversas com “estranhos”, sobretudo estranhos bem parecidos, sérios, intelectuais e de fala fácil, e isso explica porque as estatísticas dizem que homens de boa conversa conquistam muito mais mulheres que homens “tímidos”. É uma bola de neve: quanto mais se ama conversar, mais se ama quem conversa bem. Quanto mais sente falta de amor e falta de falar, mais sente falta de ouvir falar de amor.
E foi por isso que Eva conversou tão “apaixonadamente” com a serpente, sem qualquer susto na ocasião, pois a serpente era tudo isso: um interlocutor bem parecido, sério, intelectual e de fala fácil, com conhecimento espiritual muito além de qualquer homem da Terra. Mas também foi esta atitude de Eva que lhe trouxe a maldição, talvez germinada na sua própria ontologia, muito antes de Deus aplicar os castigos da desobediência.
Com sua conversa agradável e amorosa de sempre, Eva ofereceu a maçã a seu marido e este, já conhecedor do instinto auxiliador profundo na alma de sua mulher, o qual nunca o tinha decepcionado (muito menos com a maldade), ele decidiu experimentar também a maçã simbólica da relativização da ordem de Deus, acreditando que não haveria mal algum no gesto amoroso e maternal de sua mulher. E finalmente aceitou a conversa dela e com ela a sua oferta infernal, que nenhum dos dois jamais havia sequer imaginado em que resultaria. E vieram os castigos…
“Visto que atendeste à voz da tua mulher” explica melhor o ocorrido do que todos os castigos transmitidos para a Humanidade vindoura, e também guarda o segredo aqui discutido: Deus apontou praticamente um único centro de ruptura de sua Lei, e sem dúvida concentrou nele o ponto mais grave da desobediência, a qual atinge mais a Mulher, mas se dirige à Humanidade inteira, em todos os problemas que ela iria enfrentar a partir da Queda de Eva.
Em “visto que atendeste à voz da tua mulher” está contido todo o segredo da maioria das desgraças que viriam atingir a Humanidade a partir da Queda, e, se as grandes tragédias sociais trazidas pelo pecado tiveram origem nas famílias desajustadas que produziram filhos desajustados, a palavra da Mulher passou a ser o termômetro ou a bola de cristal de todas as desgraças que ocorreriam a partir das decisões tomadas em todos os problemas, e pior, quanto mais avançava a Humanidade na evolução do tempo, e quanto mais à Mulher fossem dadas posições de comando, maiores eram as desgraças que o mundo enfrentava.
Se o exposto acima funciona bem para as grandes decisões de empresas, cidades e nações, o que não dizer para situações domésticas e familiares, quando as mulheres têm muito mais liberdade para soltar o verbo? Vamos meditar.
Uma alma preparada para assumir no lar (e nas empresas) tarefas de natureza “técnica”, e que também recebeu em si uma carga hormonal que estimula o centro da fala do cérebro, e com isso dar maior prazer de conversar e ouvir “fofocas”, obviamente seria mais propensa a vaticinar desastres e a ocasionar desastres com sua própria fala, e por isso tal alma teria que ter uma maior dose de controle espiritual e de conhecimento bíblico, para saber administrar melhor sua tagarelice inata. Mas aqui está o nó cego da questão:
Como fazer a alma feminina estudar mais a Bíblia do que o Homem, se é ela que mais tarefas tem para fazer? Se o grosso das tarefas domésticas e de subsistência está a cargo da Mulher, como esperar que ela tivesse mais tempo para ler a Bíblia e fazer cursos bíblicos de teologia profunda? (Está sentindo o drama?). Isto posto, vê-se que a única solução para a tagarelice feminina está praticamente fora de seu alcance (desgraçadamente), e por isso o caso pode ser chamado de maldição, que a rigor significa “uma armadilha cuja solução é outra armadilha”.
Neste terrível caso, e se até aqui já se pôde ter uma ideia da situação da Mulher e da Humanidade, o que está reservado ao Homem, que até aqui pouco comentamos? Ou seja: o que o Homem pode fazer, já que se encontra na mesma barca furada da Humanidade desobediente? Sem dúvida, esta é uma questão para gênios!
Em primeiro lugar, é preciso fixar bem a ideia (muito impopular hoje em dia) de que a Mulher pode e deve trabalhar, dentro ou fora de casa, mas que deve evitar ao máximo “opinar”, em qualquer lugar onde trabalhe. A Mulher, por assim dizer, não comete muitos pecados de “ação”, e muito menos de omissão; mas sim pecados de pensamento e palavra (para lembrar o missal confessional que diz: “Confesso a Deus Todo-poderoso, e a vós irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões”, por minha culpa, minha tão grande culpa”). Aqui também pode-se ver que o homem, o macho, peca muito mais por atos e omissões.
Com o quadro agora já bem delineado diante de nossos olhos, adiantemos as duas tarefas mais prementes para o homem e para a mulher: (1) O homem deve cuidar para que seus atos sejam íntegros e puros, e que jamais se omita de praticar a justiça e a caridade ao próximo; (2) A mulher deve cuidar para falar menos e jamais “opinar com o futuro”, i.e, jamais emitir um parecer sobre um caminho a seguir ou sobre o resultado de qualquer decisão tomada pelo homem, pois este, embora possa errar em sua avaliação futura, contará com forças espirituais que trabalharão para alterar o futuro em busca de satisfazer a opção por ele escolhida. O versículo Romanos 8,28 foi escrito para ter validade em lares, lugares e países onde a hierarquia bíblica foi respeitada, sobretudo a hierarquia doméstica dada no Novo Testamento (para bom entendedor, um pingo é letra).
Ao contrário, se prevalecer a opinião da mulher sobre o resultado de uma decisão, o cosmos inteiro se omitirá e todas as coisas tenderão a se voltar contra o vaticínio da mulher, gerando uma situação potencial de desgraça, até para ela mesma. E cabe aqui uma reflexão de alívio para a mulher que não foi dado ao homem. Veja:
Se alguém está trabalhando numa empresa cujo chefe obrigou os funcionários a não opinarem nunca, estes funcionários estarão, automaticamente, isentos de qualquer responsabilidade sobre todos os erros e desgraças futuras a ocorrer na empresa, e seu patrão jamais poderá culpar e muito menos penalizar seus funcionários. Aqui está o alívio da mulher: ela sempre poderá deitar em berço esplêndido na ocorrência de uma desgraça que tenha advindo da opinião do homem! A culpa sempre será TODA dele! Mas tem um porém: ela também está proibida de dizer: “Está vendo? Eu avisei…”, pois esta atitude é novamente uma Tentação da tagarelice, e a mulher precisa dar provas de que já venceu o Tentador que a fez cair desde o paraíso do Éden.
Finalmente, nosso argumento básico ficou claro? O título deste artigo ficou claro? O resumo seria: (1) “Homem, ame a sua mulher como Cristo amou a Igreja, e jamais foi infiel a ela, como você também jamais será”. (2) “Mulher, obedeça ao seu marido, como a Igreja obedece a Cristo, e jamais sofreu qualquer desgraça em sua história gloriosa, como você também jamais sofrerá”. Enfim, sei o quanto este artigo é completamente inadequado para uma época em que o Comunismo reina no mundo e onde o progressismo imoral comanda a cabeça da raça humana como um todo. Consola-me saber que posso ter escrito para outros casais, os felizes casais do Reino de Deus.